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domingo, outubro 18, 2009



Amor em Ré maior.

O amor faz caminhos ocultos e misteriosos no coração humano, e talvez por isso as vezes o impossível se torne algo possível, naturalmente tal colocação esta cheia de romantismo e beleza sobrenatural, e como uma pintura de beleza sui generis, precisa ser apreciada de longe, e aqui talvez resida um dos mistérios, a distancia, a distancia é fundamental, nenhum amor resiste a vinte quatro horas ininterruptas de companhia,meu deus...alguém acuda.
Este era o caso de Giani, a bela Giani, mulher de fazer a cidade por onde quer que passasse, longos cabelos loiros, olhos verdes, esguia como um fada, a voz ligeiramente rouca dava um toque de uma sensualidade constante, seios perfeitos, ela era uma obra de arte em movimento, criou vida e assombrava os corações masculinos e claro femininos também, afinal a concorrência era desleal, todas pareciam vindo de um filme de terror perto dela, ela apenas sorria com suavidade, pairava acima das diferenças humanas em um mundo belo repleto de solidão que tal distancia assim cria.
De minha parte, detesto mulheres que arrastam multidões, não as acho interessante, tenho para mim que algo que todos querem torna-se vulgar, perde o brilho e valor, dou um conselho gratuito, sempre ignore as Gianis da vida, fique com teus sonhos, onde a perfeição é possível, quanto a realidade, bem ,esta muito mais sabor embora seja opaca, algo sem vida e feia.
A solidão a incomodava muito, todos se aproximavam dela, para te-la mas ninguém queria o seu sensível coração, preferiam suas perna, cabelos, seios, bunda e vagina?Todos queriam come-la. É de fato, isso é mais ou menos uma cabeça masculina, transar com Giani era o sonho ou pesadelos de todos, isso preenchia todo e qualquer espaço ou defeito que ela tivesse. Giani estava triste, fatigada de tudo aquilo, de tantos olhares e ninguém a via, era uma projeção de si mesma, realidade impalpável, tão bela e tão só.
Mas o Criador não dorme de touca, (embora as vezes durma...) e atendendo as preces silenciosas de Giani, fez com que ela conhecesse Alberto, um auxiliar de fotografia, daqueles que seguram refletores, direcionam a luz, santa ironia, enquanto ele projetava luz nela em uma sessão de fotos, seus olhares se tocaram, e de um sorriso inocente um convite inesperado, um café, olhos brilhantes, um carinho nos cabelos beijos em fim. A beleza da floração poderia ser eterna não é mesmo?
Mas a vida tem estações, e há tempo para tudo, o coração de Giani estava vibrante, a emoção crescia como as flores da primavera, Alberto era o sonho de sua vida, homem simples, educado, carinhoso e bonito, que mais uma mulher poderia quer? Tudo transcorria harmonicamente, até um dia que Alberto iria dormir na casa de Giani, jantar romântico, ela fizera com esmero, luz de velas, era tanta perfeição que tinha que existir alguma coisa errada naquilo tudo. Beijos molhados, carinhos e uma noite de amor intenso.
Adormeceram um nos braços do outro, alta madrugada Alberto acorda-se, um ruído longo e insuportável, sim, era a bela Giani que mais lembrava um suíno obeso em um ronco interminável, Alberto olhava a cena semi acordado, não sabia se a acordava, ou tentava dormir assim mesmo, o ronco de Giani mudava de tons, tal qual uma sinfonia de horrores, hora agudo, hora grave e quando ele menos esperava ,ela peidou dormindo para complementar a dramática sinfonia, mas ela era tão bonita, afinal perfeição era só um ideal, ele fechou os olhos e tentou adormecer, e de longe quem ouvisse o som, tinha impressão que ali um gigante horrendo adormecera.
As vezes só conhecemos alguém, em sua ausência.

Um ronco suave nos vossos ouvidos.
Luis Fabiano.

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