Pesquisar este blog

quinta-feira, novembro 18, 2010


Ejaculando sobre rosas

Ela quer meu amor
Mas tudo que posso dar, sou eu
Os silêncios, ausências e mares de incertezas
Eis nosso problema
Ela se fere causticamente
A procura de certezas dolorosas
Espinhos de uma roseira, dançando ao vento
Deforma-se e chora, sangra
Não me vê
Quer o quer
sou o que sou
Por fim cansa
Quer dar um ponto final outra vez
Mas não pode
Tornou-se refém de si mesma
Prisão sem muros
Daquilo que não dou
Dos sonhos esfacelados que acalentou
Parado a porta, eu fico
Vão entre luz e sombra
Uma promessa sem promessa
Por fim
Agarra-me em um movimento violento
Não há mais poesia
Silvos dos instintos
Tudo torna-se brisa e gemido
Não é preciso mais nada
Nos entendemos no desentendimento
Nos afagamos em meio ao caos
Viramos aprisco sereno um do outro
Mesmo que nada seja.
Mesmo que dure pouco.

Luis Fabiano.

Nenhum comentário: