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terça-feira, novembro 13, 2007

Sinceridade?

Rodolfo era uma pessoa de boa natureza, tentava ser justo as vezes buscava meios de ajudar as pessoas e noutras tantas nem se importava com nada, como se nada tivesse muito importância em sua vida, gostava desta maneira de apreciar as coisas, existia uma passividade dinâmica em sua inteligência,bem, embora não fosse muito inteligente, inteligência comum como costumava dizer, achava os seres humanos uns tipos primitivos através de suas procedências em relação aos outros, por vezes sentia ojeriza em relação até a si mesmo,naturalmente neste caminho por vezes julgava as pessoas, embora fosse contra a qualquer julgamento, ria de si mesmo ao pensar isso, pois afinal como o ser humano é esquisito, estranho, esdrúxulo mesmo.
Ao longo de sua vida aprendeu muito, afinal a experiência advinda da felicidade e tristeza tem subjacentemente aprendizado da natureza que busca o equilíbrio sempre, mas sua visão do ser humano continuava a mesma, as pessoas olhavam para Rodolfo com estranheza, nunca sabiam como ele iria reagir, em uma manhã destas que todos eventualmente temos, manhã cinza, feita de nuvens carregadas cujo o brilho do sol oculta-se, manhã feita de transtornos bi-polar, ao abrir os olhos para este dia deu-se conta de si!Você já se deu conta de si mesmo?É aquele momento raro onde percebemos num momento de lucidez como uma interrupção do ego e uma mergulho infinitesimal de alguns segundos na consciência de Sí, naquele segundo você percebe você, percebe os outros, vê com tanta clareza os problemas e as raízes embaraçadas dos mesmos, Rodolfo viu-se a si mesmo, e percebeu em momento algum de sua vida tinha sido sincero em relação a si, a seus pensamentos, a seus sentimentos e em relação as outras pessoas, estava agora com 42 anos e sua vida tinha sido uma imensa mentira contada por ele mesmo, suas relações nunca existiram de verdade, o sentimentos que ele imaginava ter não passavam de aspirações inconscientemente disfarçadas para justificar a sua frustração de não ser o que realmente era , mais uma das imensas mentiras que contamos para nós mesmos o tempo todo, deu-se conta as pessoas a sua volta que talvez lhe gostassem, gostavam de uma imagem, de um fantasma que em verdade nunca existiu percebeu a total desimportancia que tinha as coisas e pessoas a sua volta, todas poderiam morrer que certamente ele não sentiria nada, talvez mesmo estivessem mortas?
E talvez para Rodolfo o golpe mais doloroso de todos, percebeu que nunca amo ninguém, teve corpos a sua disposição, alguma inteligência rara mas as vezes, mas amor nunca! Puxa como ele queria saber o que era isso?!Naturalmente não se prendia o desejava amor humano, feito de humanos defeitos, queria sentir-se amado, queria amar, naquele instante ele chorou muito, as máscaras então haviam caído, e ali estava ele nu na mais esplêndida e magnífica verdade o Sí ali estava, sem indumentárias,acessórios e outros tantos objetos de traição que usamos para disfarçar o que realmente somos, naquele instante ele não queria ser mais nada, queria apenas sentir uma pontinha de amor?E chorando só pensava nisso, como fazer, seu peito oprimido , a respiração carregada, ali ficou...
Naturalmente a historia não tem final feliz, pois a verdade é apenas verdade, o milagre não é derrogação das leis que mantém o universo, quando enfim damo-nos conta de nós mesmos é que começamos a viver e saímos da emulação de aspirações que não somos nós e que o tempo naturalmente encaminha para o ápice e conseqüente término, Rodolfo, naquele momento como um louco e desesperado queria apenas amar e ser amado e terminou sua existência assim, a Divindade não o veio visitar, sua ultima companhia foram as dos insetos
Aqui jaz.

Com minha melhor intenção
Fraternalmente
Fabiano.

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