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domingo, dezembro 13, 2009



Ranhuras da beleza.

Beleza não se discute. Nem fé, cor ou amor. Nada de discussões inúteis, que não convencem a ninguém, raramente numa discussão está em foco o tema principal, coisas mais pessoais estão em desfile, em oculto. Não creio em discussão alguma, para perceber-se uma verdade.
Quando conheci Ângela eu tinha vinte e dois anos, ela trinta e quatro. Estudávamos a noite, estudar é maneira de falar. Nunca estudei de verdade. Não pegava em cadernos, saber a matéria, que matéria? Meus cadernos eram totalmente incompletos e repletos de garranchos, que apesar dos milhares cadernos de caligrafia não surtiram efeito algum. Venho piorando desde então.Era aprovado,era péssimo aluno.
Ela era ruiva autêntica, cabelos e pentelhos vermelhos, como de fogo.Pecado verdadeiro em forma de mulher.Digo isso porque ela era namorada de um colega meu.Um tipo excessivamente macho.
Dizia que comia todo mundo. Falava demais pro meu gosto. E vocês imaginam, ela sentava-se ao meu lado, eu nunca olhava pra cara da professora, queria papo com Ângela gostosa. Peituda e falante.
Meu colega, estava ocupado demais comendo” todo mundo”, deixava Ângela, só demais. Injusto não?
Eu achei perfeito.Era questão de tempo, uma mulher carente entrega-se com mais facilidade depois de alguns goles de qualquer bebida alcoólica.
Pensam que ela hesitou?Ficou com crise de consciência? Nada disso.
Fiz apenas um convite:
-Ângela que achas de sairmos mais cedo da aula chata, irmos conversar em outro lugar, mais tranqüilo,intimo e tal ?
Ela sorri sem timidez, e responde:
-Claro, vamos, deixa só eu avisar para o fulano que estou indisposta e vou pra casa, e vamos por ai...
Fiquei pensando: preciso passar na farmácia, comprar umas camisinhas, o resto era deixar rolar. Não gosto de andar desprevenido. Tenho sempre disposição para uma transa, ou duas, ou três...depende de algumas coisas.
Fomos para um bar chamado Cais entre Nós. Lugar legal, era só pra bater um papo furado, beber algo, meu objetivo era transar coma primeira ruiva da minha vida. Duas caipiras depois, ela estava levinha, soltinha. Tocava em minhas pernas, acariciava meu rosto, começamos a nos beijar intensamente. A temperatura subiu.Fomos para motel mais próximo.
Ela não queria luz alguma. Eu adoro luz, gosto de ver detalhes, olhar o formato da vagina, ver pelos, abri-la, degustá-la, gosto disso.
A vida sempre nos reserva surpresas quando estamos desnudos,na nudez nada se oculta.
Quando o vestido de Ângela caiu, pude ver as enormes cicatrizes dela, pernas, próximo as costelas, abaixo dos seios, nas costas. Parecia que havia sido esfolada vida. Parei hipnotizado, e maravilhado com aquilo. Faltava carnes nestas cicatrizes.
Eu que já estava com um tesão imenso, comecei a beijar as cicatrizes, lambia-as como se quisesse mamar nos sulcos daquelas dores passadas.
Ela, me abraçou forte,falava aos meus ouvidos:
-Tu és o primeiro cara que faz isso. Todos ficam olhando, perguntando, alguns se assustam, e tu lambe minhas cicatrizes horríveis!
Não sei se era a bebida, mas entre o desejo, tesão e a vontade de come-la ,um carinho volátil surgiu. Sou muito dado a isso, carinhos voláteis.
Pedi para ela me abraçar forte, minhas mãos percorriam os caminhos de suas cicatrizes, entramos em um frenesi. Foi maravilhoso. Ejaculei em seu rosto, seios e cicatrizes. Ângela era bonita, e mais linda pelo que ocultava, aquelas ranhuras em corpo, eram traços de um acidente grave, mas poderia ser traços de pintor, fazendo contrastes no corpo gostoso de Ângela.
Nunca mais transamos, mas ela me disse que foi uma noite inesquecível. Talvez não fosse verdade, isso não era importante. Ela era maravilhosa, e as coisas que são únicas são assim,um instante, é a eternidade.


A paz é um sulco na alma.
Luís Fabiano.

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