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sexta-feira, novembro 25, 2011

Filetes de sangue - 5


Não sou bom com despedidas. Meu ponto fraco. Não sei o que dizer, nem sei pra onde olhar, um desespero claudicando no silêncio. Mas existem momentos fatais, que não tem como se evitar. A perfeição caminha em direção a imperfeição – pensei eu, num desconsolo.

Ela precisava embarcar no ônibus. O ruído dos outros ônibus, era uma moto serra destroçando meu coração. Marisa deu dois passos em direção ao ônibus, dois primeiros passos para o nunca mais. Ambos sabíamos.

Os degraus do ônibus pesavam, coisas do destino, nos dávamos muito bem, porem creio que nem ela ou eu estávamos dispostos a abrir mão de tudo por este amor.
Covardes? Acho que sim.
Ela vacila no ultimo degrau, descer ou subir? Tento conter as lágrimas, meu coração um nó forte rompendo minha alma.

O ônibus dá a partida, e vai se afastando pela estrada... já não o vejo mais... não vejo mais nada. Fiquei parado ali, não tinha vontade de sair dali, tentando eternizar o fim, para que não tivesse fim.


Luís Fabiano.

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