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quinta-feira, agosto 18, 2011


Navalhadas Curtas: Mentir ou não mentir, eis a questão!


Ela estava com o rosto congesto quando lhe falei a verdade. A verdade não me é um vício, e normalmente não tenho pudor ou consciência de culpa em mentir. Aquela seria uma boa ocasião pra isso. Inventar qualquer merda como já diz dezenas de vezes.

Mas premido por desesperos internos, a verdade seria melhor, como uma boa dose de rum sem gelo. Rosane grita, a raiva era daquelas passionais. O pior tipo. E dispara:

-Porque tu não me queres mais?
-Nosso tempo acabou... deu...the end.
-Como assim? Tu não gostas mais de mim?
-É.
-Tem outra?
-Tenho...
-Melhor que eu?

O silencio, era o meu pensamento decidido, minto ou não? Foda-se. A verdade é mais cruel que a mentira.

-É, ela é muito melhor que tu.
-Por quê? Que ela tem ?
-Personalidade, sobretudo me respeita muito... não invade, não força, não prende...e me faz voar.
-É uma vagabunda fingida... logo tu enjoas... eu sei que és assim...um cafajeste incorrigível.
-Não me elogie, porque eu posso ficar vaidoso.
-Ouve bem Fabiano... não te ilude, essas coisas não duram... ouviu... não duram... é minha praga, tu verás.

O olhar dela, de fera machucada, sua raiva verdadeira. Não construí castelos de cristal, nem prometi porra alguma.
Dei as costas e fui embora, deslizando macio, na trilha da verdade. Não me lembro de ter sido tão verdadeiro.


Luís Fabiano.

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