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segunda-feira, julho 05, 2010


Baratas emoções

Chego tarde em casa
Madrugada ás 3:30 da manhã.
Deito-me, serenamente
Esticando o corpo,
cansado e bêbado.
Nestas horas poucas coisas
Não fazem sentido.
A luz do abajur,
fica semi embaçada.
Então elas vem.
Começam a sair debaixo do guarda roupa empoeirado.
Começam a sair das trevas.
Dos cantos que não limpo.
As observo.
Nunca tive asco,
ou mesmo me prestei a matá-las.
Acho que na verdade gosto delas.
Gosto de ver as expressões faciais humanas,
falando sobre elas.
O asco,
o nojo
o clek da morte.
Na minha mesa de trabalhos,
Um pedaço de chocolate aberto, meio comido.
Elas chegam até ali.
Mexem as anteninhas deliciando-se,
como dizendo algo misterioso.
Sorrio para elas.
Não consigo sentir antipatia pelas baratas.
Numa noite fria,
ás vezes me fazem companhia.
Caminhando rápido, com medo de mim.
Jamais as agrediria.
Mas já agredi seres humanos
Acho as baratas um pouco melhores que alguns.
Fiquei assim
Divagando, olhando minhas amigas.
Pensando nas emoções baratas,
Que animam todos e a mim.
A espera de pedaços roídos de chocolate...
De guloseimas fáceis...
De gozo imediato...
Sorrisos falsos entre verdadeiros...
Dinheiro sem força...
Toda aporrinhação instantânea.
Baratas emoções, baratas.
Fui adormecendo
E aquela porra toda perdendo
O sentido, ficando escuro,
Dormi ou morri.

Luis Fabiano.

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