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domingo, novembro 27, 2011



Escalada de Grilhões

Cada um se agarra ao que pode
Deus é top da lista
O usamos mais como um cabide de nossas agonias
Alguém precisa ouvir nossa merda
Mas não é tudo...
Uns se agarram ao dinheiro
A porta rápida da salvação imediata
Ele melhora algumas coisas mas a essência é a mesma

Eu não sei em que me agarro
Tudo me escapa lentamente, emoções, palavras, alegrias e dores
Não sei se é certo
Mas é assim que é pra mim
Tive inúmeros amores e não consegui agarrar-me a eles
A natureza fazendo o seu trabalho
Enquanto o melhor em mim é um verme que rasteja no meu coração

Tive uma mulher e agarrei-me as suas pernas
Lindas, mais lindas que sua alma
Fiz das coxas delas meu paraíso e porto seguro
Ela não era inteligente e trepava sem gosto
Gemendo com artificialidade, mas as pernas...
Não sei em que ela se agarrava a mim
Dizia amar...
Mas falou isso como se olhasse pra uma vitrine...
Fiz que acreditei e orei para suas pernas

Então veio a filosofia e a cerveja
Isso torna o mundo melhor
Permite que visgos de sabedoria permeie
A inquietude desconfortável de nossa cegueira
E quando as linhas filosóficas não resolviam
Mais cerveja
Agarrei-me provisoriamente a isso

Mas estamos subindo uma montanha
E agarrar-se a algo permanentemente é estacionar
Agarrar-se ao sonho para eles nos catapultarem mais longe
Ao amor para que ele nos torne um pouco melhores
Apoios da colina como nós também o somos
Acho que é isso
Agarramo-nos ao que nos prende
E nos prendemos ao que nos agarra
Teria como essa porra ser diferente?


Luís Fabiano.

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