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terça-feira, janeiro 25, 2011


Suicida às vezes

Uma das melhores maneiras de celebrar a vida
É trazendo a morte perto de si
Entender que todos que amas
e virás a amar, os que odeias também
E por ultimo você
Todos partirão hoje ou amanha
Felizes ou desgraçados
Injustamente iguais
Tempo... tempo
Não poucas vezes o morrer me assaltou
Mas sempre achei sereno
E como arte lacerante
Me entregava a morte
Como nos braços de minhas putas amadas
Então olhei uma corda
Enrolada como uma serpente silenciosa
Fiz um nó corrediço e coloquei no meu pescoço
Imaginei a hora derradeira, o ar faltando
Tudo ficando escuro, me cagando e mijando
como os enforcados normais
Não.
De outra vez foi diferente
Tinha em minhas mãos um revolver
Um bom trinta e oito
O tambor cheio e tudo em ordem
Fiquei escolhendo onde atiraria
No peito dilacerando o coração
Seria passional demais, não sou passional
Na cabeça, espalhando miolos como guisado
Seria culpa, não me sinto culpado
Rápido e estaria nos braços do demônio
O estampido não tem harmonia ou graça
Depois, alguém teria que juntar os pequenos pedaços de mim
Não
A lâmina de uma faca sorriu pra mim
Brilho diamantino
Onde faria o corte?
Nos braços?
Na artéria do pescoço, um pequeno corte elegante
E não dá tempo nem de dizer meu nome.
Tudo torna-se um circo de sangue
A adaga tem um cabo forte
Como deve ser a alma do ser humano
Por um breve instante já me sinto reconfortado
A morte me tenta
Sorrio pra ela porque a posso ludibriar
E agora sua puta, quem tem o controle?

Luís Fabiano.



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