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quinta-feira, outubro 08, 2009

Roubando não,
usufruindo momentaneamente.

Eis me aqui novamente e por questões de princípios, vejo-me soterrado na inspiração “ordinária”, amiga e fiel que como um beijo de Eva, leva-me a tentação passivamente, um deleite inexplicável, somente entendido por aqueles usufruem mais dos prazeres sutis, onde tudo é praticamente possível e nada nos é velado, o limite é o seu quer e o portal o teu coração.
Por vezes a contradição nos ronda e tentamos como malabaristas nos equilibrar, mas em vão, a natureza sempre vence, força imbatível rendemos-lhe o nosso sacrifício.
Edimar que sempre tivera esse nome dúbio o que se certa forma lhe causava um mal estar eventual, quando seu nome era chamado ,as pessoas sempre pensavam que era uma mulher, e lá levanta-se Edimar para a decepção de todos, assim sendo Edimar adotou uma abreviação do se nome, Edi, que lhe fazia sentir-se melhor e a vontade.Mas quando alguém lhe chama de Edimar, caia-lhe as tranças.
Certa feita estava Edi em sua casa, adormecera e a noite caiu, e só foi despertado por um telefone que tocou, e tocava insistentemente, ao atender reconhece a voz, sim era a sua ex-namorada Joyce, que chorava em uma angustiosa manifestação, ao fone ouvia-se:
-Edi, Edi, vem me ver, sinto saudades, vem me ver por favor...
Edi preocupado, só perguntava: aconteceu alguma coisa? Ta tudo bem? Que houve?
Joyce:
-Ta tudo bem, estou com muitas saudades, por favor venha me ver...
Edi titubeou naquele instante, a ex-namorada não era exatamente a mulher de sua vida, sempre fora dada demais, aliás, muito dada o que lhe rendeu chifres intermináveis, mas ele fazia aquele papel do corno pacifico e nunca desconfiava de Joyce, que sempre tinha uma desculpa perfeita,uma obra de arte, por outro lado, o amor dele não é o que podemos chamar de apaixonado e eterno, Joyce era boa companhia e uma mulher sensual, eventualmente carinhosa, que mais ele precisava naquele momento? Tá certo que os chifres não contavam, mas que fazer, não pode ter tudo de uma pessoa,não seja tão exigente!
Aceitou o convite de Joyce, desligou o fone e vestiu-se açodadamente, colocou um perfume por via das duvidas, sabe-se lá não é? Ao chegar a casa de Joyce, luzes de abajur e uma estranha quietude, toca a porta e eis que surge a bela Joyce,trajava um roupão em tom vermelho, ela sorriu para ele e disse com aquele olhar malicioso que algumas mulheres sabem dar:
-Entra, fica a vontade...
Ficar a vontade é ótimo, Edi entrou, e quando deparou-se com um carrinho de bebe vazio no meio da sala, será que Joyce...será ? Passara tanto tempo assim? Ela percebendo o olhar de Edi, foi logo dizendo:
-Essa é minha novidade, viu? Sou mamãe, eu não queria, eu não esperava mas ai está,e estou feliz(estranho que toda mulher sempre diz isso...), posso dizer que foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida, a melhor, claro o pai não presta, poucos homens são como você Edi, você deveria ter sido o pai de meu filho, isso sim...
Agora os olhos de Joyce estavam marejados,emoção do passado,culpa e arrependimento ali estavam, caminhos errados as vezes.
O silencio de Edi era uma tentativa de entender a razão surreal de tudo aquilo, mas a verdade que Joyce estava linda, a maternidade lhe caíra bem, os longos cabelos negros naquele roupão vermelho, e um decote generoso mostrava os fartos seios, mas que Joyce dissera mesmo?
O jogo da sedução já lhe havia pego, e sem uma palavra a mais, abraçaram-se, beijaram-se longamente e deixaram as roupas como pétalas irem caindo, entregando-se a gozo e ao momento, simples como as coisas deveriam ser, em um dado instante Edi pegando sofregamente os seios de Joyce, aperta com vontade,tesão e eis que um jato abundante de leite atinge sua face.
Leite Joyce?
Sim, leite, muito leite, e mais Edi apertava os seios num delírio momentâneo,frenesi, ver aquele leite jorrando lhe fazia bem,voltara ao passado,beijava, sugava, apertava, então como um bêbado em um momento de lucidez, lembrou-se da expressão: Estas roubando o leite das crianças...
Roubando não, pensou Edimar, pegando emprestado momentaneamente, afinal a mãe tinha leite abundante.A verdade que naquela noite, o filho de Joyce acordou e teve que tomar leite em pó, ao fundo ouvia-se apenas o seu choro de fome.

Luis Fabiano.
Paz possível.

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