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sábado, janeiro 06, 2007

Sobre o Demonio..

Pergunta:-Qual é a vossa opinião sobre a existência do Diabo?

RAMATIS – É evidente e indiscutível que o homem ainda é uma entidade mais perversa e poderosa do que o lendário Lúcifer.Depois que o terrícola lançou a bomba atômica sobre Hiroxima , desintegrando mais de 120.000 japoneses, ao simples apertar de um botão eletrônico e pelo processo mais eficiente e sadio de exterminação , o Diabo deve ter tido uma crise de frustração indescritível e possivelmente ainda hoje, deverá estar deitado num divã de qualquer psicanalista infernal, confundindo mais as suas idéias em conflito.Não será capaz de continuar na administração do milenário Inferno, profundamente humilhado diante dos caldeirões anacrônicos de dois mil anos passados, ao se ver superado pelo processo humano no campo da barbárie.Ademais ,há de reconhecer a sua inutilidade, ante o fato irônico de lidar com a pior fauna humana nos diversos departamentos do inferno , a qual é constituída pelos criminosos irrecuperáveis - os pecadores mortais.
Não duvida que o Diabo é um produto mórbido da imaginação humana, pois o modelo escolhido para configura-lo é o próprio homem, com alguns enfeites , que seriam motivo de risos em vosso país, com os célebres cornos.
Assim, em face de tantas atrocidades, crimes e impiedades, existentes no seio da própria humanidade terrícola, e que se sucedem, tanto em tempo de paz como de guerra, é muito difícil um homem conseguir pintar um Diabo muito pior e mais cruel do que ele mesmo.O mais singelo exame e analise da história do mundo terreno é suficiente para se comprovar quanta tortura, massacre, tirania, perversidade e pilhagem norteiam a evolução, motivados, desde as ambições políticas ,até a ira e as desforras religiosas, como durante as cruzadas da Idade Média, quanto se retalhavam vivos os infiéis , comandados por Saladino;a famosa Noite de São Bartolomeu, em que milhares de católicos apunhalaram os protestantes , por ordem de Catarina de Médicis, a impiedade dos doges venezianos , cujos adversários políticos eram colocados em esquifes de ferro e , depois se fechavam as tampas, internamente eriçadas de espetos acerados; as pirâmides de cabeças decepadas e amontoadas por Gengis Khan e Tamerlão; a matança dos cristãos, nos circos romanos, ou na forma e tochas vivas a iluminarem os jardins de Nero; as chacinas monstruosas na China; os enterrados vivos no Egito;as degolas em massa, na Turquia;os atrozes empalamentos dos infelizes parias, nas estacas da Índia;os incêndios das cidades pacificas, pelos flagelos de Átila.
Os próprios sacerdotes Católicos, que tanto acusam o paranóico Belzebu, e lhe atribuem a culpa de todas as maldades do mundo, ainda se tornaram bem piores, quando o Papa Gregório IX instituiu o “Santo Oficio”. No decorrer da Inquisição, iniciaram a guerra de extermínio aos judeus, mouros, protestantes, hereges e maus católicos, sofismando com o principio da “purificação”;chegaram a hipocrisia de “orar” pelos culpados. Nos infectos porões de torturas, arrancavam-se línguas, olhos e orelhas, decepavam-se dedos, mãos e pés, até os carrascos do “Santo Oficio” transformarem os infelizes suspeitos de heresia em molambos esfrangalhados, que , depois seriam torrados no fogo das fogueiras “divinas” e ao cântico de “hosanas” a Deus.
Evidentemente, a prática de tais perversidades, tudo em nome do manso e amoroso Jesus, fruto do sadismo humano delirante, começou a afetar Satã que , entre estarrecido e complexado, lamenta sua falta de criatividade e os seus pobre caldeirões enferrujados, que só permitiam uma tortura “estandardizada” e, cada vez mais, ridicularizada pelo próprio homem.


RAMATÍS - Sob a Luz do Espiritismo

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