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domingo, fevereiro 13, 2011

Navalhadas Curtas: Filhos da merda.


A coisa estava indo bem, quando ela me olhou nos olhos, com aqueles olhos ternos de cão submisso e vomitou:
-Quero ter um filho teu...

Havíamos dado a trepada monumental, com direito a tudo que é bom. Muita porrada, boas gozadas e até uma mijadinha na boca...bem tudo isso traduzia quase amor. Putaria da mais rasgada. Então como uma espécie de entardecer róseo, ela vinha com aquela conversa. Permaneci em silencio digestivo. Considerei aquilo um ataque frontal, então como todo bom lutator, fiquei na minha guarda, esperando o próximo jab e então, o contra-golpe. Não demorou:

-Acho que iria ser tão bonitinho...a tua cara, o teu humor, teu jeito...
-Você tinha que estragar tudo?
-Como assim...foi só uma...
-Cala a boca, na boa. Papo furado, por acaso tu pretendes mudar tudo em tua vida? Pretende virar a santa imaculada?
-Que isso Fabiano??
-Isso nada, preciso ser explicito? Pensa porra, vais deixar de beber, de fumar e te de drogar em amor a uma pseudo-criança ? Duvido muito.Vejo cadelas todos os dias fumando, com uma barriga de oito meses...muito amor de mãe...
-Não, é que agora abraçada em ti, isso me parecia tão possível...tão..tu sabes...
-Não sei de nada Estela. Sei que tudo pode parecer amor, nossas trepadas são boas o resto eu não sei, e não quero saber, talvez não sirvamos para mais nada. Não me sinto uma pessoa melhor porque gozei, mas é bom. Não se apegue mais que isso.

Aquilo parecia ser demais pra ela. Senti em meu peito lagrimas ácidas caindo sobre meu coração. Realmente não queria nada daquilo. Nem tão pouco ela, mas os devaneios do momento são assim, fazem a viajar.

Não ando disposto a viagens. Puta merda, estes traumas que carrego por momentos falam mais alto, como espinhos que se agitam, isso poderia ser uma boa justificativa, mas na verdade não quero saber.
Vesti minha roupa.


Luis Fabiano.

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