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quarta-feira, agosto 27, 2008



Esquiva, os jabs de existir.

Nem todas as historias da vida são vertidas pela dignidade,beleza e honestidade,posso afirmar que tirei muitas boas histórias e aprendizados de estranhas, bizarras e grotescas situações, coisas que acontecem o qual você se pergunta o que está fazendo ali? Como se o filme não fosse teu, e você é personagem macabro de esdrúxula pantomima .
Muitas vezes nem tentei responder o porque, simplesmente não valia a pena, mas se descobre boas coisas e estas terminam por enriquecer a vida, nossa vida, como sempre digo, sou agradecido pelas péssimas experiências que tive pois estas me tornaram fortalecido e quase inquebrantável, golpes existem mas certamente aprendi que é preciso ter animo o suficiente para reerguer-se quando se cai.
Assim o é, então de alguma forma todos fazemos o possível para tornar a existência o mais suportável possível, não penso que existir seja um fardo, longe disso, mas dizer que aqui é um mar de rosas também não seria verdade, é luta certa, a todo momento e cotidianamente, uma constante comprovação de que se é capaz, que se está a altura, que somos de alguma forma importantes ou desimportantes, me dei conta de disso tudo conversando com Saulo, velho conhecido, não posso classificar de amigo,não sou de muito amigos, mas bem conhecido,ele narrava em tom de quem canta o hino nacional sua aventura:
-Tenho saído por ai meu “compadre”, é mandei aquela vagabunda pro espaço(a ex esposa...), sabes como é, não queria nada com nada e não sou do tipo que em o amor faz morada(era um poeta do desespero...),mas aí fica aquele vazio que vaginas deixam, é então voltei a encarar a noite novamente, barzinhos,,bebidas, algumas festas fechadas essas coisas (Eu olhava para ele mais ou menos prevendo onde aquele papinho iria parar, sou bom nisso, dificilmente alguma coisa me surpreende, minha surpresa maior sou eu mesmo...).Saulo prosseguiu com seu papo de cunho profundo:
-Então Fabiano, agente vai comendo o que aparece, sem dar muita bola a escolha e refinamento, estes dias mesmo peguei uma gorda enorme, tinha uns trinta anos, muito feia, espinhas na cara, cabelo mal cuidado, um nariz de bruxa, mas as pernas e peitos, nossa valia o sacrifício, por vezes é preciso sacrificar algumas coisas em detrimento de outras e como sabes, não se pode ter tudo, fui apostando, é claro que uma bebida seria mais que necessário para dar asas ao meu sonho, é como fazer um caminho as avessas, do pesadelo da realidade ao sonho ilusório que a lubrificação etílica proporciona, as vezes salvação de uma vida. Cara para resumir, bebemos, bebemos, bebemos...e quando olhei para ela novamente ela já não me parecia tão feia, sorri para mim, mas ela pensara que era para ela, a magia estava começando a funcionar, há..o amor, nos beijamos e tudo aconteceu, em seguida eu estava navegando em um mar de gelatina gordurosa em uma tentativa quase frenética de conseguir manter-me penetrado na vagina inundada,molhada demais de nem seio que..., (Saulo ria muito...)aquilo não parecia uma transa era uma briga, um atentado ao pudor na escuridão do meu quarto, penso que se eu e ela não estivéssemos bêbados com toda certeza teríamos vergonha, por fim, depois de uma hora de pleno sufoco o orgasmo,acendemos a luz e acho que tive literalmente meu momento de iluminação,e quis sair correndo...a magia durara até o orgasmo e nem um minuto a mais(disse isso as gargalhadas, definitivamente eu sabia que ele próprio entendia o quão havia descido, não julgo ninguém mas sempre sabemos quando alguém esta infeliz, existe ênfase demais em estados normais,conheço risadas e aquela era um disfarce que ecoava em um vazio)
O assunto não mais rendia mais nada, olhei para o Saulo e disse:
-Bem preciso ir, tenho algumas coisas a fazer, boa sorte para ti.
Meu olhar me traí as vezes, ele olhou para mim...silencio, e fui me afastando, logicamente que compreendo este jogo existencial que por vezes nos obriga a mascarar a realidade, a fazer de conta que tudo esta bem,a alimentar um mar de ilusões, somos bons nisso, disfarçamos o que é possível e acreditamos com todas as veras da alma, e isso já nos leva a entender que tudo está bem, eu procuro desconstruir isso sempre, não crio expectativas e aceito carinhosamente a vida fazendo do momento a eternidade,que torna nossos atos grandiosos, o momento que se tem é o presente, é preciso estar com todo o espírito, com toda emoção, com toda intensidade nele para o dignificar, do contrario é só mais um tempo perdido de tanto.
Por momento a vida se torna tão dura que é preciso recorrer ao que possa abstrair de tudo
.

Paz e luz tem teu caminho.
Fabiano.

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