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terça-feira, novembro 24, 2009


Tentando Fugir

Deixa-me sair daqui.
Agora.
Não quero ver teu olhar, que ferem caladamente, mil
Dardos, pregos de Cristo.
Dores da alma.
Saio abrindo espaços, os pensamentos me sufocam, não quero
Nem falar, nem sentir, nem olhar.
Tudo que se quer,
É ficar quieto um pouco, só um pouco.
Mas esses
Dardos...não.
Ganho o espaço, tento respirar a plenos pulmões.
Corro insano,
o vento sopra, e uma breve sensação de estar voando,
alto
Longe, de dardos e merdas existenciais.
Um pequeno silencio, é bom,
algodão embebido.
Quando se fica machucado longo tempo,
tempo demais,
começa-se a morrer lentamente.
Não existe brilho nos olhos,
e nada encanta,
tudo empalidece.
Entendemos isso, assim é o fim,
sempre é assim.
Mas não quero sentir isso, por isso corro.
Rápido.
Braços abertos.
Fecho os olhos, vento e escuridão,
Assim esta melhor.
Nada mais tem importância,
nem dardos, nem merda, nem dor atroz.
Só o que existe, é o vôo.
Fico cansado, de correr tanto.
Vou parando, percebo a inutilidade,
é preciso abrir os olhos.
A paisagem não muda, eu não mudo.
Mas para quem a dor é constante,
uma breve fuga é tudo.
É tudo que eu tenho.
Tudo.

Paz errante.
Luis Fabiano.

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