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terça-feira, julho 07, 2009



O amante

Antes de mais nada partamos da iniciativa de desarmar-nos, sem ataques de extremismo moral ou de uma ética ideológica ambicionada, sonhada talvez por aqueles que vêem o mundo como um lugar perfeito, não é perfeito, e os seres que habitam nele, longe estão da perfeição, sinceramente não sei de felizmente ou infelizmente, assim sendo, o que temos em nós como humanidade, é a intenção, que é pura e pode tornar-se boa ou má dependendo do direcionamento que lhe dermos, e segundo o contexto, e o contexto deve ser bem analisando.
Digo isso porque quando se toca em tal assunto espinhoso(amantes,traições etc...) as pessoas pulam, como se fosse uma lepra, uma peste etc...
Vi estes dias um belíssimo filme, chamado O Amante, obra rara e repleta de sensibilidade, o filme trata de uma relação esposo e esposa de muito tempo, uma vida relativamente feliz , uma boa convivência, filhos, bons empregos,dinheiro abundante, enfim tudo perfeito para que a felicidade exista, gostamos de pensar assim,porem ela a esposa adoece, com câncer e morre rapidamente. Até aí o simples drama humano, que ocorre todo dia sem que a maioria de nós perceba. Então a surpresa, o marido descobre uma carta de um suposto amante que sua mulher teve durante anos...sim anos. Essa é a hora que os corneados saltam,vamos mugir em coro...
Então o marido cai em si, a sua amada esposa,de vinte anos, mãe maravilhosa,,mulher sensual e bela, profissional excelente, doente e agora morta, o havia traído.
Curiosamente ele não tem nem a possibilidade de vingar-se, pois ela já estava morta, mas em si o que se passa, é o não entender, como podia ela ser tão boa mulher e ainda assim, traí-lo? Então tudo foi uma fantasia em suas vidas? O que eles viveram foi apenas um teatro? Não eram felizes então? O que era a verdade neste drama de mil cabeças ? O que estava pesando mais, o orgulho ferido ou o medo de não ter sido realmente amado, a insegurança?
É o momento de profundas acusações, e o descarte de tudo que viveram em função de decepções?
Errado, tudo que temos são momentos,estamos sempre prontos para buscar a nossa felicidade,mas nem sempre estamos prontos a sacrificar o que é necessário, e as vezes a tal felicidade está nos braços alheios, ou em muitos braços alheios, então é justo ser “absolutamente honesto”,e destruir a sua vida conjugal harmoniosa, por causa de momentos de felicidade homeopática?
Claro que não.
Por vezes os amantes e amantes são para vida toda, mas jamais tomaram o lugar da esposa(o), a amante é uma categoria muito alem disso,tem seu propósito.
Você quer lealdade a toda prova?Então esquece a raça humana, tente com outra espécie mais próxima da perfeição.
Mas o que defendo aqui é morta esposa, tinha essa imagem ideal que a felicidade plasma em nosso existir, esse é o ponto,a imagem, a maioria das imagens que vemos são apenas imagens e necessariamente não precisam ser reais, (considerando realidade o que os olhos vêem ),ou você tem a mesma imagem para todas as pessoas que te cerca ? Todos vêem o mesmo você? Você fala exatamente igual, no mesmo tom com amigo e com inimigo? Isso em si já não seria uma espécie de traição? Talvez uma traição com justificativa?
Nada é perdido, o amor é deverá ser um fluxo só, e não interessa a quem vai se manifestar,quando se trata de ser humano caro amigo, nada, e absolutamente nada é absoluto, tudo tem labirintos de detalhes, tão pessoais, que no tribunal de consciência ficamos absolvidos, a grande verdade é estas, em paz, nossa felicidade é assim, repleta de seqüelas, não é pura, é momento, e com este momento devemos nos confraternizar em paz, em beleza e em harmonia, precisamos mesmo emoldurá-lo na eternidade,nos conceitos repletos de idiossincrasias tão falhas como um vidro lascado ? Isso não é exigir demais de um ser tão falho? Não é querer perfeição demasiada a qual talvez nem sequer tenhamos condições de manter?
O filme avança, repleto de beleza, o marido/viúvo castigando a si mesmo, por seus próprios conceitos,quando finalmente entende exatamente que o mais importante em verdade não é o amor que recebemos, é sim o amor que damos,a qualidade deste, as intenções desse, ele entendeu a duras penas ,que tudo era verdade e que a sua emoção estava muito alem de tudo isso, que sua vida fora mais real do que ele imaginava, mas que apenas não sabia de algumas coisas( afinal, quem sabe tudo sobre todos ??)mas tais coisas não influenciavam em sua felicidade, que ela embora ela tivesse morrido,naquele hospital, ela tão magra, sem cabelos, tão feia fisicamente,ele ainda a amava como sempre amou, e nada absolutamente nada poderia tirar isso, nem mesmo a morte.

ps- a verdade que conheço pessoas e tenho amigos que traem, mulheres que traem, e que não estão dispostos a mudar a suas boas e excelentes vidas, tranqüilas com seus companheiro e companheiras, em função dos amantes.

Paz profunda a todos.

Luís Fabiano.
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sinopse do filme: O Amante.
Peter (Lian Neeson) e Lisa (Laura Linney) estão acomodados na tranqüilidade de seu extenso matrimônio. Lisa é uma renomada designer de sapatos, enquanto Peter dirigi sua própria companhia. Na noite da festa de lançamento da ultima coleção de Lisa, ela parece evasiva e estranha. "Nunca desehou ter a oportunidade de ficar com outra pessoa?", pergunta ela. Logo depois desaparece. Desesperado, Peter luta para encontrar respostas e segue uma pista até a Itália. Ali se encontra com Ralph (Antonio Banderas), um homem astuto e encantador que é, claramente, o amante de Liisa. Mas Ralph tem seus próprios segredos.

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