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quarta-feira, maio 16, 2007

Cativos dos sentimentos

Alguém a muito tempo atrás disse para aqueles que leram o poético e doce Pequeno Príncipe, “...que nos tornamos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos”, mas por alguma fatalidade da ignorância estar cativo é, para quem não sabe, estar preso, aprisionado, é sedução das emoções mais pueris e futilmente humanas que torna a vida para grande maioria com um sentido, o sentido de ser preso e acorrentado, diga-se de passagem que o maior anseio das pessoas é tornarem-se cativas, pois isto traduz-se em segurança, caminho “fácil” e sem esforço, pois é óbvio. E com olham arrevesado para aqueles raros e poucos que optam pela liberdade, mas como ensinar cativos genéticos e dar passos sem correntes?
Certamente as correntes não são feitas de liga metálica, são construídas de burrice e ilusão e sobretudo de perpetuação da ignorância inquestionável, mas gostamos assim. Não creia, mas os mais nobres sentimentos humanos só podem se manifestar em plena liberdade da alma e essência, o que torna-se cativo ou é cativado é um condicionamento. Certamente será hoje ou amanhã entenderás, quando os dissabores solicitarem seus préstimos a tua razão e cortejarem a tua paciência, ou mesmo ainda seduzirem os teus mais baixos sentimentos, que o possuís e que estão engavetados em algum porão qualquer das dobras de teu coração.
Sem ser profeta da desgraça humana, é claro que bons sentimentos existem mas são raros, de um modo bastante prático vivemos no próprio umbigo aonde tudo de mais importante acontece! Não me fale de amor, então, a grande verdade para compreender-se a atitude humana diante da vida previsível, é preciso ser obtuso, mas muito obtuso neste reino, onde tudo parece formidável e perfeito.
Você quer torna-se ainda eternamente cativo?
Não lhe soa falso tal idéia?
Não, quero me tornar eternamente nada, pois eternidade humana é limitada a alguns parcos anos que em grande parte das pessoas, é muito mais perda de tempo que mesmo experiência ou profunda vivência, você já parou para pensar quanto tempo é desperdiçado com banalidades que a teus olhos são considerado algo de imensa relevância?
Isso é ser inteligente?Mas quem quer ser inteligente?
Afinal cativos não pensam e prefere ser assim, sentem, sentir é uma arte, mas o saber como sentir é um refinamento que o pensamento propõe.
Uma breve colocação, não aceite nada, absolutamente nada sem equacionar consigo mesmo, sem fazer o mergulho do teu isolamento, onde a verdade paira acima da nossa capacidade de crer de modo objetivo, na subjacência do que não é expresso, onde tu és um ser real.

Fragmentos de um coração
Que anseia pela poeira do infinito, luz das luzes e
Beleza inaudita.

Fabiano.

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