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domingo, abril 10, 2011


Navalhadas Curtas: Quinto dos infernos


A vizinha do quinto andar, não é necessariamente a pessoa mais amável que conheço. Tem um humor flutuante, como plumas de merda infláveis ao livre. Normalmente eu ignoro isso, quando ela deseja cumprimentar, eu a cumprimento e quando mantem um silêncio sepulcral e ofensivo, a deixo entregue a si mesma. Afinal, todos temos dias sombrios.

Porem, nem todos os dias esse sentimento humanista me anima. Por vezes entregue também as minhas próprias merdas, mergulhado em minhas insanidades, desconheço completamente a fragilidade humana, tão humana que nos irmana, e desejo realmente que todos se fodam, em uma orgia cósmica e doentia, o apocalipse em minha janela, e eu tomando chimarrão tranquilo.

Hoje, a maldita vizinha não cumprimentou, e ainda fez uma cara de asco, quando me viu indo sua direção. Não foi um bom dia para ela fazer isso. Quando ela fez a tal cara asquerosa,não titubeei, comecei a latir pra ela. Lati como se fosse um pitbull, um pastor alemão, o vira lata do inferno. Não deu outra, ela saiu correndo, como se fugisse de um cão verdadeiro, entrou em sua toca e bateu à porta forte fechado todas as fechaduras possíveis, e claro trancando o próprio cú, para que dali nada escapasse.

Quando finalmente entrei no meu apartamento, ri muito, ri como um idiota vingado. Bem agora, preciso procurar uma ração, essa ação toda me deu muita fome.




Luís Fabiano.

Um comentário:

Dóris disse...

Caramba, rsrsrs, ela correu e se trancou em casa? Mas você apenas latiu? Parece que você mordeu...

Gostei...bom texto para dar boas risadas.

Abraço