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quarta-feira, abril 14, 2010

Doença Feliz




Doença Feliz.

Ninguém gosta de estar doente. Alguns gostam, mais aí a coisa é mais grave, que as banais aparências. Uma coisa é certa, a escrotidão da alma humana é sua doença mais grave. Pegue qualquer pessoa, chafurde no fundo de sua alma, certo que você encontrará merda fresca e cheirosa.

Tive todos estes pensamentos depois que encontrei Clarissa. Aparência é algo foda, mente tudo, até os ossos. Trabalhamos no hospital juntos, na época era muito gorda, enfermeira, foi atração a primeira vista. Eu era casado e jovem demais cheio de tesão, ela era conhecida no hospital, a fama de uma vagabunda autêntica. Amigos já haviam dito que Clarissa era quente demais...Clarissa oh yes...


Fui conferir. 

Realmente uma gordinha maravilhosa, um belo sorriso, uma boca de capaz de nos catapultar diretamente para o paraíso. Adorava oral, era uma especialista.Como se tivesse uma buceta na garganta. Você sabe, existem mulheres que te chupam, mas fazem por estética e agradecimento, no fundo não gostam de ter um pau na boca. Não tem problema... e outras fazem disso um dom.

O homem sempre percebe, uma mulher que não chupa com a alma, é apenas mais uma chupada, talvez até um cachorro chupe melhor.
Nossa primeira vez foi em uma das camas de paciente, recém usada, lençóis sujos mas muito tranqüilo. Me chamou pelo telefone interno:


-Vem aqui...tem uma surpresa...
-Aqui onde?
-No andar debaixo ao teu, não vai ter ninguém, a sala de procedimentos...
-OK, to indo.

Parei de fazer o que estava fazendo, desci. Chego lá, abro a porta devagar e lá esta ela, com aquela saia branca, algo erguida, mostrava as meias brancas e pernas muito grossas.Adorei. Parecia ter saído de uma sexy shop ou filme porno. Cheguei devagar perto dela, nossas bocas se colaram com fome, sede e muito tesão. Ela fez tudo sozinha. Baixou minhas calças e ficou ali, sugando com desejo.

É bom ver uma mulher fazendo isso. Me senti o mais macho da Terra.Ficamos assim um bom tempo. Então fomos para cima da cama, ela ficou ali em bom meia nove, me ofereceu a maior buceta que já vi na vida. Adorei, gozamos um na boca do outro. Minha cara ficou toda lambuzada, o gosto dela era fantástico. Queríamos seguir, mas não dava, o local, poderia chegar alguém. Fiquei pensando naquela bunda enorme dela.


Gostaria de pô-la de quatro, fazê-la gozar assim. Aquela bunda gigantesca, talvez meu pau nem alcançasse lá, mas tudo bem ,iria tentar, diria para ela na hora:”isso minha porquinha gostosa, mexe essa bundona, mexe gostoso...”


Trepamos mais algumas vezes, depois eu troquei de hospital, nos distanciamos e nunca mais a vi.Mas ficaram lembranças na minha mente, na verdade não ficou nada. Só vim a me lembrar disso porque tornei a encontrá-la estes dias. A reconheci pelo rosto e pela boa é claro. Fisicamente parecia outra pessoa, estava muito magra, magra demais alias. Creio que se fosse assim tão magra na época, talvez não tivéssemos tido nada, ela fatiaria meu pau com os ossos pontudos.
Ia passando pelo corredor:


-Clarissa?
-É, Fabiano?
-Sim sempre, puxa guria que bom te encontrar.


Ela sorri timidamente. Nos abraçamos, vejo que esta casada, fico contido, talvez não seja melhor perguntar o telefone, quando vamos sair etc...etc...
Visto a aparência de um cara sério. Pergunto:


-Então Clarissa, como estas elegante, magra como manda a moda, estas muito bonita...

Fica um certo silencio na conversa. Algo esta errado, então ela dispara:

-É que estou muito doente, Fabiano...câncer...

Engulo meio a seco, mas permaneço firme. Digo:

-Bem, nem tudo na vida ás vezes é para o mal. Estas muito linda assim magra, conforme a estética atual, onde tudo mundo deve imitar uma vareta de bambu.
-Acho que preferiria estar gorda, muito gorda e saudável.
-Clarissa, não se pode ter tudo, tudo tem seu preço.Sei que é uma merda estar doente, mas tenta aproveitar algo de bom que possa proporcionar. Doenças graves costumam trazer grandes mudanças.
-Todo mundo fala que vou me curar,mas to cansada, mas eu não sei, tenho muito medo de morrer, deixar marido, uma filha...
-Bom então tenta não morrer, uma coisa é certa, tudo na vida é possível de ser alterado, tudo, mas é preciso ser autêntico e verdadeiro no desejo.


Meu olhar percorreu o corpo dela, estava magra demais, sem bundona, sem tetas, sem coxas. Era a sombra do que tinha sido. Puta que pariu, olhei para cima, talvez Ele tivesse alguma razão desconhecida.Sempre tem.


-Pensa nisso Clarissa, tu estas muito bem para os padrões atuais, para mim nem tanto, gosto de carnes com alguma gordura...rimos


Ela sorriu disse:”tu lembras como eu era ne ?”
-Mas claro, adorava...
-Safado, tu não vais amadurecer nunca, cara ?
-Não to preocupado com isso...tanta madureza as vezes é uma merda...


Ela precisava ir, eu também precisava trabalhar.

Nos despedimos, trocamos emails e msn para não perder o contato. Disse a ela que escreveria algo sobre ela. Disse que usaria o primeiro nome.

Nos abraçamos novamente, ela sorriu como antigamente, um belo sorriso.
Não sei qual o final desta historia, mas ela parecia feliz naquele momento, talvez seja isso, a vida vale por estes momentos mágicos, ás vezes por uma futilidade estética. Na verdade tudo muda sempre, nunca se sabe o próximo capitulo.Mas quando penso nela, sinto ternura e respeito, não tem nada haver com a doença, mas quero que fique boa, essa é a coisa real ao final.



Luis Fabiano.

Magra, gorda, afinal qual o peso da alma?

3 comentários:

Anônimo disse...

O teu mau gosto e insensibilidade imperam.Imagina se essa pessoa lê isso que escreveste?E as fotos?
Creio que não tornarei mais ler este lixo que escreves.
Espero que nunca ninguém adoeça assim na tua familia.


Marta.

Fabiano disse...

Marta, poderia te explicar isso de várias maneiras,mas acho que não adiantaria.Pelo estilo,pela estética,pela arte...
Mas melhor não.Fica em paz e não leia mais,é mais saudável.

ps:já tive alguém de minha familia doente exatamente assim, nem por isso eu escreveria diferente,não se trata de mera escrita.
Um beijo onde você gostar.

Dóris disse...

O que nos parece insensível num primeiro momento, muitas vezes não o é.
Outro dia fiz um comentário em um texto, na primeira leitura(coisa que não é meu costume, leio e releio para entender), mas fui idiota e insensível, ao comentar logo após ter lido, e eu estava falando com o autor do texto.
Este texto aqui, eu li e reli, pois ele me lembrou muitas coisas sobre o câncer.
O câncer é uma doença extremamente fudida. O tratamento(quimios e radioterapias) é mais fudido ainda.
Neste caso aqui, o autor demonstra uma sensibilidade enorme ao colocar a foto de um pessoa esquelética. Sensivelmente ele percebeu que Clarissa está desistindo da vida, e como ela iria ler o texto, notaria a sua desistência. E vendo esta foto impactante, pode ser que ela acorde a tempo para continuar tentando viver.
Desejo imensamente que Clarissa se cure, e tenha muita PAZ.

Fabiano, desejo-te toda PAZ, para continuar sempre escrevendo muito.

Abraço terno.