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segunda-feira, maio 30, 2011

Confissões ardentes da ausência


Confissões ardentes da ausência


Tenho a impressão que a vida precisa ser por vezes, uma montanha russa desatinada em um mergulho frenético aos abismos, levando-nos a extremo das emoções, o radical de nossa alma saltando sem paraquedas para dentro da existência,  então como um repuxo de contradições nos erguendo, novamente sendo catapultado ao céu dando-nos a impressão que nos espatifaremos no universo intangível. É maravilhoso.

Eis o espirito de aventura, conversava com uma amiga minha, que agora se dizia bissexual, tais rótulos nunca me disseram nada, pois nossa animalidade brutal, é de uma gama de variações com incrementos emocionais, tudo isso apenas nos da uma pálida ideia do que anima o ser humano por dentro.

Por vezes as carências falam mais alto que os escrúpulos, e o que era inquebrantável, impensável, ganha ares de flexibilidade, uma cobra estática feita de pedra, que ganha vida, se torce e retorce no afã de sentir a vida pulsando em suas entranhas.

Creio que Mila era assim, contava com trinta anos, e uma carga de decepções amorosas que a fizeram questionar sua sexualidade e outras tantas coisas. No fundo eu sabia que era apenas uma ave ferida, e tais questionamentos era o grito do desespero calando sem voz.

Naturalmente eu estava ali, talvez na crista oportunista desta onda, onde os ventos queriam a mudar a direção de Mila. Acho que gosto da crise, entendo-a como um parto. Gosto de ver o ser humano dividido, bifurcado no centro, onde seu coração exposto bate junto com seu intestino, sangue e merda casados no maldito jogo para saber o que ira prevalecer.

Sou o expectador maldito desta cena barbara, de nascimento e morte. Não foram poucas vezes que presencie isso, lambendo os dedos gordurosos. Alguém me disse que eu não passava de um demônio a espreita, porem o demônio sempre carrega alguém consigo para os infernos, não é?
Não perdi tempo:

-Acho Mila, que você deve mesmo buscar alternativas, talvez os homens não sejam tudo isso, talvez não passemos todos de uns filhos da puta, oportunistas a espera de uma xoxota brilhante...e as emoções sejam apenas acessórios...

Eu sabia que havia falado uma imensa besteira.

-É, eu creio que é isso mesmo Fabiano, ou eu me envolvi com os homens errado... sabe-se lá? Nunca tive sorte...
-É, não sei de nada. Mas acho que se você quer transar mulher... vai em frente...e depois me convide pra uma festinha...
-É? Daria conta das duas?
-Não sei, mas acho que a brincadeira seria no mínimo interessante, a fantasia mais besta de todo homem, trepar com duas mulheres, fantasia pura, agora se vai dar conta e outro assunto...
-Tá certo. Desde que comecei a falar com a Sonia, cara não sei, algo em mim se mexeu, ela é tão carinhosa, cheia de atenção, olhares e abraços sabe... comecei ficar atenta na dela... nunca pensei nessa possibilidade, agora até já penso...
-Sei, mas apenas vê menina, se não é tua carência executando uma opera no teu coração, se for, até um cachorro que olhe para você com ternura, você topa tá ligada ? Sexo animal, bestialismo, esse papo saudável se satisfazer as necessidades... acho esse terreno onde a carência se encontra com a falta de prazer, leva a entender no coração que seja amor, e porra amor não é nada disso...

Aquele papo lésbico me deixou muito a vontade, bebia rum barato na casa de Mila, já sabia que não iria transar com ela nesta vida, então trepei com o rum mesmo. Ouvir confissões de uma mulher, que pensa em ter algo com outra mulher é excitante:

-Mas então Mila, já rolou alguma coisa entre vocês?
-No banheiro do serviço, ela me roubou um beijo eu fiquei estática... total de surpresa...
-Mila você parece uma maldita adolescente, descobrindo os pelos da própria xoxota... mas um beijo já é algo promissor.

Eu conhecia a Sonia, era o tipo de mulher leve, leve demais, parecia uma pluma feita pra fazer estragos na alma de qualquer homem ou mulher. Muito elegante sempre, um sorriso fácil e decote generoso sem ser grosseiro, as pernas que davam a impressão que no topo ficava a entrada de um templo sagrado.

Eu não tinha muito a acrescentar, desejei que Mila e Sonia tivessem a maior a ventura na terra. O afã do ser humano é ser feliz de alguma forma, e nem tudo é exatamente como queremos, o maior empecilho a nossa felicidade são nossas escolhas, aquilo que estabelecemos para ser feliz, não entendemos que a felicidade encontra-se aqui neste momento, não amanha quando tivermos isso ou aquilo, porque amanha existiram outras prioridades, e a felicidade não cabe no amanha, mas nos espaço atômico deste segundo, que você perde tempo lendo esta merda... aí esta a felicidade, seja feliz ou foda-se com honra.

Cansei-me de Mila, sua paixonite aguda por Sonia, eu era seu amigo e, portanto meu pau não sairia das calças, um jogo perdido naquela noite. Fui ao banheiro, dei uma boa mijada dourada e caprichada, mas quando olhei para o lado, as calcinha de Mila estava ali no boxe do banheiro, era um pedaço de Mila ali. Meu membro deu uma crescida boa, não resisti a oportunidade de homenagear aquela micro calcinha.

Sorri pra mim mesmo depois que gozei, a risada de um louco feliz, me olhei no espelho e disse pra mim mesmo: cara tu és muito idiota...



Luís Fabiano.

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