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quarta-feira, dezembro 31, 2014
segunda-feira, dezembro 29, 2014
Navalhadas Curtas: Perdedor
Navalhadas Curtas: Perdedor
Voltei aos bares noturnos, com isso velhos amigos voltam.
Gosto disso, o ser humano me interessa, seja ele o que for, um merda, um
vencedor ou algo no meio disso. Foda-se é a vida.
Me sento no bar do Jorginho, bar simples como gosto,
estou bebendo uma gelada então Francisco da entrada, ele está chapado, bêbado:
-Fabiano meu amigo...
-Fala Chico...tudo beleza?
-Fabiano...que beleza nada...minha vida ta uma merda
-Fica tranquilo que não é um privilégio teu...(rindo)
-Porra cara... perdi meu emprego, minha mulher foi embora
com meus filhos com o Artur que era meu amigo do peito...que mais falta
acontecer?
Penso comigo...é um perdedor...e digo:
-Porque perdeste o emprego?
-Acho porque eu faltava muito...
-Sei...e a mulher?
-Acho que ela cansou dos meus tragos e também...não tínhamos
muito sexo em casa...eu tava sempre chapado...
-Massa, e o Artur?
-Ele já tinha me aprontado uma...mas nada parecido com
isso, to muito triste...
-É... acho que tens que ficar triste mesmo brother, tu é
um merda... tu és um perdedor nato, merecias um troféu em honra a derrota!
O bar está em silencio...então Chico começa a chorar.
Luis Fabiano
domingo, dezembro 28, 2014
Navalhadas Curtas – Elevador
Navalhadas Curtas – Elevador
O ser humano é difícil. Se você não acha isso,
experimente o elevador do meu prédio. Papos de elevador são papos feitos de cu
para piça... se você não tem nada a dizer, não precisa dizer nada, nem oi, nem
tchau, nem bom dia, nem... nada. O silencio tem elegância.
Entro no elevador então um morador segura a porta quase
fechando do elevador:
-Opa...consegui pegar...
Concordo com a cabeça.
-E ai amigo a noite ta boa hoje?
-Hein?
-A tua noite ta beleza hoje...
-Que tu queres dizer com isso?
-Se a tua noite ta boa...ta boa né?
Estávamos no térreo...e até o quinto andar que mais
seria? Então ele fez o pior...
-Meu nome é Paulo...
-Legal Paulo...legal...
-Tu moras aqui a muito tempo?
-Ta ansioso Paulo?
-Não...to na boa
-Ok eu também vamos ficar assim então?
-Que isso cara...tu estas com algum problema?
Porque estes merdas perguntam estas coisas...
-To Paulo, quero chegar ao quinto andar sem precisar
conversar...
O cara fica me olhando...fico olhando pra ele...estamos
no terceiro andar, finalmente o quinto.
To saindo do elevador:
-O amigo, tu querendo conversar...só me chamar ok?
-Ok, vou chamar a tua mãe para um papo de perto...
A porta do elevador fecha.
Luís Fabiano.
CIO
Cio
Hoje sou o teu cão famigerado
Cheirando tuas entranhas
Lambendo teu suor
Sorvendo tuas axilas sujas suvaco forte...e linda
Cheiro fresco de cio que escorrega de ti
Não sou sutil sabes disso
Sou primitivo como ninguém mais gosta
Sou louco como poucos são...
Sou um animal em extinção...
Sou teu cão indócil
Que deseja tudo em ti...
A merda e alma
Teus traumas todos
Depressões inconfessáveis
E inseguranças que berram desespero
O teu pior me torna melhor
E essa é nossa poesia...sem retoques
Desequilíbrio sombrio que bafeja o desencanto
Sem virtudes despidas
Pecados abundantes
Sem pactos com anjos
Apenas o cão famigerado cheirando sua cadela...
Queres ser minha cadela hoje?
Com a buceta que espuma o cio
Da textura branca como um ranho dos anjos tristes
A baba branca escorrendo da tua intimidade
Seiva doce capaz de transformar a foda em uma benção
Tua alma
Teus desejos
Teu tudo...
Deixa assim... milagrosa seiva
Molhando a tua calcinha
Me chamando sem voz
No grito infame da beleza
Cordões da escuridão entrelaçando a luz
Sou o teu cão famigerado...
Cio...rasgando o certo e o errado
Animais felizes
Como a natureza nos quer...
A ponte tramada de indiferenças
Esta mesma natureza que goza e nos aniquila
Com total indiferença
Seja você o eu for
Até mesmo os cães famigerados.
Luís Fabiano.
Palavras do mestre Bukowski
Palavras do mestre
Bukowski
“Andou até o bar e pediu um drinque de vodca. Olhou em
volta. Todas as mulheres pareciam mais jovens, leves, cheias de piadinhas nessa
seção privilegiada do hipódromo.
Até mesmas mulheres mais velhas eram bonitas. Isso
entristeceu Henry. Por que as mulheres da plebe tinham de ser tão feias? Não
era justo. Mas o que era justo?
Houve alguma época justa para o homem comum?
Toda aquela merda sobre democracia e oportunidades que
lhes foi empurrada goela abaixo era só para evitar que eles incendiassem os
palácios.
Claro, de tempo em tempos um conseguia se erguer de entre
os entulhos e vencer. Mas para cada um desses havia centenas de milhares
metidos nos subúrbios ou em uma prisão ou nos hospícios, ou suicidas ou
drogados ou bêbados.
E muitos mais trabalhando por salários de merda em
empregos deploráveis, jogando os anos fora mergulhados na mera subsistência.
A escravidão não havia sido eliminada, havia apenas sido
ampliada para abarcar nove décimos da população. Em todo lugar. Puta merda”.
Charles Bukowski – Miscelânea Septuagenária.
quinta-feira, dezembro 25, 2014
quarta-feira, dezembro 24, 2014
Beladona - Capitulo II
Beladona – A saga de uma mulher
Capitulo II
Explorando as merdas da vida
Fui embora bêbado trafegando pelas vias tortuosas de uma Pelotas
embriagada, madrugada despida, luzes de vapor pintando o amarelo da noite de
todas as noites. Respiro fundo e vou pra casa, gosto de respirar o ar noturno.
Chego em casa, me dispo e deito e minha cama. Fico pensando em Beladona vocês
sabem, tenho a imaginação fértil... logo sou tomando por uma ereção
incontrolável, me sinto um animal sulista, um touro louco a espera de sua vaca encantada.
Tiro a cueca dou uma boa cuspida na mão, e fico batendo uma punheta lenta
pensando nas tetas de Beladona, na xoxota de Beladona, no cu de Beladona e na
personalidade fechada e séria dela... essas merdas me excitam... adormeço assim
depois de uma gozada que não limpei, gosto de dormir assim esporrado, sujo
impregnado e acordar fedendo a sexo.
Acordo pela manhã, a cabeça dói pra caralho, é o preço,
levanto bebo agua e tomo dois comprimidos. Ligo o computador e lá está ela,
Beladona...dizendo que gostaria de falar comigo, normalmente espero o pior das
pessoas, quando vem o melhor, isso me surpreende. Ficamos falando pelo
facebook.
-Fabiano foi legal te conhecer ontem .... Gostaria de
falar mais contigo...
-Claro Beladona, qual é a ideia?
-Tenho uns planos artísticos aí que gostaria de partilhar
contigo... quem sabe podemos fazer algo juntos.
-É possível, meu negócio é escrita e faço umas gravações
com artistas da cidade por ai...
-É eu to ligada, já vi algumas coisas e gostei...
-Certo então... vamos conversando pra ver onde vai dar...
-Ta certo Fabiano.
-Tudo certo.
Não tinha muitas expectativas com relação a ela,
artisticamente falando... mas é de minha natureza não alimentar expectativas
com nada e com ninguém. Marcamos um encontro. Nos encontramos no bar Dom da
Palavra, que fica na Dom Pedro.
Gosto do lugar muito embora ele esteja complemente
desfigurado da proposta inicial, antes era um bar com livros e cultural, agora
resumiu-se um restaurante e café, sem mais atrativos que a comida.
Beladona chega atrasada, veste exatamente a mesma roupa
daquela noite, tem uma expressão cansada, como quem carrega o mundo nas costas.
Foda-se, afinal todos temos problemas não é mesmo? É a vida.
-E ai Beladona diz ai qual é a tua ideia...
-Deixa eu respirar um pouquinho cara... a vida é foda as
vezes né?
-Não sei de que você ta falando...mas sim as vezes é...
-Tenho um convivência difícil em casa... com meu
ex-marido...
-Tudo bem...eu tenho oito ex-mulheres e ai? Foda-se né...
-Tu és uma aberração cara...
-Sou...sou verdadeiro e sincero pelo menos, dói mas sou
assim...
-Eu também sou
-Ok
-Mas qual é o teu galho com teu ex-marido?
-É ele... nós temos um filho, o Homero, é uma criança de
seis anos, lindo amo ele...
-Certo...
-Não é tão simples, eu moro com o pai dele... ele é um
tipo violento e bêbado...sabes?
Quando ela falou isso, tive vontade de levantar da
mesa...estou farto destas histórias, é sempre a mesma merda, homens violentos,
bêbados e mulheres submissas, seja pelas condições financeiras seja por fatores
emocionais e por último seja por questões familiares... eu não queria saber
mais nada... mas Beladona seguiu a porra:
-Ele chega bêbado sempre...é horrível
Percebi naquele horrível algo a mais...ainda sabia o porquê...
-Porque tu não denuncia ele a polícia? Resolve isso de
uma vez, vida simples
-Não é tão simples assim, ele é o dono da casa, eu não
tenho pra onde ir com meu filho... que vou fazer? Me diz?
-Bom, pede ajuda, e teus parentes? Ou então paga o preço
desta convivência maravilhosa...
-Não vou denuncia-lo... nunca
Achei frescura, fui percebendo que Beladona não era
exatamente o tipo de pessoas que gosta de resolver as coisas... do tipo que
deixa as coisas irem acontecendo à revelia... e vocês sabem como é, com o tempo
as coisas sempre pioram. Se deixamos um abuso inicial acontecer, depois
acontecer novamente e por anos deixamos...quando vamos reclamar nem autoridade
temos...porque não nos pronunciamos no início de tudo... Não sei o que senti
por Beladona, mas posso dizer que senti pena.
Queria falar de arte e tudo se reduzia a problemas. Por
fim conseguimos tocar nos assuntos melhores.
Falamos sobre poemas, vídeos, pinturas e coisas que são
bem capazes de nos catapultar para longe de toda merda existencial, longe
mesmo...e no fundo queremos é isso, a vida de qualquer ser humano é uma merda
quando vista bem de perto... você já olhou a sua de pertinho? Então relaxe...você não ´é e não será o único
fudido na vida.
Algo ficou em mim...queria saber mais da Merda de
Beladona... esse ex-marido que nunca denunciaria? Porque não? E o que teria de
ser denunciado? Havia um segredo
ali...eu deixaria a coisa fluir normalmente, ela me falaria com o
tempo...talvez eu a comece com o tempo, talvez tudo virasse uma merda com o
tempo...vai saber, como diz em um filme que gosto muito – o tempo arruína tudo.
Luís Fabiano.
segue essa porra para o pior...
domingo, dezembro 21, 2014
Trecho Solto...Tao-te King
Trecho Solto...
“ Querer segurar alguma e com isso faze-la transbordar
Não vale a pena.
Querer usar alguma coisa e mantê-la sempre afiada
Isso não pode durar muito tempo.
Uma sala repleta de ouro e pedras preciosas
Ninguém consegue proteger.
Ser rico e nobre e , ainda por cima, arrogante,
Só isso já atrai a desgraça.
Realizada a obra é hora de afastar:
É o Tao do Céu".
Tao-te King
sábado, dezembro 20, 2014
A Navalha da Cena - CIDADE DE DEUS !
A NAVALHA DA CENA - CIDADE DE DEUS (2002)
Todo
o filme tem ao menos uma cena rascante. Aquela que é porreta! Fudidassa da
porra!
É
isso, ou o filme é uma merda. Fio da Navalha retrata tais cenas intensas, que
te prende, como um corte inesperado.
Hoje retratamos uma cena do Filme: Cidade
de Deus- 2002
A
cena é a seguinte: Paraíba é machista pra caralho, mas não fode com a mulher
como deve... na vida você sabe, nem tudo pode ser amorzinho gostoso... tem
rolar uma putaria entre o homem e a mulher... tem que rolar, ta ligado? Porque? Porque mulher também gosta de putaria
é simples...é humano.
Então
duas minas conversam a beira do tanque trancando uma ideia bacana... curte e
não esquece da banana.
Olha aí porra...
Olha aí porra...
Luis Fabiano.
domingo, dezembro 14, 2014
Matador de Passarinho - Claudio Assis
Caros amigos do Fio da Navalha, esta é uma entrevista que eu sinceramente gostaria de ter feito, é Fio da Navalha totalmente... o grande diretor de cinema Claudio Assim quebra a banca, nada do que eu possa dizer chegaria ao pés de sua performance.
Obrigado Júlio Sperling pela indicação.
APERTEM OS CINTOS !
Cicatrizes
Cicatrizes
Deixe-me ser doentio...
Por favor
Só um pouquinho...
Deixe que esqueça as formas e o primor dúlcidos
E me deleite naquilo que mais odeias em ti...
Sim...
Quero tuas cicatrizes
Tecidas pelos acidentes da vida
Pelos tropeços e atropelos tantos
Por dores que nunca se foram em ti...
Que tragas aprisionada
Em bagas fluorescentes da tua alma...
Deixa eu enrodilhar nas tuas feridas
As novas
As velhas
E as que ainda virão
Nesta noite maldita não quero tuas tetas
Tua buceta
Ou teu cu
Quero tuas lágrimas
Quero recender os pecados infames
As memórias piores
Que como lâminas invisíveis riscaram
Teu corpo
Teu espirito
Teu nada...
Nesta noite maldita
Quero beber dos teus pesadelos
E a escuridão mais profunda nos abrace
Como renegados que se perdem
Quero o aço
O cuspe e o vazio que há em ti...
Quero me afogar nas tuas culpas
E que possamos ser o pior que fomos em uma vida inteira
Beijas tuas cicatrizes
Lambe-las
Até que tudo que reste sejam
Lagrimas
Tuas
Minhas
Abençoando um novo destino
Porque a beleza faz caminhos estranhos
Fazendo do hediondo extremo
Rosas da transcendentes
Seremos felizes?
Não sei
Mas isso a gente nunca sabe.
Luís Fabiano.
quarta-feira, dezembro 10, 2014
MIJA EM MIM
MIJA EM MIM
Não quero saber como vagam as tempestades
Nem como se agitam as nervuras
Quero o diálogo finito e puro
Que desdobram em ti
Reversos incertos sem moral
Sem pudor
Sem medo
Sem dor
Quero partilhar contigo
A seiva e o fruto
E que sejamos vermes
Parasitando a existência
Simples comida do tempo
Quero você com sangue e merda
Que teu dejeto seja meu vicio
Sim...
Quero beber de ti toda
Intensa
Suja
Densa
Louca
Quero beber do teu mijo
Como se possível fosse te engolir
Inteira
Ela foi então ao banheiro
Deixou a porta entreaberta
Baixou a calcinha...
Me olhou séria
Como a tempestade das nervuras
Me chamou
Fui de joelhos
Rastejante verme
Ela me guiou
Sou o escravo maldito
Enfeitiçado pela necromante...
Ela coloca minhas mãos pouco abaixo da sua xoxota...
Então sorri feliz
Quando sinto cair sobre minha mão as primeiras gotas
Depois o esguicho seguro e forte
Amarelo
Cheiro forte de vida que se esvai...
Linda absolutamente linda
Nem te amo diz mais que isso pra mim
Porque o amor é uma merda...
Nem o destino fudido do caos
Pode verter o cheiro que fica
Ela termina de mijar
E minha mão vai ao encontro
Dos lábios ainda molhados
Molhados...
Molhados
Molhados.
Luís Fabiano.
domingo, dezembro 07, 2014
A Sinceridade da Dra Shirley...
sábado, dezembro 06, 2014
CULPA !
Culpa
Eles fazem parecer que não
Às vezes você até acredita que sim
Mas o único problema é a culpa
O denso nevoeiro que permeia os caminhos
A adaga apontada pra você
E o medo...
O medo fode tudo na tua vida...
Você faz coisas estranhas por medo
Então fica tudo simples...
Se existe violência, a culpa é sua
Se você não goza... és culpado(a)
Se teu filho morreu...culpado
Se as coisas se desmoronaram a tua volta...culpa sua
Se você não crê em Deus...bem...
O final do filme não era como se esperava...tua culpa
A felicidade não vem, advinha de quem é a culpa...
Então tudo é um desafio
Porque a liberdade não é fácil
Mas não precisa ser assim...
Você pode fuder com todas as regras
E aprender a ligar o foda-se
Tudo se tornara simples
Se não há cura, foda-se viva com tudo
Se não há amor, viva o que há...mas vá fundo...
Se o pau não é grande o suficiente? Use essa porra bem
Se a xoxota não molha? Cuspa nela com carinho e siga em
frente
Mas permita abrir suas asas
Voar as cegas sobre o abismo errante
Viva autenticamente intenso
Desprendendo amarras
Entoando uma canção
Delirando na felicidade
E ainda que tudo aponte como errado
Siga seus instintos
Luís Fabiano.
Navalhada de Natal: As cuecas rasgadas de Papai Noel.
Navalhada de Natal: As cuecas de Papai Noel.
Neste período de natal, o que mais abunda são os tais
amigos secretos.
Um verdadeiro saco.
Até comprar o presente é legal. Triste é a
revelação, chatice sem fim. Não suporto. Mas as vezes participo por educação estética do cinismo. Uma
verdadeira educação, para falsos sentimentos.
Conversava com Neuza, minha amiga secreta,depois da
revelação.
E o papo adivinhem? Virou em torno do papai Noel. Vejam
como as pessoas trazem emoções tristes dentro de si.Na superfície. Não é
preciso perguntar muito.
Neuza estava feliz, então começou a me contar:
-Eu adorava papai Noel, estava com oito anos, queria ver
como ele fazia para entregar nossos presente, queria ver as renas, o trenó. Então
na noite de natal, decidi que iria fazer de conta que estava dormindo, eu iria
vê-lo.
Eu sorri. Sabia que isso iria terminar em tragédia de
natal.
E então como foi?
-Quando era de madrugada, escuto uns barulhos no meu
quarto, olho de canto de olho. Decepção profunda, vi meu pai de cueca, deixando
os presentes ao lado da minha cama. Aquilo foi uma facada na minha fantasia. No dia seguinte,minha mãe chamou a mim e meus
irmão para mostrar os presentes do papai Noel. Eu não fui. Minha mãe veio até
mim e perguntou porque? Respondi:
-Sei que papai Noel não existe mais. Eu vi meu pai de
cueca furada no cu, colocando os presentes.
Ela ficou furiosa comigo, disse: se contares aos teus
irmãos isso, tu vai apanha de relho trançado!
Concordei.Mas não fazia mais diferença, desde então o
natal nunca mais foi a mesma coisa.
Porque alimentam essas fantasias nas crianças...
Eu apenas sorri amarelo.
Luis Fabiano.
quinta-feira, dezembro 04, 2014
Rei das Bucetas
" O amor é um encontro... que não precisa começar
pelo olhar poético... um pau e uma buceta se encontrando também
pode dar inicio ao amor ".
Frase do meu amigo
Rei das Bucetas.
Beladona – A saga de uma mulher
Beladona – A saga de uma mulher
Capitulo 1
Conhecendo
Eis que a pena digital se
ergue uma vez mais, e dispara com traços e caracteres, uma história capaz de
fazer os anjos chorarem, os demônios vibrarem e a humanidade sentir asco de si
mesma.
Somos mornos no falar a
verdade, brandos e corretos ao extremo tantas vezes. Mas tanta conservação e
polidez, deixa a alma inquieta e o espirito entalado quase empalado. Mas a pena
digital não cala, expõe as vísceras humanas ao ponto que lágrimas, suor, sêmen
e sangue cheguem a alma ou esta seja arrastada até as secreções humanas.
Esta é a poesia maldita,
entoada na voz de um cantor que chora e deforma-se ao longo do espetáculo... conquista
e é conquistado, explora e é explorado, perde e se perde.
Já faz alguns anos que conheci
Beladona. E por muitas vezes penso que conhecer alguém é uma faca de gumes ou
mais, porque prefiro a face mais serena, mas encantadora, porem convém lembrar
que tal face não existe só, ela é uma criação de nossa mente, de nosso desejo
de pureza inconsciente que carregamos até a senilidade.
Humano demais e sendo humano,
é sempre bom lembrar que não existe um único ser humano no planeta isento de
erros, enganos e todos os defeitos que temos. É natural e brutal é nossa
apoteose às avessas, seja o beijo da lama em nosso coração.
Gostaria sinceramente de ter
conservado o aspecto mais poético de Beladona... porem como vocês sabem,
Beladona é uma flor venenosa que mata se ingerida. Talvez seja melhor evita-la...
Não obstante os sinais eu não evitei. Sou um homem de extremos, levo tudo as
últimas consequências, em mim não ficam resquícios de nada, nem de bom e nem de
mal, os expurgo todos e posso dizer com serenidade em mim que não tenho um
único arrependimento em minha vida. Meus demônios estão cativados, porem jamais
mansos.
Foi num sábado do ano de 2010
que a conheci. Eu estava em um aniversario, a noite já havia avançado, muitos
convivas estavam bêbados ou chapados, um clima feliz, todos conversavam. Casa
cheia, fumaça de cigarro, cinzas e cheiro de álcool no ar e maconha também.
Eu estava observando
apenas...sou um predador silencioso, depois de beber os desejos se aquecem e
preciso ter alguém... preciso de uma buceta despojada de amor próprio. Gosto
destes alvos, são mais vulneráveis e procuro explorar a culpa feminina natural e
latente em toda mulher.
Então passado dá uma hora da
manhã, Beladona da entrada no ambiente. Tinha uma expressão totalmente
masculinizada. Gostei. Cabelos negros raspados, um óculos de grau pesado, rosto
sem nenhuma maquiagem, ligeiramente estrábica e com uma carga excessiva de
seriedade, uma camiseta branca sem sutiã que deixava ver seus seios pequenos e
ligeiramente caídos de bicos escuros e pontudos, jeans, sapatos pretos e masculinos.
Não é expansiva, discreta,
entra e vai cumprimentando a todos com educação quase limpa. Estou no canto
observando tudo, um pouco entediado. Ela passa por mim como se eu fosse um
móvel de merda e fica falando com outras pessoas conhecidas. Então uma amiga em
comum, me apresenta a Beladona. De cara gostei do nome, depois gostei do papo,
gostei de tudo, sou fácil como uma puta sem preço...
Beladona é inteligente e tem
por volta de cinquenta anos. Ela sentou-se por perto e ficamos falando sobre
livros, magia, meditação e kama sutra. Era um bom papo, minha noite ficou
diferente. E acho que foi pela primeira vez, não pensei em comer uma mulher que
conversa comigo. Até mesmo porque, eu não era a praia dela. Tudo certo.
Aquela noite foi boa, trocamos
ideias e contatos, mas não falamos nada sobre nossas vidas pessoais. Melhor
assim. É o mundo perfeito do facebook. Uma dimensão fantástica de arte e
cultura, onde moram os pensamentos mais sublimes do ser humano, onde não somos
tão terráqueos, egocêntricos, egoístas, vaidosos e orgulhosos.
Sim, isso quando tudo se
mantem no plano das conversações lindas e perfeitas. Mas a realidade caros
amigos, é foda, a realidade é lama das sarjetas descendo uma ribanceira,
enxovalhando a existência e dando aquele gosto tão bom de decepção, lagrimas e
riso amarelos.
Não pensem que sou pessimista,
apenas realista sem traumas, te olho como realmente és, e o que és, não tão
bom... e nem tão mal.
O reino encantador daquilo que
desconhecemos é uma benção, a ignorância é muitas vezes preferida.
Porque?
Porque preferimos mentiras
bonitas as realidades feias e sombrias.
Enquanto conversamos, alguém
pede a Beladona para que toque algo...e cante talvez. Fiquei curioso para ver
os talentos artísticos de Beladona. Alguém lhe arrumou um violão, e ela se pôs
a dedilhar.
Beladona começa cantar uma música
desconhecida...porem não gosto do seu tom, um tom baixo e a voz não era tão boa
e cantava desafinado. Logo perdi o interesse. Fui beber mais... a bebida torna
as pessoas melhores sem dúvida. Eu já estava cansado de aniversario, e de saco
cheio de ver Beladona cantando desafinado. Cansei dela, daquela festa, daquela
música desconhecida e ruim... cansei daquele instante. Eu me canso fácil demais
ou não...
Esta merda continua...
Luís Fabiano.
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