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terça-feira, abril 17, 2007

A outra



A outra

O inicio de fato era um paraíso, míticos Adão e Eva, tudo transcorria com certa naturalidade havia carinho, respeito, gentileza e carinho, como era absolutamente comum o procedimento de relacionamentos. Nada havia de realmente diferente, do que se espera de um relacionamento comum. No fundo isso é a ambição de todas as pessoas, terem alguém para compartilhar suas vidas, sonhos e desgraças, apenas o comum e igual a si, não há romance nisso.

Bem, isto foi até um certo dia em que Inglória acordou, brava, irritada e extremamente aborrecida. João o marido, não entendeu nada, ele começava naquele dia a conhecer a Inglória, mas ao deitar-se a noite ela não estava assim, ele deitara-se com Glória aquela noite, fizeram sexo como sempre, e ela estava carinhosa, doce e gentil como sempre, mas o que acontecera ?

Que mistério a noite trouxe, para vida de ambos? 
Sabemos que quando a noite cai, obscurece nosso entendimento, pouco pode ser feito. As luzes artificiais escondem a visão de tudo, que deveria ser entendido ao meio dia. João aturdido não sabendo mais como lidar com sua amada esposa, já quase ex-esposa, final ela estava com uma tmp, associada ao inferno astral astrológico, certamente um intestino preso, insuportável.

Ao deitarem-se a noite, eis que Glória volta, amada, doce, feliz e tranqüila. Sim havia saudade e amaram-se loucamente novamente, mas pela manhã...Inglória furiosa voltara. Percebeu agora João que se casara não com uma mulher, mas sim com duas, era um bígamo, Glória afinal tinha dupla personalidade, e era ciumenta em função disso, hora era Glória, hora era Inglória, como lidar um anjo e um demônio num mesmo corpo?

Era impossível, quando nossas terríveis personalidades se manifestam não somos nós, é o obsceno, o lamentável e o grotesco entram em cena,e o desbragar do funesto espetáculo, espelho disforme de desconcertantes manifestações.

Para mim e sinceramente, não desejo saber de Glórias e nem de Inglórias, o nome que tenha, aprendi comigo mesmo que nas Inglórias nos convertemos e nas Glórias nos esbaldamos, na Inglória você acaba sabendo de que é feito,de fibra, de aço e de água, na Glória é o efêmero, quase utópico, sonhos feitos de vapor e vazio, fácil.

Mas afinal meu camarada, quem quer algo um pouco mais difícil? Quem quer fazer Yoga para entender o outro(a),ou o próximo?Queremos parto sem corte, sem dor?Lágrimas sem água?Felicidade gratuita.Isso que queremos, algo que necessite o doar da tua alma, o preço torna-se insuportável.

Sabem qual é o preço?
Descubram, afinal o bolso é de vocês.

Fraternal respeito, e olho na Glória.


Luis Fabiano.

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