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sábado, julho 31, 2010


Perdedor

A noite avança.
Copos quebrados, whisk bom.
Festa, perfumes e mulheres de vestidos coloridos.
Todos sorriem
sorrisos envernizados de álcool
Conversa idiota,
Correntes que arrastam pra cama.
Ela sorri pra mim sem me conhecer.
Tinha pernas melhores que os olhos.
Sozinha, uma bunda melhor que o sorriso.
a separação lhe caiu bem.
Todos os sonhos quebrados.
Conversamos um pouco,
O álcool abre muitas coisas,
A alma, as pernas, os botões ...
Tudo parecia bem, cartas marcadas,
Vitória certa.
A noite espera ir fundo.
Sem alma, a toda velocidade e sem freios.
Gosto disso.
Bêbado, olhei em seus olhos.
Senti asco de mim mesmo.
Mais uma buceta na constelação?
Olhei a minha volta, tudo é igual.
Um ninguém, entre ninguéns.
Levantei e apenas disse a ela que não dava...
Não naquela noite, e em nenhuma.
Na rua acendi um cigarro
Uma outra veio pedir fogo.
Sorria fácil...facinha.
Não quero conversar.
Talvez a fumaça entupisse meu coração, me envenenasse.
Sai caminhando noite a dentro
Querendo rasgar a noite com minhas mãos.
Tentava lembrar alguma vitória.
Eu estava com amnésia?
Não, não existem.
Olhava para todos os lados.
Cercado de pesadelos sem fim.
De mulheres que se foram, levando pedaços...
De filhos abortados...
Meus filhos que nunca sorriram pra mim.
A noite tornava-se mais escura.
Nem bebida, ou abraços carinhosos.
Sentia-me nocauteado
E abriram a contagem.
Um, dois, três...
Não tenho forças.
Não tenho nada.

Luis Fabiano.

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