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quinta-feira, maio 01, 2008



Tristes Olhos Verdes...

É muito interessante a dicotomia da vida, embora por vezes tal dicotomia nos leve de déu em déu e com isto nos deparamos com coisas não pensadas em nossa vida, com algumas surpresas, isso as vezes mas é sabido, vindo do ser humano é o esperado. Em meu intervalo diário de trabalho costumo caminhar em meio a turba ululante, apenas para observar gratuitamente e fazer minhas hora simplórias e hora profunda busca pelo insondável na linha do pensamento humano com personagens nababescos do ridículo, é claro observo a todos e raramente vejo algo que me toque, pois eu você e todos os que nos cercam são absolutamente comuns e nada extraordinários, reduzindo tudo ao tamanho real fica muito pouco mesmo, e eis o ponto de minha apreciação, que posso dizer que é o mais perto do real possível.
Caminhava nas proximidades do mercado publico peixeiro, e em meio aquela movimentação aquele aroma característico de peixe que todos sabemos como é, cabe aqui colocar que embora seja um cheiro desagradável naquelas circunvizinhanças com toda certeza tornou-se um adendo da personalidade do ambiente, uma quase marca mal cheirosa de uma manifestação característica de si, bem as vezes as coisas,pessoas e seres fedem mas poucos sentem o seu cheiro,e ali ao menos em meio ao Mercado Publico isso era autentico, fedido, mas autentico e portanto elogioso, mas esqueçamos brevemente o tal mal cheiro e voltemos...então eu passava ali pertinho quando me deparei com dois olhos desconhecidos, olhos lindos, olhos de alguém que havia chorado um pouco, um olhar triste melancólico e nem por isso menos lindo, é estranho mas a beleza faz caminhos tão esdrúxulos e que por vezes perdemos nosso ponto de apreciação e meio a turba de sentimentos contraditórios, a deixamos escapar entre nossos dedos, a beleza foge toda vez que tingimos de sombras a sua natural manifestação pela nossa limitação de toda sorte!
Então meio ao ambiente agressivo ante um aroma horrível de peixes em decomposição e longe, muito longe um par de olhos doces, lindos,verdes machados de orvalho, a pintura em contra-ponto era bela, contrastes e luzes, não interessava o que a fazia sofrer,realmente não sei, mas eram as emoções da alma ali escritas nas linhas do coração e plasmadas naquele olhar, era talvez a perda de alguma coisa, talvez de um amor de algum tipo qualquer já que sofrer por amor é uma ironia em si, uma perda ou qualquer coisa que faça amassar o coração, espremendo dele o sumo de dor emoção.
Com uma errônea apreciação as vezes deduzimos, nem todo sorriso é belo, nem toda dor é triste, nem tudo se resume em luzes e sombras, e nem toda a resposta é a certa, mas sem duvida alguma ela é a melhor que nossa percepção cativa consegue compreender e permear nossa essência.
Caminhei longe...olhando de longe...ela não me viu, olhava o vazio de fora que então refletia a dor infinda de dentro, e todos em contraponto de apreciação,ela não ria,e as poucas lagrimas secavam ao vento era uma dor quase muda e bela, não tem como escapar, o prazer sai das mãos de uma pessoa e vai para outra em um piscar de olhos, e enquanto por vezes choramos nossos pesares é certo que doutra feita outros sorriem por simples lei de similitude, logicamente para que eu sorria agora alguém, em algum lugar está chorando, alguém que você não conhece, e que não conhece você também, quem iria se importar afinal com algo assim tão subjetivo?Talvez e como quase tudo que se entende da vida termina por virar um devaneio de pensamentos longínquos, para que então distraindo a lógica possamos subjetivamente capturar a leve e doce manifestação da beleza.

A você querida desconhecida de olhar úmido.
Paz profunda em ti.
Com meu carinho.
Fabiano

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