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terça-feira, agosto 28, 2007

Eu me calo

Diante de um mundo em delírio esquizofrênico a utopia maior seria querer mudar a paisagem externa, trabalho hercúleo e mais que absurdo, talvez mesmo a prova cabal da real esquizofrenia coletiva, não há “salvação” possível que venha da periferia,da superfície desértica de nossas vidas, não, não sou dos pessimista ou tão pouco realistas, apenas me calo.Entendo que de uma forma ou outra todos fazem seu papel, todos,mas em geral somos péssimos atores e a historia que representamos é milenária e repetitiva ao cerne.
Então eu calo,não quero ser mais um no coral,uma voz sem sentido.
Ouve tempos que não me calava, que repleto de um sentimento eufórico e a euforia é uma mentira que contamos como verdade, e acreditamos em pleno, mas toda fuga é impossível e naturalmente sofre a oxidação, o nosso envelhecimento em tudo, como envelhecemos também assim tornamos senis pensamentos, sentimentos e a paisagem externa, que por mais bela que seja certamente sofrerá, mas nada precisa ser exatamente assim, a ciência moderna é bastante incisiva em afirmar que podemos alterar pelo simples pensar a paisagem a nossa volta, e para isso é preciso remodelar o caquético modelo que criamos, que aceitamos, que desejamos que seja, que aspiramos a tudo, é preciso remodelar a partir de do si profundo, não falo de derrogação das leis, mas falo de nossa essência energética, falo da imposição que colocamos a nós mesmos como sendo o modelo idealizado, breve fácil e feliz, e mais que somos cativos a ele, aprisionados ao que deveria ser certo ou errado,reto ou torto, claro ou escuro.
Amigos as coisas da vida são complementares, elementares e não absolutas, isso em se tratando de energia, de pensamento e de sentimentos, tudo o que é eterno não é exatamente eterno, tudo que é finito não precisa ser exatamente assim, mas é preciso fazermos a viagem os para novos paradigmas de sí, desfazer a construção que é nossa prisão e abrir, libertar-se e reaprender a observar a vida melhor, bem melhor.Onde esta a chave para isso?
Pensamento,um ente humano que julga a qualquer coisa castra-se, um ente humano que teme a todas as coisas, castra-se, um ente humano egoísta, afunila-se, um ente humano que não sabe o que é, é um perdido!Isso são poucas dentro de tantas perguntas?Você sabe exatamente o que é? Você é um apanhado de probabilidades, você pode fazer a escolha, ascensionar ou buscar o inferno mais próximo, e digo assim porque o inferno esta realmente é muito próximo, tanto fisicamente como na imensas gamas de sentimentos conflituosos que existem subjacentemente em você mesmo, mas é preferível deixá-los no canto escuro,não é?
Você tem medo do canto escuro?
Mas hoje eu calo, meu silencio é a profunda revolta e indignação plácida, esculpida pelas belezas que pode-se vislumbrar,o que sinto a mim pertence é intransferível, como o que sentes é a ti que pertence, podes sentir as ondas de amor agora? Ou será mais fácil vibrar nas partículas mais grosseiras das inarmonias? Quando somos onda, somos leves, somos belezas e vibráteis as mais sutis energias, quando nos tornamos densos,viramos partículas, duros, rígidos e pesados, disso são feitos os sentimentos.
Eu me calo, porque meu silencio é a completude que as vozes não alcançam, porque não é possível dimensioná-las , do que eu falaria que pudesse saciar a tua sede? Teria a tua alma a sede de meu silêncios? Satisfar-te-ia calada e plena? Ou, o ouriço de uma algaravia desmesurada, preencheria teus vãos vazios? O que fala mais ao que sente são as palavras ou que se passa em oculto em ti, que as vozes mudas tudo e absolutamente tudo dizem?Como encontrar a plena satisfação quando o desejo é infindo e aprisiona a tí mesmo em seu limitado símbolo?Não és tu um catador de significados que fica atrelado ao símbolo,e assistes a morte dele,na vã esperança que o que é morto traga-te felicidade?Assim eu me calo, e espero que escutes minha silenciosa canção dolorosa e melancólica.
Hoje eu me calo.

Meu carinho, meu respeito e minhas melhores vibrações a todos.

Fabiano.

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