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sábado, abril 26, 2008


Os crimes do Amor ou os
Pecados da Virtude !

Poucas emoções são mais detestáveis que as impressões físicas do “amor” romântico, não quero ser muito exagerado mas a sensação biológica é sem duvidas patológica, movida pela ansiedade,nervosismo e em grande parte dos casos com alguma insegurança em função da sentimentalidade alheia, a muito fiz a escolha de dispensar tal sensação que traz mais dano a alma humana que beneficio,justamente porque ela nunca é uma manifestação pura, escolhe caminhos os quais nosso primitivismo permeia.
Em primeira instancia até parece agradável ou esteticamente aceitável, mãos suando, preocupação com horário da chegada,coração acelerado, as ilusões que tal sentimento/sensação será perpétuo, os profundos devaneios a respeito da eternidade dos sentimentos, e eis ai talvez o primeiro pecado original,que a pessoa objeto do teu amor é a felicidade plenificada em tua vida, ao fazermos isso tiramos nossa responsabilidade de ser feliz e transferimos para ombros alheios, e claro junto com isso a culpa que se tudo ser em desastre!
Você acha mesmo que o outro é responsável pela tua felicidade?
Ao procedermos assim é porque desconhecemos e ou desejamos ignorar o que vem a ser felicidade e de onde ela parte, a felicidade advêm de um conjunto harmônico entre o que se passa fora e dentro de nossa vida, e uma compreensão do limite de ambas as fronteiras, logicamente quanto mais elementos você colocar em tua vida como fatores de complexidade é natural que tal sensação fica cada vez mais distante, a felicidade possível ao ser humano é uma anestesia da vida.
Aqui cabe uma breve colocação, não basta ter alguns pobres sentimentos para que tudo de certo na vida, ledo engano amigo, por vezes muito amar dá espaço para que a auto hostilização exista, pois é mais natural, aqui entra a verdadeira apreciação pois irá se fazer presente a realidade, passado o momento de devaneio e ilusões que as emoções românticas provocam, ali começa uma longa dança ou uma queda de braço, porque agora defeitos não serão mais disfarçados ou ignorados, e o mal cheiro não será maquiado com algum aromatizador frances, mas precisará ser assim?
Não, é lógico, porem é, para que tal situação possa dar certo é preciso que você entenda o ser humano em um contexto mais amplo, para então adaptar a regras do jogo, em minha breve experiência de vida aprendi que não existem pessoas notórias quando você as observa de perto e todos os dias, talvez o pouco respeito que tenho por algumas pessoas se faça pelo fato de eu mante-las longe de mim, não porque não queira ver o teu pior lado não, é simplesmente por saber que ele existe e claro isso me dá tédio.
Não é por você, é por mim e neste aspecto meu egoísmo é uma catedral!
Onde se perpetram os hediondos crimes do amor?
Na ignorância do que Ele seja em essência e mediante e nossa capacidade infinda de adulterá-lo em sua mais bela e nítida manifestação e com tais distorções fazermos dele o mais amplo e mais importante da nobreza do ser humano, mas deixemos as especulações e elucubrações a respeito daquilo que seja o amor e partamos para aquilo que fala mais alto em teu intimo, basta saber que toda emoção que tira o ser humano da sua “normalidade” harmônica nunca é saudável seja ele qual for, aí lembro que alguém mencionou para mim que não é possível alguém ser assim, não sentir tais coisas e que em verdade eu teria algum sentimento que em verdade guardo dentro de mim! Lamento, melhor não lamento, mas não tenho, embora não pareça, mas tais coisas são escolhas em nossa vida, quando você se condiciona que tal processo é, lógico que você ficará anexado a ele, uma dependência quase imbecil como todo e qualquer vicio humano.
Evito dependências.
É claro que existem outras nuances dos crimes do amor e a manifestações dos pecados da virtude, que são mais físicas e objetivas onde entram em jogo talvez não tanto sentimentos mais instintos mais brutais apreciáveis, onde a dor é um beneficio para acicatar o prazer uma dicotomia de felicidade e desespero, em uma fantasia de postura respeitável e por detrás das aparências quase lapidadas do Senhor, profundamente recatadas, poderá existir maior prazer que corromper as “santas” virtudes? Que conduzir o “inocente”para mergulhar nos abismos mais sensórios do prazer mórbido? Um duplo prazer diga-se de passagem ,porque se a surpresa do prazer é algo intenso é como um aprimoramento de algo mais que comum, nada mais me soa poético que olhar e perceber por detrás da candura doce e melancólica jaz uma devassidão que talvez seja o sustentáculo da virtude, sim, as vigas mestras da nobreza estão mergulhadas nos abismos lamacentos de nossos mais bizarros desejos, que calados não manifestamos ou que palidamente expomos, e como atores de vestimos nossos bem comportados personagens e tudo fica com uma aparência paradisíaca e um longo sorriso com todos os dentes.
Comecei falando de amor e terminei falando de pecado,balança da alma humana, mas é sereno para aqueles que entendem isso é bastante nítido, uma blasfêmia amorosa de minha parte tanto para quem ama como para os que desejam, pois o equilíbrio certamente não é o extremo de um ou outro lado.

Aos meus adoráveis pecadores(ras), que com cautela abusem dos seus próprios limites.
Paz em teu caminho.

Fabiano.

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