Pesquisar este blog

sábado, janeiro 15, 2011



Um a mais e menos um.


Mais um ano, mais um tempo, um passo a mais próximo da morte. É reconfortante pensar assim. Com trinta e nove anos, ou trezentos e noventa não faria nenhuma diferença em minha essência.

Sinto-me agradecido por estar vivo até aqui, satisfeito com tantos nadas, e morreria hoje mesmo de bom grado, em paz, nada ficaria para trás.

Busca-se o tempo todo alguma satisfação, algo como um norte, que torne a existência com algum sentindo mais profundo.Se faz isso entregando-se a alma, alimentando-a com uma chama serena de intenções, boas ou más. Porem não basta tão somente isso.

É preciso desapego. Entregar as emoções, com as asas abertas, ganhando espaços e sem garantia de retorno. Mas sempre queremos o retorno. Somos cativos de nossas tolas emoções, querendo que nossas sementes cresçam, fechadas em nossas mãos.

Talvez a beleza de tal ato, seja justamente não haver garantias. A satisfação deve estar presente no momento que se entrega, a entrega deve ser a satisfação, a paz mora ali, a alma esta ali.

É cantar em salão vazio, a plena voz, e ainda sim sentir ternura tal, estar feliz da voz que escapa de nós, buscando espaços, pássaros de nosso coração, almejando o céu.

Mas quem entenderá assim?
Quem estaria pronto a amar assim?

Abrir mão dos grilhões que estamos acostumados, grilhões que prendemos uns aos outros, onde todo o sentimento nobre mescla-se ao egoísmo, coisa que conhecemos bem. Nossa felicidade e mácula.

Não me sinto nem mais feliz ou mais triste que ontem. Tudo permaneceu igual porque não é isso que conta. O que me importa é justamente onde estou e quanto de mim está ali. Não trocaria minhas frustrações por um pedaço de felicidade vazia, comprada barato ou vendida de mim para agradar ao mundo. Já sei desta impossibilidade. Pudera saber de todas as impossibilidades.

Não sou de comemorar aniversários, nem sou de muitos amigos. Mas ontem de uma forma natural, com o Magalhães e a Carmem, e muitos personagens, algumas cervejas, boas risadas, uma comemoração das melhores que tive em minha vida.

Com direito a presente e tudo, e mais um santo marginal entra em minha vida (Roberto Arlt ) seja bem vindo.

Como eu sempre digo, o melhor da vida é o inesperado e sou grato a isso. Não preciso mais nada.

Luís Fabiano.

Um comentário:

Dóris disse...

O bom da vida é isto, estar junto aos amigos verdadeiros, não existe comemoração melhor.
Parabéns, e aproveite cada segundo da vida...pois somos seres muito pequenos..hoje estamos bem, mas amanhã, quem vai saber?

Abraço repleto de PAZ.