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domingo, abril 27, 2008


DA SÉRIE EU SOU UM PALHAÇO!

A cantora

A vida nos brinda eventualmente com personagens que parecem egressos de alguma fabula animada digna de algum conto mítico qualquer e que de alguma forma nos leva a questionar a realidade, não se engane a realidade é muito mais inimaginável que a própria ficção, pobre ficção, é só observarmos este nosso mundo quando mergulha-se na intimidade do ente humano, penetra-se nas mirabolancias que a mente faz para que possa sentir-se feliz ou ao menos emular uma paz ainda que o custo para isso seja a perda da saúde, mas isso é quase uma natural determinação da nossa ausência de flexibilidade em relação ao que somos e ao que desejamos ser, quase tudo se passa nisso, e geralmente não temos a capacidade de negociar consigo mesmo então por um breve instante abre-se o espaço para insanidade, como uma auto punição, culpa e a escada para baixo aí é quase infinda, mas ainda não entremos em depressão...por favor...ainda não.
Ela não cantava absolutamente nada, embora tivesse a alcunha de uma nobre cantora, com olhos esbugalhados como quem fita o nada e nada vê, grossas sobrancelhas e um cabelo parecendo um “playmobil”, uma voz semi aguda parecendo de uma criança embora ela tivesse mais ou menos dois metros, com uma fala direta e prodiga de xingatórios e impropérios dignos de uma sadomasoquista, falando aqueles que cuidavam dela algo suave como:cadelas,prostitutas e assemelhados, era de uma manifestação muito estranha pregando sustos nas pessoas pela maneira reta de caminhar e chegar de surpresa, em sua voz sem nenhuma harmonia entre ligeiros e fugidios cuspia-se ao falar era preciso um guarda chuva para ficar perto dela, era uma exímia cantora. Era uma dessas criatura adoráveis, insanas, mas adorável, aqui é claro abre-se o precedente ,os loucos realmente não precisam ser respeitados justamente por serem loucos, ela parecia não ouvir nada que lhe era dito, andava rápido dentro de casa mais parecendo um fantasma que mesmo alguém de carne e osso!
Confesso que quando a vi a primeira vez e não sabia de sua falta de norte quase pedi para ela cantar uma...da um canja ai ô cantora!!Mas fui alertado que isso poderia ser um risco então deixei assim barato mas é claro fiquei com aquela sensação do ato proibido, o melhor de todos ele acicata o nossa vontade de literalmente pecar.
Somos assim mesmo, bem é claro que durante o tempo que la fiquei sobrou para mim, mas minha reação foi a de quem realmente observa uma louca, sorri, mas sou muito plástico em minha ações, praticamente não tenho reações tento sempre pensar antes de agir, mas claro que na minha mais profunda lucidez mental embora sabendo da sua insanidade se me fosse permitido daria um tapa em sua bunda, apenas para ver a reação, como quem bate em um bumbum de criança para punir mal criações lógico sem maldade alguma, apenas para puro deleite pessoal, ver a “cantora” doida com a derrier dolorida certamente isso iria dar uma adicionada a mais em sua manifestação talvez mais violenta ou mais divertida, como não rir ante a fatos bizarros demais ?
E neste momento eu trocaria de papel com ela e com algum prazer, uma vez que acicatar a loucura não deixa de ser uma outra espécie de loucura, relaxei explorando inescrupulosamente a loucura alheia, poderia tornar mais bizarro isto?É claro quem para alguém com grande disposição e inventividade de sobra sempre sabe como abusar sadiamente das malucas intervenções alheias, aquele era o momento que talvez não bater em sua bunda mas apalpá-la carinhosamente, que destino a cantora maluca teria ?Como uma sensação de um sorteio de cara ou coroa isso foi o que ficou em mim.
Como não nos fascinarmos por tais criaturas?
Aos louco de dentro e de do lado de fora do hospício.
Paz profunda.
Fabiano.

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