Pesquisar este blog

quinta-feira, setembro 06, 2007

Castração

Talvez não tenha outra maneira, e claro longe de mim apresentar soluções, pois quando se chega em determinado ponto da vida cada ente naturalmente encontra seu ponto de equilíbrio e a solução é a maturidade consciente de experiência que cumpriu sua finalidade.
Mas recentemente dei-me conta do profundo equivoco de nossas abordagens em relação a vida e principalmente no tange ao tão aclamado amor, descobri onde matamos em verdade o amor, onde calcinamos suas sementes, onde abortamos seus frutos.
Sim, para que o ser humano possa “sentir” o que chama de amor é preciso que ele esteja rigorosamente disciplinado sob a nomenclatura do - Eu te amo ou semelhantes – eternos, será que amas mesmo?Na maioria dos casos não,mas jamais admitíramos isto. Não conseguimos ou permitimos sentir amor em sua totalidade, por que simplesmente o castramos pelas fórmulas feitas e prontas de como entendemos que deva ser o amor, por deve ser assim?Por algo que sobressaia-se ao que concebemos como uma normalidade, de um amor é encarado com estranheza? Podemos amar a tudo e a todas as coisas se assim quisermos, a fórmula é a obra criada dos castrados, feita para trazer a luz e compreensão da lógica do sentimento, o que deve-se simplesmente sentir e fluir.
Estarei eu vendo em demasia ou fiquei realmente cego?
Não, por que amigos não dizem que se amam? Por que um homem ou mulher não pode dizer olhando nos olhos que existe ali um amor? Por que filhos não olham nos olhos de seus pais e dizem que amam?Por mesmo dentre o seio das famílias a expressão de amor deve ser contida, para evitar comentários?Por que aliamos os desejos ao sentimento? Por naturalmente a castração vem, afinal poderias ser mal entendido, talvez poderiam haver duvidas da tua sexualidade,ou mesmo talvez uma paixão se inicie, talvez tantas coisas, talvez tantas castrações, tantos medos, tantas mentiras contadas para nós mesmos em uma tentativa de enquadramento daquilo que é “normal”, por que não haver enquadramento significa que não entendemos e o que não entendemos não existe, ou negamos a existência,contando que gera-se algum conforto imediato.
Qual é o enquadramento e o limite do teu amor? Curioso, como que para o ódio não temos estes limites, fronteiras tão certinhas e equânimes? Neste aspecto um ato de ódio é mais autentico e sincero que um ato de amor, por que não pensamos, não medimos não tentamos limitá-lo para que fique disciplinado,dispensamos os enquadramentos do amor, posso até dizer que a manifestação de nosso amor é uma mentira profunda e o ódio uma verdade perfeita, na vivencia baseados nisso! Mais uma das imensas ironias da vida.
Claramente um castrado é um ser preso as convenções da normalidade e para isso é preciso bom senso, pois quando a normalidade afronta a minha essência é preciso fazer a alma respirar e a grandeza triunfante daquilo que é a verdade em ti deve brilhar.E portanto um ser normal, é um normalmente infeliz, pois se fiapos de amor a ti satisfaz é por que passaste a tua vida inteira vivendo como miserável e a isto estas acostumado, a abundância te dá medo.
Nossa tentativa de viver e entender o amor é um completo fracasso salvo quando aprendemos a romper consigo mesmo primeiramente, para que teu amor seja absoluto e sincero amigo(a) é preciso que ele baste-se a si, que sejas feliz por simplesmente amar, e aguardas a recompensa pelo sentimento que nutres a outrem, não amas,amas a ti mesmo e aos estímulos que o outro gera em teu corpo e mente.
Não espero nada de ninguém, nem daqueles que dizem que amam pois isso realmente não é importante, o importante é o que eu sinto em relação a tudo e todos.Talvez seja o momento de você romper tua crisálida e naturalmente respirar em profundidade os nobres sentimentos que estão acima de todas as limitações.

Aos sedentos que bebem gotas,no imenso oceano de amor.
Paz e meu profundo carinho.

Fabiano.

Nenhum comentário: