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sexta-feira, setembro 23, 2011


Navalhadas Curtas: Coito Interrompido...


Quando eu abri a porta do quarto inocentemente, lá estavam eles felizes, imitando uma maquina a vapor, infelizmente, se assustaram quando os vi. Minha mulher saltou da cama nua, e veio ao meu encontro, expressão de medo. Com todas as justificativas do mundo, enquanto eu estava ainda entrando.

O cara, um desconhecido pirocudo, se cobriu e não fez ares de valente, parecia mais assustado que ela. Lembro que senti o cheiro agradável de sexo no ar. É realmente muito bom. Não sei por que se assustaram. Não sou violento, e que me recorde, jamais fiquei enciumado por ninguém. Mesmo gostando da pessoa, não acho um bom sentimento. É como se eu dissesse, podem-me cornear, é tranquilo, sou um cavalheiro.

Então me sentei na cama onde eles trepavam. Olhei para os dois, que não entendiam minha reação sem reação. Não estava chocado, alias parecia que aquilo acontecia para mim todos os dias. Sorri de mim mesmo. Eu queria ver televisão deitado.

Olhei novamente para os dois que começavam a vestir-se, e disse para eles ficarem a vontade, afinal, aquilo não era uma suruba, não é?

Peguei uma camisa e sai tranquilamente como se nada tivesse acontecido. Curiosamente, eu me sentia vitorioso. Não me interessavam julgamentos ou coisa alguma. Pensamentos eram errantes, e sinceramente eu já não sabia se era de todo injustiçado. Não creio nisso. Acho que não, tenho convicções profundas que sou o mais filho da puta de todos, então é zero a zero.



Luís Fabiano.


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