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segunda-feira, fevereiro 02, 2009


Crônicas da vida Real:


Onde os escrúpulos se rendem...


Por vezes as coisas anomalias acorrem onde menos esperamos, e tomados de susto, estupor e choque, o ser humano é levado aos extremos de suas forças, é facilmente levado a fazer o que não faria sob aspecto algum segundo breve critérios morais(não é julgamento,apenas constatação...), estranho pensar nisso, mas infelizmente é exatamente assim, ainda mais quando forças que “pairam” acima de nós, não nos pedem licença!

Conversava sobre estas coisas com uma tia minha (entendam Tia no melhor sentido da palavra...),ela contava-me sobre os ocorridos recentes de nossa cidade, pois as enchentes fizeram vitimas de toda sorte, infelizmente acontecimento redundante e manchete de jornais que mostram em chaga aberta a dor alheia. Pensava sobre isso e lembro de ter falado algumas coisas pseudo-intelectivas, estopa de assuntos que não muda nada em ninguém mas enchem o tempo com alguma coisa as vezes viável...

É claro que todos sabemos de quem é a culpa, se é que podemos falar em culpa, mas a responsabilidade, somos nós todos, como um contexto de humanidade;só nos damos conta de que a natureza por vezes se revolta e literalmente vomita em nossas metrópoles seu enfado de agonia, mas não entendemos assim, culpamos ,Deus,os homens, os administradores públicos e etc...mas você já olhou-se no espelho hoje?Duvido muito.

A cidade de Capão do Leão ficou completamente embaixo dagua e rapidamente, sem luz, água potável e comunicação, a ponte a água levou, trilhos do trem, retorcidos como papel, dizia a minha tia: “ ...parecia que o super homem torcera os trilhos como uma folha papel...”contava isso com agora tranqüilidade, mas sabemos que a agonia da impotência é algo que funciona a guisa de espelho, espelho de dor e limitação, quem já passou por tal dificuldade sabe, é quase um arrependimento de que ?

Mas minha tia sorria agora e contou-me que embora com tantas dificuldades uma coisa curiosa aconteceu, a cidade estava sem luz, estava iluminada por velas mas como vocês sabem, os mercados não estão preparados para uma catástrofe, as velas acabaram na cidade e ai entra a ironia das ironias, no querer iluminar-se as pessoas foram atrás literalmente dos “mortos”, sim invadiram os cemitérios da cidade, surrupiando tocos de vela, de todos os tipos e tamanhos para levarem as suas casas, eram velas de sete dias, brancas, amarelas, vermelhas e outras, que deixaram as pobres almas e macumbas desnudas e sem luz, eu não estava lá, mas tenho certeza que algum o outro deve ter dito enquanto embolsava a luz: “ ele não precisa de luz,já esta no outro lado...” é do ser humano. Nestas horas escrúpulos pra que?

É isso que digo, nunca diga nunca, nestas horas queremos pensar em nós e tentar sobreviver, apenas sobreviver.

Não a consolo, e nem tão pouco quero ser o profeta do mau agouro a natureza não se vinga, não se revolta,não agride tudo não passa de resultado, ação e reação, ou karma ,portanto culpa é exclusivamente nossa, de nossa negligencia em relação ao meio ambiente e só sentimento tal negligencia quando ventos,água,aquecimento global,efeito estufa etc...vem adentrar nossos lares sem pedir licença, se não mudarmos, é lógico que esta não será a ultima vez...

Sou rebelde por natureza, já passei por cheias e dificuldades, já tive carro arrastado pelas águas e coisas assim, mas é preciso ser sincero, não sou de fazer coisas para agradar ao mundo e parecer politicamente correto, meu sentimento é o mesmo de milhões a diferença que meu cinismo é mais elegante quase inglês, contudo, ainda não sinto em mim a vontade de ser participe dos “benfeitores” da natureza, ou mobilizados pelo meio ambiente, nada disso alias, nem me agrada este pessoal de cunho extremista, de alguma forma lembram os novos "xiitas" e fundamentalistas do verde(oferecem soluções mas não pagam por isso...), que muito falam mas cuja ação é fraca ante os poderosos.

Penso sempre em humanidade, e esta ainda precisa infelizmente de muita agonia para entender as básicas noções de inteligência, caminhos alternativos para mudança de comportamento.

Paz e luz em teu caminho.

Luis Fabiano.

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