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terça-feira, dezembro 28, 2010


Gotas no seu chão


Não se deve ficar totalmente à vontade na frente dos outros. Cubra-se. Tal liberdade ás vezes pode ser brutal. E creio que pior que as palavras da censura, sejam os olhares mordazes. Se você deseja agradar, não seja você mesmo de forma alguma. Seja limpo e asséptico.

Coloque para debaixo do tapete existencial, tudo que você realmente pensa e sente. Eis o ideal. É o que todos fazem. É o que durante muito tempo fiz. A muito decidi não mais fazer.

É como uma espécie de narcótico, ser verdadeiro causa mal estar aos outros. Isso implica em algumas selvagerias pessoais. É como ter um tigre solto dentro de casa. Alguém já me disse que gosta da ideia. Porem nada como a verdade e o tempo.

Ela era muito pudica. Quando coloquei de quatro, bombeando com força, a sua xoxota generosa, começou a soltar peidos pelo ar comprimido. Pediu que eu parasse imediatamente. Tinha Vergonha. Não parei, aquele som vindo da xoxota, era como a Nona de Bethoven, adorei, gozei bem ali e no fundo.

Depois levantei da cama, pingando porra em seu chão limpo. Ela:
-Olha o chão, por favor... olha...
-Fique tranquila mi love, estou fecundando o seu chão, minha porra é muito boa...
-Que nojo Fabiano... não é tu vais limpar depois...
-Este nojo que você fala, esta dentro de você, bem no fundo da xoxota, no cú e na alma...

Ela calou. Elas sempre são assim, fazem um caso por pouca coisa. Estava á vontade demais. Aconteceu muitas vezes. Em um outro caso, uma amiga de cama, não deixava que a visse cagando ou mijando. Ela engolia cada gota de minha porra, mas vê-la mijando, era um pecado capital. As pessoas não compreendem que não existe pecado algum em nada. Um dia propositalmente disse:

-Um dia você deixa eu secar a tua xoxota depois de uma boa mijada? Ou limpar sua bunda depois...
-Não, nem pensar, que horror... que isso? Você é um doente Fabiano... isso é uma tara...credo...
-Ei se acalme, não farei com a língua, é com papel mesmo... com carinho...
-Fora de questão, estar no banheiro é pra mim algo intimo demais algo quase sagrado...

Ela não tinha jogo de cintura, nem imaginação, nem criatividade e queria algo que não existia em mim. Havia tanta censura, frescura , numa tentativa e fazer-me sentir culpado. Eu nunca me sinto culpado de nada. Eu assumo minha luxuria e vivo em paz. Um pouco transgressivo talvez, mas sem dramas de consciência.

Uns preferem se drogar, beber, fumar eu prefiro as situações limites. Pode ser meu pecado original. Gosto de levar os que convivem comigo ao seu limite. O que na grande maioria dos casos é fácil. Porque existe, pecado demais, escrúpulos demais, limpeza demais e quase nenhuma verdade.

Aprisiona-se o animal em uma jaula e acham que tudo está bem. O animal vai morrendo lentamente, adoecendo, o brilho de seus olhos vai se apagando como uma fogueira sem lenha. Porém esquecemos, quando o animal em nós é aprisionado e morre, com ele morre também a vida, o esplendor da existência, a fome de viver.

Repeti este papo para meu amigo Sérgio, o psicólogo. Ele sorriu e disse que não tinha jeito. E repetiu a sua ladainha de sempre, quando entramos em tais assuntos. Que não me enquadro à sociedade, e por isso mesmo teria que me tratar.

Normalmente sou educado e não atenção pra isso. Concordei, contando que, quem me tratasse fosse sua mãe, gosto de coroas. Ele achou que eu estava brincando, e sorriu. Fiquei olhando para ele, olhos cravados.

Havia um silencio glacial, entre pensamentos berrantes. Por fim, educação demais, cavalheirismo e fim. Afastamo-nos sem ano novo, creio ser melhor assim. Não pretendo impor meu modo a ninguém e nem desejo mudar nada. No fundo ninguém quer a porra pingando em seu chão, ainda que seja um liquido mais sagrado que o mijo.


Luís Fabiano.





Um comentário:

Dóris disse...

Algumas pessoas são realmente engraçadas, ou melhor, hipócritas.
Pessoas muito puritanas, que gostam de certas "privacidades", não pensam nem por um momento, que algum dia poderão sofrer um acidente, ter uma doença, e que não poderão limpar as próprias bundas, tendo que depender de uma outra ou outras pessoas para fazerem tal tarefa.