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sexta-feira, dezembro 14, 2007

Gosto do não gosto...

Em um dado momento da vida de cada um de nós naturalmente surge um enfado, enfado de existir,de sentir e pensar, como se entrássemos em um devaneio contemplativo as avessas onde todas as coisas perdem o sentido de ser, por sua oxidação em relação a nossa apreciação, então nada tem muita distinção, mesmo as coisas mais preciosas da existência, as verdades libertadoras da nossa percepção do real em nós, mesmo isto não nos pode guindar aos altiplanos da plena satisfação e da paz, neste momento tudo tem uma cor acinzentada, nada ofusca, apenas uma visão fria, crua e essencial da vida.
Por outro lado não vislumbro belezas e nem feiúras apenas um potencial de nada, a mais aproximada visão da realidade contida em si somando-se todas as tuas emoções, pensamentos e derivados disto, fatalmente serás conduzido a esta dimensão estranha onde você percebe que o que conta em verdade é a tua capacidade de vislumbrar a essência de si, talvez onde verdadeiramente sejamos irmãos, irmão de tudo em relação a vida, das pedras as estrelas, uma pedra é uma estrela mas apenas se você souber como olhar para ela.
Mas voltemos ao meu enfado, então em uma caminhada percebi que tua tristeza ou felicidade não é maior que de ninguém, mais o que ela possui de especial amigo é que ela é essencialmente tua, erguida por ti e ninguém mais, essa é a visão mais aproximada daquilo que entendemos como realidade, retire-se os filtros, as emoções mal entendidas, os condicionamentos mentais, os medos e ansiedades e parte da verdade desabrocha em ti, sem forçar, como um fruto maduro em época de colheita, sabes colher o fruto e saborear o seu esplêndido sabor? Bem, isso é tudo na vida para ser-se feliz.
Então você descobre que não existem amores e nem ódios, belezas e nem feiúras,nem perda ou ganho, mas sim que esta é uma condição que você se coloca em momento de percepção, isso não termina por ter muito sentido quando este momento se altera, alias a ciência vive sob esta perspectiva, um gangorra de verdades que se tornam mentiras e mentiras que transformam-se em verdades, razão porque o absoluto de nada não existe.Existe um culpado absoluto? Um inocente absoluto?Não, apenas momento de percepção,razão porque infinito e eternidade não fazem muito sentindo para nós, que gostamos de espaços claustrofóbicos que nos dão a estranha sensação de estar próximos ao limite do Si, mas quem impôs este limite? Você mesmo. Parece besteira, falava com uma amiga a respeito de suas capacidade de cantar,bem ela não canta muito bem, mas afirmava que queria cantar, bem eu disse o primeiro passo é indentificar-se com o seu péssimo cantar, a partir disso tens a percepção do quanto se tem de melhorar, e se pode, disse que quem a estava limitando era ela, somos naturalmente um conglomerado de potenciais, direcione a sua energia e converta-se no que quiser, quem impõe este limite é você, você é o prisioneiro e a prisão, o que lhe falta então? Não é acreditar mas antes sim saber que você pode.
Mas isto tudo é ainda grosseiro e muito pratico, existem coisas mais sutis e belas em ti que precisas decifrar, entender e dar vida.
Por vezes as coisas vão lhe dar um profundo cansaço, a rotina, a vida , o trabalho a vida em família tudo isto em determinado momento não terá sentindo algum, importância alguma, é o momento que você se percebe, fugimos disto achando que estamos ficando insanos e é justamente o contrario é o momento do encontro, da reflexão, por infelizmente só refletimos quando postos contra desafios, ninguém amanhece refletindo sobre estas coisas, somente quando as condições extremas se lhe achegam, sejam a dor, a doença, a tristeza de toda sorte, mas somente quando chegam a você, não ao mundo,ao te vizinho ou quem quer que seja, é a ti, o teu chamado pessoal, neste instante tudo muda. Percepção que se altera.
Ainda me sinto com muito enfado, cansaço perene, os prazeres não me dão prazer, aquilo que mais amo converteu-se em algo inútil,nada é importante as coisas apenas são a razoável, fria e estática continuidade do que são, sem cor, sabor ou beleza.
Agora deixe-me descansar, esta modorra chegou ao seu fim.

Fraternalmente
Fabiano.

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