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segunda-feira, dezembro 11, 2006

A voz da Cicuta

Dizem que a história se repete, sempre em circunvoluções e elipses mais elevadas ou nem tão elevadas assim, mas, que as coisas se repetem ao longo de uma vida,isso é certo, e nossa capacidade de enfrenta-las na maioria dos casos é sempre mais positiva. Claro tem coisas que enfrentamos uma vez única...é o caso de Sócrates, o filosofo que por dizer, “ a pessoa mais sábia é aquela que sabe, que nada sabe”, isso lhe valeu um fatal gole, em um copo vagabundo de veneno, Cicuta.
É nessas horas que penso, que voz teria a cicuta que matou Sócrates?Imagino que uma voz sensual, doce, cheia de uma malignidade e sedução, aliás como são as tentações da vida, caminhos largos e fáceis quase instantâneos, por isso cuidado, todos os passos que damos em uma vida tem repercussões .
A maior ilusão é essa, instigação ao imaginário que pode ser, mas que em prática torna-se impossível por nossas próprias limitações, a culpa não é da vida. Comparações, existem situações na vida amigos(as), que somos expostos a voz da cicuta, quem consegue ver nas entrelinhas consegue se safar, mas a maioria de nós se vende fácil, acredita fácil, se ilude facilmente, somos tendenciosos e neste momento os nossos defeitos conspiram contra nós, a voz...
Não estou pregando o ateísmo, contrário devemos crer, e crer muito nas coisas boas da vida, meu dilema é ter consciência, dar passos graduais, errar ou acertar não é importante, o importante é viver e em meio a caos, e tentar ser feliz.
Você consegue?
Tentamos é certo, o comportamento humano não é uma fórmula química perfeita e exata, sem que percebamos estamos sempre tentando nos salvar, salvar de erros do passado, salvar as pessoas a nossa volta, sublimar o pior.
Por vezes o copo é apresentado para nós, contam os historiadores de Sócrates, que ao sorver o doce veneno, ele estava tranqüilo, e lembrou-se de uma dívida que deixara pendente, um galo que deveria ser sacrificado ao deus Asclépio, e pediu a seu discípulo que pagasse o mesmo, para que pudesse viajar sem pendências.
Tranqüilidade ao beber o veneno?
Isso é ironia, crueldade de quem justifica a maldade, e as vezes somos assim, bons justificadores...

Fabiano.


Obs:Inspirado em uma conversa com amigo Magalhães, onde ele me sugeriu o título.

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