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domingo, julho 18, 2010


Vacas Frias

Elas sempre chegam calmas.
Veem pastar comigo.
Grama fofa, fácil.
Chegam com seus olhares bovinos
A cabeça acenando pra baixo.
Concordando com todas as merdas que disparo.
Querem mugir comigo de algum jeito.
Pastar comigo.
Cheirar minha bosta perfumada.
Sorrimos como sorriem,
Bois, touros, vacas e terneiros.
O mundo torna-se um campo vasto e verde.
Tudo que querem é isso.
Fazemos amor gostoso,
Ela de quatro,
Entro fundo,
mas meu pau
Não chega a sua alma.
Vacas tem alma?
Ela diz, com sorriso estupido na cara:
-Vamos, vamos, vamos, meta fundo
Quero ter um terneirinho teu.
Que berre e queira minhas tetas cheias leite.
Que tenha a tua
Cara,
a cara de boi babão.
Sinto-me um boi idiota, meio feliz.
Meto fundo, até minha bolas doerem.
Ela mugi, berra,
ela goza e ela sonha.
Com o tempo,
nada acontece.
Nem terneiro, nem leite, nem amor
Nem campo verde gostoso.
Não mugimos mais como antigamente.
Quando a penetro,
Esta seca, fria e sem graça.
Outras vacas desfilam sorridentes.
Vacas magras, cheirosas e com o sexo pingando.
Mugem alto.
Mas as olho como um touro em final de carreira.
Seio o final.
No final todas as vacas ficam frias.
O matadouro,
Vitelas, picanhas e maminhas.
Congeladas.

Luís Fabiano.

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