Pesquisar este blog

quinta-feira, outubro 21, 2010

Fome


Acordei faminto
Sentindo-me abundante miserável
Minha verdade, cicatrizes
Entoando cantos
Nem pão, café ou coisas assim
Uma fome sem satisfação
Aprisco sem destino
Fome
Nem mãos afáveis, carinhos sem fim
Ou um coração apaixonado
Sexo suave e molhado
Tudo parecia tão opaco
Sem gosto
Desejei sentir um choque
Uma garra aguda e caridosa
Que dilacerasse meu coração
Fome
Deseja beber um gole de beleza
Sorver lentamente
Que fosse por um segundo sequer
Um olhar com significados
Uma folha levada pelo vento
Uma pequena joaninha caminhando sobre as folhas
Gotas de orvalho
Por um segundo bastaria
Mas nada disso
Cavei meu coração
E tudo que encontrei
Foram rochas
Areia
Fiquei com fome.

Luis Fabiano.



Nenhum comentário: