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segunda-feira, junho 30, 2008



Diamantes existenciais

Acho que ninguém duvida da beleza inigualável destas pedrinhas, capaz de matizar a luz, refratá-la e mesmo concentrá-la se isso se fizer necessário, ele é de uma plasticidade surreal, no entanto e talvez por isso mesmo a contra parte é a substancia mais rígida do mundo, inquebrável e repleto de beleza,lapidado e inflexível, e o mundo dobra-se ao seu poder e até entendo os méritos de um diamante, que são muitos e inquestionáveis,da sua origem até a lapidação, não se faz por caminhos dos mais honestos e belos, limpos, ao contrario, ele é extraído da bruta rocha com algumas maquinas mas o trabalho é humano e quase escravo!
Mas quando sai da rocha ele parece uma pedrinha comum, não tem brilho, não tem forma, não tem nada é apenas uma pedra com potencial, e graças a olhos treinados e friamente qualificados uns irão fora, e outros se converterão nas pedras mais caras do mundo, um julgamento tão frio quanto o diamante!
Neste instante enquanto pensamentos devaneantes pairam em minha mente, lembrei-me do ser humano, da sua rigidez e da frieza que permeia a nossa vida como um todo, de um modo geral estamos sempre em posição de ataque, com pessoas desconhecidas ainda que conhecidas, pois mistério é o sabermos todos muito estranhos aos nossos semelhantes. e neste pensamento sermos uma anomalia de diferenciações em relação ao todo, gostamos de pensar assim, somos espécimes diferentes dos outros seres humanos, não é ?
Talvez melhores, é, melhores que os sub-humanos que vimos todos os dias sem condições ideais de vida, daquilo que consideramos uma vida digna, porem teus sonhos mais diáfanos são os mesmos sonhos de todos, teu querer e tua beleza são os mesmos de todos, mudam-se alguns acessórios e tudo parece tão diferente tão estranho, lapida-se ou embrutece-se, e no frio julgamento a vida deixa de existir,e no fino brilho ascendente a dura e fria ausência, tão brilhante e tão só.
Um solitário?
Impressionante como verbalizamos o que a linguagem real nos quer traduzir, ainda que em silencio de pensamentos e emoções o que verdadeiro mas não absoluto fala em ti, nas tuas não lapidadas convicções, temos pois na sofisticação do pensar por vezes nossa alma voa ainda não livre, alça vôo mas as correntes pesadas de sua limitação nos trazem o que convencionamos mundo verdadeiro,sem brilhos mas a dura e inflexível contraparte do que brilha, puxa gostaria poder viver do brilho ofuscante de Ti?
Sobreviver e absorver a dignidade de tua luz, mas como pedra dura e bruta opaca ainda, sou apenas potencial. E então dei-me conta que o diamante não tem luz própria, mas ele refrata a mesma,vive de luz alheia, mas na escuridão dos difíceis caminhos ele não o pode iluminar,uma faísca nos teria mais valia que todas as brilhantes pedras do mundo!
Devo aqui dizer, que por momentos olho para as brutas pedras que me cercam , pedras animadas emulando vida humana, e gostaria de rasgar-lhes a couraça basáltica para ver verter talvez algo mais digno?Talvez o sumo...mas das pedras é muito difícil.eis o verdadeiro sacrifício de viver a maior beleza e a mais profunda rudeza e nas duras penas fazer brilhar, acordando a tua luz e iluminar caminhos, mas só e só és.
A vida solitário,a vida de um diamante.

Falo a bruta pedra na ânsia que ela converta-se
E que aspire ao brilho.
Com meu profundo carinho.
Paz e luz em teu caminho.

Fabiano.

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