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sábado, janeiro 26, 2008

Beijo sem lábios

“...então lentamente ela foi se aproximando e suas mãos se encontraram em uma dança misteriosa, quando seus lábios se tocaram em uma emulação de beijo, beijo sem beijo, apenas um símbolo da profundidade, talvez da brevidade de um instante repleto de entrega e preenchido de pura emoção, seus lábios se tocaram mas não se tocaram, ela queria que ele removesse a mascara, mas ante a negativa o silencio da compreensão e do respeito falaram mais alto, embora através da máscara ela beijara seu coração, afagara sua alma e tocava seu espírito onde quer que ele estivesse, era curioso, embora vestidos ambos estavam nus, que poderia se esperar quando a verdade perene é o pano de fundo da intenção,o corpo encena o vai a alma, mas como os sentidos primitivos do corpo raramente permite a profusão que abunda na alma, pudéssemos tocar sem tocar, ver sem enxergar, perceber por mero entendimento e quedarmo-nos em paz ante ao que é mais sublime.”
Afastaram-se então e nunca mais tornaram a ver-se, porque existem momentos e singularidades que valem toda a teia de sofrimentos que emaranham por vezes nossa alma, um beijo sem beijo vindo da tua intenção mais pura trás paz e serenidade a ti e a todos que se acercam.
Quando nossas intenções são repletas de entrega profunda e sincera?Quando em nossos corações deixamos a peias egoísticas de lado e pensamos no outro ou nos outros sem que em nada lucremos com isso?Seria o nascedouro da intenção o berço da própria corrupção primordial?Ou seriam os outros apenas apêndices de nossas realizações que são de nós para conosco mesmo?Detalhes fortuitos para prazer próprio?
Não assumimos nosso exato estado pessoal porque sinceramente não acreditamos nele, alguns se presumem melhor do que são e outros piores do que se imaginam e poucos muito pouco conseguem ver-se sem que suas lentes estejam obnubiladas por interesses pessoais, será que percebemos que a visão ,o paradigma de uma coisa não deve ter o esporeamento das circunstancias adulterantes do momento? Conseguimos “julgar” uma situação absorvendo o contraponto da mesma e em defesa?
É preciso fazer a entrega e nada mais.


Paz e luz em teu caminho.

Fabiano.

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