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segunda-feira, setembro 22, 2008



Entre infiéis adoráveis e

canalhas sofisticados...

Sempre tive para mim que muitas coisas da vida funcionam melhor quando invertidas, sou literalmente o proclamador do mundo “bizarro”, peguemos todas as coisas que não funcionam e as invertamos, provoquemos a dor lancinante do nascimento da nossa consciência através de um parto as avessas, penso realmente assim, as pessoas precisam e gostam da dor!Ainda nesta tarde, de minha costumeira caminhada do intervalo, saio para sentir o cheiro da rua, das pessoas, da poluição multifacetada que estigma almas, de fato ando pela rua para justamente sentir isso das pessoas, olhar seus rostos, suas tristezas e alguns sorrisos, seus desagradáveis aromas, para mim como um narcótico que faz eu pensar a vida sob outro prisma, certamente o prisma da idiotia que nos cerca a todos, fendidos de defeitos congênitos da alma! Argh...
Não posso negar que talvez isso seja meu sadomasoquismo, e da parte de meu cinismo pessoal dou ao mundo exatamente o que e ele deseja ainda que seja uma mentira repleta de detalhes sarcásticos e bonitos(as pessoas gostam disso, aliás, me chamam de inteligente porque articulo boas mentiras, as vezes não sei fico feliz ou ofendido com isso,mas certamente uma das minhas sete faces deve se agradar...), nesta tarde tipicamente, encontrei um personagem de meu passado eqüidistante, gente que não lembra de mim, (minha memória é razoável...)e se trava breve conversas sem compromisso, porque sinceramente não tenho paciência com o passado eu o acho sempre roto e ridículo, é como olhar fotografias antigas e dizer aquelas besteiras que geralmente todos dizem diante de fotos de seus parentes vivos ou mortos, fazem uma cara de “viagem no tempo”...não gosto de fotos.
Encontrei Frederico, ele foi grande amigo em tempos passados, quando estava no primário, mas hoje ele já não significava muita coisa, como fotografias descartáveis, conversamos, e em uma conversa você se da conta de que abismos não são feitos de distancias físicas mas de almas que não se vêem, ele me falou de sua vida, família e da decrepitude de seu viver de antes abastado e agora bem digamos humilde,nem tanto...em paralelo a isso, falou que acreditava que Deus o ia ajudá-lo, até eu fiquei calado! Mas não deu para segurar mais e então perguntei:
-tu achas mesmo que Deus ajuda aos derrotados?
Frederico, disse para mim:
-O que?
Eu disse:
-Exatamente isso, Frederico, estas te queixando, triste, aborrecido porque agora não estas mais tão bem quanto estavas antes, tu achas mesmo que a Divindade perde tempo com queixosos? (Ele riu sem graça...) Fiquei ali olhando no seus olhos para ele para ver sua reação.
Então veio o melhor, ele disse que acreditava, que tinha fé, afinal cara, Deus olha para aquelas pessoas que tem valores, acreditam na família e tem uma vida correta.
Comecei a rir convulsivamente, e disse:
Frederico, isso não é fé, é barganha com criador,tu achas que basta uma moralzinha elevada e tudo esta resolvido na vida? Vou te dizer,não sei nada sobre moral, de minha parte não gosto de pessoas “limpinhas” demais, prefiro as que tem um pouco de sujeira na mente, no coração e na alma porque soa mais verdadeiro, mais próximo do que o ente humano é feito. Digo mais, eu respeito muito mais uma vagabunda literal que uma exemplar mãe de família repleta de predicados morais feitos de vento, os canalhas existenciais tem minha admiração justamente porque esses são autênticos em seu estado de ser, brutos e feito sem nenhum verniz moral, o ser humano não precisa de moral, precisa sim de ética. Para mim Frederico, tudo funciona quase ao contrario em se tratando de ser humano e sociedade, a justiça diz que todos são inocentes até que se prove o contrário, mas na verdade é uma mentira, todos são é culpados até que se prove o contrario porque de inocentes as pessoas não tem nada!E aqui retiro a inocência até das modernas crianças.
Frederico não sabia o que me dizer, me perguntou porque eu estava dizendo tudo aquilo para ele, se ele havia feito algo errado...(algo errado ?) Fez sim nasceu! Mudei a conversa para um tom mais plástico e dócil, disse para ele:
-Que nada Frederico, tenho estas manifestações as vezes,talvez eu seja bi-polar, tu não tens culpa de nada,(claro que isso era uma larga mentira,bela,doce e carinhosa como é toda ilusão, porque as pessoas gostam de contemporizar, assim fica tudo bem...).
Ele tornou a sorrir e meu despedi dele, sorridente como uma propaganda de creme dental, ou sorriso olímpico.
Decididamente eu não respeito quem curva-se diante de todas as coisas da vida, prefiro os que desafiam e são ousados, aos que se curvam sempre eu serei absolutamente mordaz e cruel, a vida não quer que nos curvemos, quer que sejamos apenas equilibrados, mas o ser humano peca por omissão ou por força excessiva, como eu estava dizendo a tarde ia tranqüila em minha caminhada de intervalo, encontrar Frederico foi como encontra uma fotografia que não diz nada!


Paz e luz em teu caminho, com uma leve dosagem de furor.
Luis Fabiano.

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