Pesquisar este blog

quarta-feira, julho 08, 2009



A bunda é um templo da beleza!

A imaginação é um mundo a parte a influenciar o mundo objetivo, aqueles que tem imaginação vivem transportados entre vários mundos, logicamente estou falando de imaginação que inspira a capacidade de pensar, as vezes somos surpreendidos pela imaginação alheia que vai muito além do que em si nós esperávamos, normalmente ninguém me surpreende felizmente, porque espero sempre tudo de todas as pessoas, das coisas mais sutis e agradáveis, as piores e profundamente odiosas, se pensarmos friamente, ambas as reações são absolutamente normais se observarmos os motivos que são os móveis da mesma.
Normalmente saio para caminhar como já relatei inúmeras vezes aqui, é um prazer olhar as pessoas na rua, observá-las senti-las em alguns casos, e ultimamente tenho feito o meu retorno de passeio, pelo mercado central, lugar aprazível que tem um cheiro característico de peixe, aroma que lembra algo não semelhante a peixe mas cujo o aroma para mim é inebriante, diga-se de passagem tal aroma é cinqüenta por cento do prazer advindo das partes intimas de uma mulher(serei cínico, usando terminologia elegante para aquilo que é primitivo e brutal, mas que deve ser sorvido com lentidão e técnica para dar prazer a ambos...delicia doce aroma de peixe...), mas voltando, então de alguma eu passo por dentro do mercado publico que atravessa a quadra com suas galerias, e curiosamente, num de seus entroncamentos tem uma loja de sapatos, baratos e paraguaios, é claro que os sapatos não me chamaram a atenção mas sim a atendente, uma mulher que de longe não tinha atributos físicos de miss, mas tinha algo que era de um respeito considerável, sim isso mesmo , a bunda, enorme e linda. Por ela valia a pena fazer a passagem pelo mercado, por ela não...pelo detalhe anatômico tão característica, uma verdadeira pintura de Rembrandt, viva, carnuda expressão, beleza e textura facinantes .
Todos os dias passei a passar na frente, e como naturalmente a convivencia a distancia termina por encurtar-se com o tempo, os seres humanos são assim e de alguma forma esperava isso, mas o tempo é aliado para quem conhece as leis do mesmo, tempo vai e tempo vem, como uma grande cópula,penetração do universo no fundo de nossas vidas fazendo-as hora felizes e hora dramáticas de acordo com aquilo que sabemos por momentos.
Hoje porem a fatalidade acercou-se,e a moça simpática de nome desconhecido e com uma bunda de ouro, quando parei para observar os “sapatos-bunda”, ela sorridente dispara:
-Oi, tu passas sempre aqui,né? E olhas os sapatos, quando você vai comprar um,para me ajudar na comissão?
Eu sorri para ela,cínico pois na verdade não queria conversa alguma, era um apreciador de arte, e como bom apreciador é preciso observar lentamente. Na hora que ela falou isso, eu fiquei pensando, se aquela conversa de sapato iria seguir, porque na verdade quem queria saber de sapatos ? Esqueça.
Sorri e disse:
-Os sapatos são apenas um pretexto de sola fina!
Ela riu, mas aquele riso que é advindo da ausencia de entendimento,um riso nervoso. Eu ri junto, um sorriso plástico ensaiado como advinho do fatal desfexo da historia da bunda-sapato, pensei comigo: tomara que ela não diga mais nada, não pergunte mais nada,na verdade ela nem precisa falar ou mesmo pensar, obras de arte são para apreciar, temia que ela pudesse destruir todo aquele momento magico, com a logorréia desmesurada, e a nefasta verdade teria que aparecer?
Não por favor, não me peças o que não poderás suportar, não sem transtornos de emoção, o ser humano é muito sensível, e a verdade nem sempre é algo digno, diga-se de passagem, nunca queria saber toda a verdade de alguem, é fatal que você irá ferir-se ou ferir.
Então ela deu uma voltinha, e de-repente voltou, ainda sorrindo e disse:
- Moço, nós temos sapatos com solas mais grossas, se tiveres interessado...
Eu ainda olhando as grossas coxas e a bunda dela, disse:
-Como eu te falei, os sapatos são só um pretexto, nada mais não se preocupe...
Ela não resistiu e disparou: pretexto para que?
Na hora eu pensei: acho que vou mentir, e sair com elegancia disto, mas a verdade é um hábito nocivo,o qual não quis me furtar, foi como uma roleta russa, e falei:
-O pretexto para ver o teu lindo bumbum, o mais lindo que ja ví!
Ja fiquei esperando os desaforos naturais de um elogio mal empregado, em hora errada.Mas ela apenas riu, num sorriso que tinha supresa e ao mesmo tempo um ar de safadeza, ou eu estaria vendo demais?
Bem,não me demorei mais lá, vá que de-repente ela tivesse um acesso de ética, crise moral, orgulho ferido ou sei lá o que mais, você duvída?
Quando estava saindo, ela me disse:
-Apareça aí.
A doce e irrevogável verdade, nem tão santas e nem tão pecadoras!


Ps- este episódio foi absolutamente real

Paz profunda a todos.

Luis Fabiano.

2 comentários:

Anônimo disse...

Olha Fabiano a proprietária desta bunda deve ser algo hein he,he,he para merecer um texto,eu gostei, será que ela iria gostar?
Bjs

Ana.

Fabiano disse...

Esta é uma das típicas situações que realmente não importa o que ela iria achar do texto, a verdade que ela corrompeu um momento de arte, quase um ato religioso, fazer o que? Nada é perfeito na vida.
Quanto ao derrière dela, olha, tenho certeza que até mesmo você ou outra mulher se renderia aquele talento.
Obrigado.