Suicida às vezes 
Uma das melhores maneiras de celebrar a vida
É trazendo a morte perto de si
Entender que todos que amas
e virás a amar, os que odeias também
E por ultimo você
Todos partirão hoje ou amanha
Felizes ou desgraçados
Injustamente iguais 
Tempo... tempo
Não poucas vezes o morrer me assaltou 
Mas sempre achei sereno
E como arte lacerante 
Me entregava a morte 
Como nos braços de minhas putas amadas
Então olhei uma corda 
Enrolada como uma serpente silenciosa
Fiz um nó corrediço e coloquei no meu pescoço
Imaginei a hora derradeira, o ar faltando 
Tudo ficando escuro, me cagando e mijando 
como os enforcados normais
Não.
De outra vez foi diferente
Tinha em minhas mãos um revolver 
Um bom trinta e oito 
O tambor cheio e tudo em ordem 
Fiquei escolhendo onde atiraria
No peito dilacerando o coração 
Seria passional demais, não sou passional
Na cabeça, espalhando miolos como guisado
Seria culpa, não me sinto culpado 
Rápido e estaria nos braços do demônio 
O estampido não tem harmonia ou graça 
Depois, alguém teria que juntar os pequenos pedaços de mim 
Não 
A lâmina de uma faca sorriu pra mim
Brilho diamantino
Onde faria o corte?
Nos braços?
Na artéria do pescoço, um pequeno corte elegante
E não dá tempo nem de dizer meu nome.
Tudo torna-se um circo de sangue 
A adaga tem um cabo forte 
Como deve ser a alma do ser humano
Por um breve instante já me sinto reconfortado 
A morte me tenta 
Sorrio pra ela porque a posso ludibriar
E agora sua puta, quem tem o controle?
Luís Fabiano.

 
 
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