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quinta-feira, dezembro 29, 2011



Fé...fedido...fodido

Procuraram-me em busca de conselhos sinceros
Buscavam alguém que não mais existe
Cinzas de um Fabiano extinto como dinossauros
Uma tênue linha do ontem esfumado do hoje
Um vagão fora dos trilhos carregado de emoção volátil e vazia
A observei enquanto destilava sua fé em Deus... nos
Anjos... Querubins... Santos e outros porras parecidos...

Senti-me um bosta por não acreditar naquelas merdas
Não precisava crer em nada disso mais
Quando terminou de falar
Fiquei em silencio doentio
O corrosivo trabalhando calado imperceptível
Ela sugeriu que então rezássemos um pouco... merda

Disse que não
Ela disse – Não és mais o mesmo
Ainda bem - eu disse
Os santos dela pareciam bonecos arrumados num templo
E minha indiferença parecia falta de respeito
Os conselhos eram gasolina e fosforo
Nossos mundos nada mais tinham haver...
Mas eu ainda a foderia se tivesse chance

Mas ela não parecia querer entender nada...
Foda-se você... seus santos e a porra da Virgem...
Ela sentiu-se ofendida e bateu a porta numa noite sem estrelas
O conselho estava dado... talvez jamais entendido
Como uma orquídea que cresce oculta e indiferente na mata
Como uma casa em chamas no precipício
Como um grito sem voz no meio do deserto

Olhei para o céu novamente
Nenhum santo me piscou o olho
Nenhum anjo de dentes cariados me sorriu
Mas tudo estava irremediavelmente em paz
Então foda-se o resto.

Luís Fabiano.


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