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sexta-feira, outubro 31, 2008



Um amigo, de um amigo,
de um amigo meu...

Quem é ou quem são os amigos?
Essa pergunta ingênua tem o fito apenas de provocar uma coceira e fazer você buscar aqueles velhos conceitos de amizade que aprendeu com alguém e de alguma forma isso ficou incrustado na sua cabeça.
Fui aprendendo que este papinho que amigo é para a vida toda é uma destas débeis colocações tão funestas como a jura de amor eterno que tão trivialmente as pessoas dizem mas que de alguma forma sabem que não é verdade, a eternidade mora em um segundo.Não se iluda pensando que eu esteja aborrecido ou alguma coisa do gênero, mas caminhava flutuando a mente e ouvia um papinho de duas meninas falando a respeito de amizade e toda aquele pseudo-significado que ela pode trazer.
De certa forma aprendi a fragilidade das pessoas, e amizade, amor, felicidade, tristeza e outras tantas manifestações são elementos circunstanciais movidos por desejos conhecidos e desconhecidos ou seja, agregam-se em determinado instante e depois se desagregam com a mesma naturalidade, naturalmente as pessoas ficam nutrindo uma emoção que deriva de um contexto passado o que lhe sugere alguma continuidade, porem esta continuidade mora em um elemento frágil que é o limite de cada um, dentro de cada ente humano existe a eterna briga do bem e do mal que todos trazemos em nós.
Então meu amigo, como garantir que tal manifestação de amizade poderá existir sempre independente das tempestades que ocorreram? Geralmente as pessoas “amigas” são movidas pela dor (a dor move o mundo...) as pessoas se aproximam convivem, se ajudam mutuamente mas cada ser humano tem seu limite, mental, ético e moral, não duvidem disso!
Que fique claro não estou dizendo que amizade não existe, apenas que ela não é tão romântica assim, o que é preciso fazer para que um amigo deixe de se-lo? Para algumas débeis criaturas é preciso muito, uma verdade desagradável, um contrariedade moral e ética e tudo desanda fácil,a confiança é muito frágil, claro a não ser quando falamos de tipo humanos muito acima do normal, especiais (o que é pela mediocridade deste mundinho algo mais que raro, verdadeira mosca branca!!)

“Maria e Elisa,eram amicíssimas, cresceram juntas, moravam na mesma rua, conviviam dia e noite, trocavam confidencias, sabiam tudo uma da outra, os pais ficavam admirados do quanto as duas se davam tão bem, chegaram a adolescência, ambas descobriram o quanto era bom namorar, dividiam tudo inclusive os pequenos “crimes” de fugir para ir a festas as escondidas, coisas que adolescentes fazem e que de certa forma lhes cria laços fortes.
Quando Maria ficou doente, Elisa pediu a sua mãe que deixasse ela ajudar a cuidar da amiga, logicamente graças a esta amizade tão bela, simples e verdadeira, as famílias naturalmente se aproximaram, era como se amizade das duas contagiasse a todos em uma aura de felicidade “extraterrestre”.
Todos eram unânimes: estas duas vão ser amigas para sempre...vão ser companheiras inseparáveis e vão com toda certeza se ajudar muito... Assim todos se expressavam, alguns vizinhos já olhavam aquela amizade profunda com olhar malicioso (é claro, sempre existe um filho da puta em conflito, basta olhar para os lados...).
Os anos se passaram e então Maria conheceu um rapaz, ela agora contava com vinte e oito anos, a amizade delas seguia profunda intima e verdadeira.Maria noivou e em breve marcou a data do casamento, Elisa ajudava em tudo, como sempre prestativa a amiga que lhe era de uma confiança absolutamente inquestionável (tenho para mim que nada ou ninguém sejam inquestionáveis, questiono até a Divindade...), a felicidade da amiga parecia ser a sua felicidade, Maria estava nas nuvens, o rapaz a amava ela também o amava, e todos se davam bem mesmo com Elisa, que tinha um namoro daqueles sem profundidade, mas como ela era divertida, entendia que seu tempo não havia chegado.
Maria casou-se feliz e linda como devem ser as noivas, foi para lua de mel e quando retornou dez dias depois a amiga veio lhe abraçar e saber das novidades, Maria estava feliz e tudo ia muito bem.
Como era esperado Elisa passou a freqüentar a casa de Maria, que embora casada fazia questão que amiga seguisse sendo sua amiga como sempre fora, sempre tinha tantas coisas para contar...
Mais uma vez o tempo passa, e um dia destes dias comuns que nos fazem questionar algumas coisas, Elisa pensava consigo mesma e só, entre tantos pensamentos lembrou-se do marido de Maria, pensava: nossa, ele é tão bonito, atencioso com ela um verdadeiro gentleman.
Aquele pensamento era inocente, mas parece que vozes ouviram o que Elisa pensava.
No dia seguinte quando foi na casa da amiga, percebeu as pernas fortes do marido da amiga, ele a flagrou no olhar, sorriu, e ela também. Maria chegou em casa e estava, pede licença que iria tomar um banho e deixa a amiga e o marido conversarem (as vezes isso pode ser um erro fatal...), conversa vai , conversa vem, ambos ficam muito descontraídos, ele educado e olhava nos seus olhos, ela tranqüila e envergonhada por achar o marido da amiga um homem muito atraente.
O tempo passou mais uma vez, e o que era impossível aconteceu, Elisa se apaixona pelo marido da amiga, e o pior que ele corresponde tal amor, começam uma relação silenciosa quase virtual, morriam de vontade de se tocarem, mas não seria direito, na costas de Maria ? Tanto marido como Elisa estavam em conflito, o limite de cada um havia chegado, o amor os havia vencido e claro Maria danou-se, porque quando se chega ao limite de cada um, pouco vai importar o que foi o passado, as dores em comum, ou os nobres sentimentos da amizade, fatal circunstancia que nos cerca, qual é o teu limite?
Logicamente que tudo isso pode ser uma imensa besteira se você for capaz do ato que transcende a você mesmo, neste caso você esta categorizado nas exceções e por isso mesmo você não nem mesmo algo “real”, um inumano(não sei se nobre ou não, mas nas exceções isso pouco faz diferença).
Não existem amigos, existem circunstancias alimentadas pela memória.

Paz e luz em teu caminho.
Luis Fabiano.

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