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quinta-feira, setembro 29, 2011


Tetas de Marta

Eu a vi quando ainda eram duas
Fantasticamente aberrantes
Enormes apelos no silencio
Gestando prazeres e vícios
Não poucas vezes suguei aqueles bicos de ferro
Sentindo-os mais duros que o fanatismo hediondo dos vencidos
Onde tudo são aparências repetidas que nos levam ao céu ou inferno

Então a dor desceu como um anjo mau fulminando
Veio galopando do invisível
O verme caçoante da natureza frugal
A inveja dos demônios filhos da puta
Roedores da sombra humana
Como um fruto maduro não colhido
A teta esquerda extirpada
E com ela
Um pouco de si esvaiu

Marta não era mais Marta
O brilho quedou-se para si
Em fina ponta de desesperança
Com doces gotas de amargura
Quando me mostrou o vazio esquerdo em cicatriz viva
Sentia-se a pior das piores
Entre as vagas e pestilentas ilusões diluídas

Abracei-a ternamente
Tirei-lhe a roupa toda
Lambi a cratera do ex-seio
Quis entrincheirar-me dentro dela
Onde a ponta das tetas não alcança a alma

Fodi-a como se fodem as virgens
Fui seu bezerrinho faminto
Aplacando dores
Sugando a direita
E naquele dia ela entendeu
Que é preciso preencher vazios da vida
E lá dentro
Os filamentos do espirito se tornaram luminosos.

Luís Fabiano.

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