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quinta-feira, dezembro 08, 2011



Anjos de Carne

Debruçado sobre cordas finas
Meu pensamento
O molambo
Tenta ascender
Esgueirando-se nas dobras da memória
Lassidão e cansaço misturam-se em saudade que ecoam

Fiquei rememorando filhos emprestados que tive
Seres que conseguiram arrancar o melhor de mim
Um canalha santificado por anjos
Mamadeiras, fraldas e choros da madrugada
Hinos de um Fabiano que desconheço
Quando penso nisso... nem parecia eu

O silencio contemplativo sem vias para a letra
A beleza muda estupenda calada em dobras de carinho
Segurança de uma pipa em meus braços
Olhos que se fecham para sonhar feliz
Minhas asas que batem sem destino
Nos segredos do vento errante

Não sei onde andam... que fazem... e como estão
Melhor assim... como o útil da hora certa
Creio que não seria um bom pai permanente
Emprestado talvez...
Meus egoísmos são lancinantes gritos de apelo
Minhas mãos que acariciam
Também inocula veneno que faz chorar
Talvez a natureza tenha acertado

Creio que a existência é o fragmento
Do universo a espera de seu verso
E enquanto fumo um black e bebo meu rum
Vou agradecendo a Deus ou ao outro
A cálida enseada que se tornou
Aprisco sereno
Dos carinhos que jamais tive.

 
Luís Fabiano.

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