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terça-feira, novembro 22, 2011



Pouco antes, bem depois...

Deitado na cama com uma cueca mais ou menos limpa
Ela foi ao banheiro fazer seu ritual...
As mulheres vão ao banheiro antes da foda...
Mijar, cagar, peidar e olhar o rosto...
Coisas que se combinam no reflexo do espelho
Na surpresa que se espera e na merda que se vai
Ansiedade que se desenha... a espera

Pra mim não havia novidade
Nunca há, o esperado é algum prazer...
Mas é preciso as vezes arranca-lo da natureza
Nem sempre carinhos funcionam
Só carinho, transforma o sexo em uma ilha de santos pelados
E decididamente não somos nada santos...

Fumava um Black mentolado olhando para o teto branco
E pensava se ela valia a pena o suor...
Cheguei a conclusão que gostava dela um pouco
Então era melhor não ter pressa com nada
Sentimentos fazem isso
Carinhos, beijos, algum papo e penetra-la devagar e fundo
Quando você não gosta, vai esculachando de cara
Amor vingança, prazer odiento, vazios antes e depois
Nem sempre se tem sorte dos átomos combinarem no espaço

Quando ela veio estava bem e leve
Com baby-doll branco, um anjo
Trouxe uma bebida junto...
Por um breve instante, me senti no paraíso
Nosso maior erro na vida
É querer manter o paraíso eternamente, aprisionar o infinito...

Vive-se pedaço a pedaço,
Come-se pedaço a pedaço e caga-se pedaços...
O oceano estava tranquilo
Fomos nos entregando lentamente
Gostar é estranho e as vezes faz toda a diferença
Mas nem por isso deixei de puxar-lhe o cabelo com força
Bater forte na bunda e arrancar-lhe algumas lágrimas amorosas
É bom ter a verdade da vida, próximo a nós sempre...
Não há prazer gratuito...
As dores nos espreitam no canto escuro do quarto.

Luís Fabiano

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