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quinta-feira, novembro 24, 2011


Navalhadas de um mundo deformado: Brigas e mais Brigas


A discussão alcançava as altas horas da madrugada sempre. O trágico cotidiano. Inútil discussão de filamentos desnorteados, a procura de coisa alguma, a não ser ofensas graves, que mutilava ainda mais a fibras de nossas emoções, ou o que restou delas.

Não sou de perder o controle, sabe. Mas calculei friamente onde dar o tapa, de forma que não machucasse muito. Nada de feridas eternas, não gosto de eternidade.

A voz dela uma metralhadora, suas lagrimas de chumbo e uma dor sem sentido. Porque Sabina tem esse ciúme doentio ? Puta que pariu, porque eu segurava isso? Que merda de amor é esse, valia a pena aquilo? Nosso tempo perdido.
Não sei. O destino talvez fosse uma boa desculpa, sempre é, quando não temos muitas respostas.


Quando os sulcos rasos
Tornam-se feridas infeccionadas
Espremendo o sumo aquoso da alma
A bruma escura de nossas perdas redundantes
Os lamentos desarmônicos do hoje apenas ficam
Pétalas esquecidas ao solo
Tombadas no silencio do desassossego
A muda sensação que gesta nossos melhores sonhos
Fagulhas da esperança do sempre
Meteoros do amor possível
Verdade que inquieta
Embrião da alma
Como a força latente
Asas prontas pra voar e o medo dos abismos

Então tudo atingiu o pico. As vezes alguns objetos voavam, me defendia como podia. Então fui pra cima dela, e agarrei o braço com força, o tigre esta a ponto de sair da toca, e mostrar suas garras.
Temo o que sou, pelo medo do que sou capaz de fazer. Então ela se assustou, esperando o que viria depois? O show estava por começar.

Por um instante não gostei de mim, me tornava igual a presa, e pior talvez. Soltei-lhe o braço e houve uma comoção silenciosa, o pior de nós finalmente se desnudava, arrastando-nos de braços ao inferno de nossas consciências.
Perdão ou morte, é assim que as coisas funcionam.

As asas se partiram definitivamente
No irresistível impulso de capturar o amor
A beleza que não tem onde agarrar-se
E se mata para tornar-se livre
É preciso morrer uma e tantas vezes na vida
Para ouvir o sussurrar melancólico da alma
O pouso final no ninho de nossas ternuras
Aprisco sereno de nossas alegrias mais tenras
Celeiro de nossas memórias
Lança aguda apontando as estrelas
Que em nossas noites mais horríveis
As vezes vem nos visitar.


Luís Fabiano.

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