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segunda-feira, abril 09, 2007

A dama do Lixo

Certa feita chegou-se mim, linda tranqüila e transparecendo paz, havia naquele dia alegria em seus olhos, vestia-se muito bem, com aprumo e bom gosto, alías como sempre, havia o predomínio da razão e emoção na sua maneira de viver, de trajar e de conduzir sua vida, uma passionalidade que vinha de suas entranhas e ditava as normas de sua vida.Jamais poderia fugir disso, como poderá também, fugir da sua essência?Isso é constatável, não podemos fugir de nós mesmo, é uma corrida fadada ao fracasso, pois a consciência sempre vence, você pode anestesia-la, pode tentar engana-la, pode até mesmo adormece-la por um longo tempo, visto o mundo que aí está.
Piada de bêbados, bizarro é certo.
Mas naquela noite, ela tinha um sorriso da almas doces, uma mistura de carinho e leve sensualidade sofisticada, leve, uma pluma. Assim me deixou, fora as suas atividades noturnas, nas ditas diversões que o mundo proporcionam, falsas alegrias servidas de bandeja, na escuridão da noite onde nada é muito nítido, onde o artificialismo das luzes maquiam fealdades e belezas, alegrias e tristeza, dores e angustias, sorrisos e lagrimas.
A noite avança,a madrugada vem e com ela a inexpugnável verdade.
Encontrei-a na madrugada, com uma noite sem estrelas dentro de si, os cabelos desgrenhados, o olhar agora triste, perdido em colapso.O rosto traduzia o desespero e arrependimento, as roupas amassadas, os pés descalços, a beira de uma calçada, e lagrimas, nada a fazer, a tragédia da noite a havia engolido, entorpecida é certo, anestésicos animadores para tragicomédia, um palhaço solitário animando nada.
Era tempo de recomeçar, o amanhecer, não tardava e é bom que a luz não nos pegue longe de casa, os que saem a noite sabem o quanto é terrível um amanhecer na rua depois de uma noite em claro em entretenimentos baratos.
Um porto seguro, um lar, algum lugar o lugar mais tranqüilo e seguro que podemos estar na solidão de nossas profundas emoções, sejam elas uma catástrofe ou um idílio.
A noite chega novamente...

Fabiano.

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