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terça-feira, junho 03, 2008



Amores Utópicos -

Ele era muito estranho ,a um tempo um mar manso a outro uma tempestade em revolta uma alma que joga em nau sem quem a dirija para o certo, este lugar incerto ,vão de nossos sonhos, abismos de nossas derrotas, paradeiro de nossa inércia, lá nos confins de nossa mente e na caudal borbulhante de nossas emoções mais tenras, débeis e infantis, não, não pense que tudo estava ao ermo ou perdido talvez,nada disso, mas é impossível agarrar pedaços de infinito, tua mão é tão pequena, e fraco é teu braço e o infinito amigo, só se permite a quem se torna como ele.
Ele acreditava claro em terna idade, sim tivera inocência passiva mas com toda certa na teoria a pratica não se encaixa existencialmente, e aos poucos mutilando emoções tornando graníticas as lagrimas, mas em seu coração não queria que isso acontecesse, afinal a decepção é humana e para alguns humanos isso leva a um mar de tristezas, é exatamente ai que ele havia chegado, gostamos de historias com finais felizes onde tudo se encerra em um sorriso, bem, aqueles que pensam e sabem que o final da historia é sempre começo de outra, nada é um final mas prólogo do que advirá.
Ele gostava de historias de amor e até chegou a escrever algumas, mas claro que a vida real se encarrega de naturalmente tornar artificial algumas emoções, o que de alguma forma abre o leque para apreciarmos do ponto de vista idealista as coisas, como uma pílula dourada, gostamos de brincar de cão e gato conosco mesmo, mas logo o ideal desbota, o tempo este amigo de todos sabe como trabalhar no entalhe das emoções, destruindo umas edificando outras, em face disso mudara muito seu comportamento, dera vazão a utopia eqüidistante como um carinho as suas emoção mais valiosas, vivia a utopia possível.
Agora criava historias de amores onde personagens jamais se encontrariam quase em uma fuga de si na inescapável necessidade de ficar em sereno e em paz, ainda lembro, eram historias que falavam do amor de uma formiga por um elefante, que depois virou piada, de uma flor que amava o sol que a consumia no calor causticante , de pessoas que amavam a fadas e princesas/príncipes encantados, amores terríveis como da viúva negra que consome seu amor no ato sexual, amores melancólicos marcados mais pela perda que pelo encontro, que ocorriam em algum lugar inatingível, impalpável de si, ali ele amava tanto, onde dedos humanos só por se aproximarem terminam por conspurcar tão lindas e sensíveis emoções, amores proibidos de corpos que jamais se tocam, tão poéticos como a lua e o sol que vivem da luz e ausência um do outro porque o tocar-se seria fenecer, amores idéias como dirá Aldous Husley, amor sem corpo ou mãos ,apenas almas que se fundem em comunhão serena, amor de “cegos”,daqueles que estão no ultimo hausto de vida beijando a morte mas querendo de todo viver.
E em meio a este devaneio encontrou paz e quietude na dimensão utópica da verdade onde a pureza torna-se realmente possível ali descansou seu massacrado coração, não mais dores da alma, não mais agonia, não mais frutos perdidos da vida, sorvia em si apenas a benção de ali ter chegado e somente isso já bastava, nunca mais perdeu-se si.

Aos que aspiram a beleza, saibam que ela é fruto de uma alma que gesta em si as nobres emoções, digna de ti dignas da vida.
Paz e luz em teu caminho.

Luis Fabiano.

4 comentários:

Anônimo disse...

O fato de dispor-se a demonstrar como o poder interior da passionalidade pode ser usada para a evolução de pessoas que vivem numa sociedade tecnológica hostil a revelações místicas, é um belo desafio. Não existe uma técnica para ajudar as pessoas a aproveitar o máximo de sua experiência transcendental e a usar suas percepções do outro mundo ao lidar com este mundo até porque são raras pesssoas que tem esta percepção e porque a idéia não é ajudar ninguém mesmo...rs Essencialmente é isto que deveria ser desenvolvido, a arte de distribuir em amor e inteligência o que é recebido em visões e na experiência do conhecimento interior e sincronismo com o universo.
Não é possível amor em toda sua verdade neste mundo, porque não estamos evoluidos o suficiente.
Moksha é uma palavra sânscrita que refere-se à libertação do ciclo do renascimento e da morte. É, para os hindus, a transcendência do fenômeno de existir. Este deveria ser uma meta....não achas?
Paz em vc

Sheela

Fabiano disse...

É fato, tudo torna-se claro quando por um breve instante conseguimos nos afastar do asfixiante intante que ficamos enclausurados em grades proprias feitas de limites para uma ignorancia sem limites, é verdade mas para aqueles que procuram a zona de conforto não pode existir "trancendencia" possivel, para se conseguir a auto-conquista é mister transgredir e como dizia Jesus conquistar o reino dos Ceus em um arroubo de vontade (O reino dos céus deve ser conquistado pela força...)é certo que isto nunca foi nitidamente entendido, mas para que tambem não é mesmo?Que sentido faria a quem se satisfaz com tao pouco, migalhas do que não lhe pertence...é claro que isto é muito mais facil...como diria Renato, este é o nosso mundo...o que é demais nunca é o bastante...e a primeira vez é a unica chance...
Concordo plenamente Moksha pode ser uma meta...mas será que eles sabem primeiro o que é dança de Maya?
Bah...só rindo ou chorando.

Anônimo disse...

Creio que o ilusório não são as coisas em si mesmas. A ilusão está em nossa incapacidade de perceber as coisas como são em seu próprio nível de realidade. Nós as vemos de forma distorcida, de acordo com nossas limitações sensoriais e nossos condicionamentos. Isso não significa que as coisas não existam, e sim que não podemos percebê-las como são em si mesmas. O que geralmente acontece...não achas?
Mas nossa incapacidade de decodificar imagens e ver sua realidade intrínseca é que faz com que Maya pareça ser para nós a grande ilusão....que baita palhaçada...rs
Sheela

Fabiano disse...

Mas é claro cara "SheenSheela", no final da grande historia em que estamos contextualizados descobrimos que não existia oponente algum no jogo e sim era uma farsa, passomos brincando com o próprio rabo...bem, aí um dado momento nem o rabo existirá!!
Essa é autentica diversão humana, um cabriolé em que as pernas batem no ar sem sair do lugar (passo de balé...)gracioso apenas e nada mais.
O resto eu deixo para o mal gosto de nossa humanidade.