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sábado, abril 30, 2011


Rum, brigas e cavalinhos...


Quando se tem sete mulheres ao mesmo tempo, invariavelmente algumas tem filhos, outras são mais novas, outras meio coroas, algumas com sonhos abundantes ganhando espaços infindos, e ainda tem as que estão frustradas com a vida.

No meu entender, isso termina ao menos na minha cabeça, transformando-se em uma imensa família informal. Segundo esta linha de pensamento sou um cara que ama muito, meu coração é amplo, tenho a certeza absoluta que ele e meu pau, aceitam mais algumas damas, pois eu amo todas vocês.

Mesmo aparentemente sendo algo insano, como me disseram ontem de forma critica e maldosa, estranhamente foi um cara que nem me conhece direito, me criticou, disse coisas como: tu não passas de um cara egoísta, vaidoso, se aproveitando destas mulheres, fazendo-as acreditar em falsas esperanças... disse outras merdas que não quero reproduzir. Eu já estava um pouco alto, o rum havia entrado como tem que ser, aquecendo a mente, inspirando e me deixando de bom humor cínico, respondi:

-Que isso cara? Fica calmo, fica tranquilo na tua vibe, elas sabem com quem estão metidas, ao contrário da grande maioria das minhas ex-esposas... o jogo agora aberto camarada, limpeza!
-Isso é o que tu diz meu...

Comecei a fazer contas estupidas na minha cabeça, que tanto esse cara ficou assim chocado com minha situação? Que porra é essa? Porra é claro... o cara é viado!

-O cara –disse eu rindo –tu por acaso é viado?

A temperatura subiu rápido, o cara veio pra cima, me deu uns empurrões, mas sinceramente eu estava com bom estado de espirito, e não estava a fim de estragar a festa de ninguém, promover escândalos, e essas coisas que dão um toque agradável a vida. Pedi desculpa cinicamente barata, não tenho problemas em dizer isso, agrada as pessoas, e não preciso fazer força alguma, ou trocar porrada com marmanjo.

Mas a confusão estava armada no ar, uma de minhas mulheres estava na festa, veio verificar o que estava acontecendo... apenas olhei para ela: calma baby, tá tudo sob controle, fica fria.

Ela me beija, e o otário fica olhando sem dizer nada. Pedi mais uma dose de rum, vamos colocar álcool no incêndio, foda-se. O rum me deixa com muita disposição pra tudo, para o amor e pra guerra, as bebidas tem personalidade afinal.

Acabou que tudo ficou em paz relativa. Acabei indo pra casa de Monica (uma das sete), ela parecia feliz com a ideia, eu também, afinal já eram quatro e meia da manha. Legal, a casa dela estava vazia, apenas eu e ela e muito amor. Demos uma trepada fantástica, com muito tudo, beijos, carinhos, bebida, gritos, umas porradas na bunda e muita piroca. Sem duvida o amor é a melhor, a mais forte e viciante droga do mundo.

Acordamos tarde na manha de sábado. Ela se lembra da filha dela, que havia ficado com mãe dela. Tudo tranquilo, vamos busca-la e foi legal. A pequena Sol, ficou feliz ao nos ver, entrou no carro e me diz:

-Pai tu veio... que bom, bom, bom, bom.

Monica disse pra ela em algum momento que eu era o pai, não tive coragem de negar, ela me conhece há algum tempo. O pai de verdade dela é complicado, o cara que esqueceu que ela existe, é viciado em crack, e acho que na boa, esse filho da puta que fique com seu vicio e deixe-a crescer distante desta merda o quanto possível. Ele era um tipo meio violento, já havia batido em Monica algumas vezes, e disse que se ela tivesse outro cara ele a mataria. Tô acostumado com essa merda, quem fala muito que faz e acontece, costuma ser um merda, que joga palavras ao vento, e bater em mulher é prova disso.

Fomos para casa, e Monica fez um bom almoço enquanto eu brincava com Sol, virei o cachorrinho dela, o cavalo, quase detonou minhas costas, mas o sorriso dela é impagável. Por um instante dei-me conta, da coisa que estava vivendo. Aquilo parecia uma família, melhor não parecia, era.

Estranho como os quadros da existência se formam. Por muitos motivos não consegui ter uma família exclusiva, conforme o ideal, porem parece que a vida, Deus, o Universo deram um jeito que resolveu o problema, pelas vias mais transgressivas. E assim foi e é, fui pai de muitas crianças que não eram minhas originalmente, mas que se tornaram filhas amadas informais, mais uma vez eu digo, vai entender o amor.

Luís Fabiano.


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