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quarta-feira, setembro 14, 2011




Em um certo bar...

Gosto de me sentar em bares
E ficar como uma mosca varejeira
Olhos que voam languidamente
Errantes a procura de um sinal
Mas nada acontece
Não me sobram outras alternativas
Fico entre as bundas e bebidas
Goles excitantes

Espero um peido do céu
Carinhos ordinários de uma desconhecida
Que arrasem tudo a minha volta
Um tornado que me arranque do tédio
Mas Deus e o Diabo parecem estar cansados

Então é preciso consolar-se com que há
Farelos da verdade
Pedaços jogados de esperança
Os pequenos vermes nos corroendo lentamente
Enquanto entoamos nossas preces em templo vazio

No fundo todos sabemos
O interessante torna-se esgotado dia após dia
O fantástico um travesti comum
E a paz um inquietante desejo no ar
Um avião que não tem onde pousar

Ai ela saiu detrás do balcão...
Puta que pariu
Era a bunda mais linda do lado de cá da galáxia
Aquilo foi mais que um consolo
A resposta as minhas preces
Com gosto me misturaria a sua pele, alma e merda
Enroscar-me em suas vísceras
Seria um verme que afaga o coração e acaricia o rosto

Sou o maldito amante cafetão
O carinhoso sadomasoquista
O beijo grego
A língua que invade tua garganta

Ela era um pendulo do tempo
Andando para lá e pra cá com um xicara nas mãos
Eu viajando em loucos pensamentos
Sem saber o quanto tudo se tornaria real
Sem expectativas de futuro
O nada ambicionando nada

Luís Fabiano.

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