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sexta-feira, fevereiro 28, 2014
terça-feira, fevereiro 25, 2014
MUROS QUE GRITAM
MUROS QUE GRITAM
Um pequeno grito...ecoa
Em traços de fogo...
Em ânsia indômita
O que cala não faz calar...
Antes sim...desperta..berra...
Grita...
Muros de tijolo e cimento
Desejando alma.
Local - Rua Gonçalves Chaves n 355
Marli, Betão e Enrrabando um unicórnio
Marli, Betão e Enrrabando um unicórnio
Parte 1
Que o ser humano é um animal, isto é inegável. Alguns são
mais requintados outros deixam a desejar na escala de valores supostamente
humanos. Mas também, foda-se...sabem como é, somos o que somos e como somos. Mas
lá em tua casa, onde disfarces caem por terra, em tua intimidade hedionda e
ordinária... ali você é você mesmo, um pensamento, um desejo, uma fantasia
possível...yes. Paredes que cercam...beleza que desmaia em pratos de algodão e
tua alma desvela o melhor e o pior, bem-vindo a você mesmo. E antes que me
pergunte, caro leitor, sim, eu parto do pressuposto que todas as pessoas são
filhos da puta...inclusive eu com muito orgulho.
Mas que fazer? Embora sabendo de nossas merdas, somos
inocentes, tenha certeza disso, por que saber é muito distante de entender...
saber qualquer idiota pode saber...entendimento é amadurecimento mental...
Marli se senta a minha frente, esta com o rosto amassado
de tanto chorar. E lá estava eu novamente um personagem sem querer ser da merda
alheia. Diga-se de passagem... não me convidem para participar de suas merdas
viu humanidade? Agradeço. Me convidem para beber, me convidem para fuder, me
convidem para uma suruba com extraterrestres...
A cama desarrumada em um cenário de guerra, as marcas do
amor ainda presente naquele ambiente, o cheiro de sexo insano... em paralelo a
dor quase desumana de um amor que explodiu como hemorroida infecta entre a
merda e o sangue com aquele cheiro típico da infecção:
-Porra Marli que o que houve afina?
Ela sugava o muco nasal, e secava as lagrimas...a dor tem
uma cara feia, não tem dúvida. Então respirou forte:
-O Betão... Fabiano... o Betão... quer dizer...já nem sei
mais se é Betão...
-Sim teu marido... e ai ?
-Marido? Credo...deus há de puni-lo...pelo que fez...
Porque as pessoas enrolam tanto para falar? Eu não sou assim... gosto de ser um pingo de
ácido na pele.
-Eu cheguei em casa mais cedo hoje... e o que eu vejo
Fabiano? Vejo o Betão de rabo aberto para um cara enorme...grande mesmo em
todos os sentido... o Betão gemia como uma cadelinha no cio... eu só dei um
grito... e tudo virou o caos...o homem que eu amava não é homem...
É uma merda você ser uma pessoa calejada. Já passei por
algo semelhante... cheguei em casa mais cedo...e minha suposta mulher tava
dando para o primo dela...em nossa cama. Mas eu não me tornei violento... e
acho que isso os assustou mais. Eu sentia em mim... uma corrente fria
percorrendo o corpo todo...e cabeça pensando com uma lucidez de um iluminado...
não fiz nada... sentei na cama e fiquei
olhando como um anormal.
-Mas Marli... faria diferença se fosse uma mulher? É
traição do mesmo jeito...
-Isso explica tudo Fabiano... a gente não trepava
mais...a muito tempo...eu era uma fachada sabe? Era uma mentira de casamento...
-Bom Marli...conheço muita gente próxima a mim que tem
casamento de fachada...o casamento mesmo já deixou de existir a muito tempo...
Marli convulsiona em um choro de uma criança que perde a
coisa que mais gosta...eu a abraço um pouco, mas será o tempo que vai fazer as
coisas passarem... as vezes nem ele. Que merda. Marli chora muito...treme, não
tenho como tirar a dor dela. Olho para ela novamente... é uma quarentona
inteira... cabelos pelos ombros, boas tetas, bem vestida...mas a felicidade não
esta nisso né...
Espero passar um pouco sua reação e proponho:
-Marli...um drinque forte?
-Agora? Mas é de tarde...
-Marli e o que é que tem, depois deste ocorrido...
Sei que beber não resolve...mas você ganha um tempo para
si mesmo, para acostumar-se com a nova situação... depois... no outro dia...
você resolve...se vai matar o Betão...se vai deixar assim mesmo...e dar o troco
de forma homeopática...
O importante é não ter pressa... não tenha pressa para
decidir nada, uma decisão que vai mudar a tua vida e a vida e outras várias
pessoas...e quando tomar a decisão, sinta-se tranquilo e verdadeiro, pois não
haverá arrependimento.
Luís Fabiano
segunda-feira, fevereiro 24, 2014
sexta-feira, fevereiro 21, 2014
BOA MÚSICA
BOA MÚSICA
Para começar de bom tom o final de semana... ai está o Caboclo dizendo algumas breves palavras, e tocando uma musica do Rei... na versão Caboclo.
Grande Caboclo.
Esta música foi pinçada da entrevista que Caboclo concedeu ao Fio da Navalha.
Uma entrevista realizada no dia 29 de Novembro de 2012, as duas e vinte e dois da manhã.
Fio da Navalha.
Trecho SOlto
" Trecho Solto...
“ Como ela me chupava! Mulher sempre chupa xoxota muito
melhor do que homem, que geralmente acha que sua língua é uma espécie de pênis desarvorado
e que pode sugar um clitóris ignorando
os próprios dentes cheios de arestas, como quem ta tomando refrigerante de canudinho, com raiva do conteúdo. E ela me
chupava com classe e um toque não sei bem como dizer, um toque devoção.
Respirava fundo, se aconchegava entre minhas coxas, me segurava delicadamente
na bunda, respirava fundo outra vez, me cobria de beijos nas virilhas, fechava
os olhos e me levava ao céu, ao céu!
Não posso nunca me esquecer do dia em que começou a me
chupar no sofá, e eu resolvi que naquela hora preferia a cama e, não sei como,
ela conseguiu me seguir até a cama sem tirar a boca de mim com os olhos
fechados e eu gozei torrencialmente logo em seguida.
Não sei se posso dizer, porque não vejo razão para
rejeitar o rotulo de libertina pervertida e devassa, se já tive paixonite a
serio por alguém , mas, se já tive, foi por ela.
Uma vez, Fernando fora de casa, comendo uma carioca grã-fina
que havia aparecido com um marido altamente babaca e nós duas em casa, eu
deitada num tapete, e ela , usando um
roupão felpudo de Fernando sem nada por baixo, fez que ia passar por cima de
minha cabeça e parou bem acima da minha cara com as pernas levemente abertas e
aquele bocetão irresistível na penumbra em torno de meus olhos. Toquei nos
quadris dela, e ela, como se tivéssemos combinado antes, sentou na minha cara,
que sensação insubstituível e incomparável! Como era aveludada, como era
acolhedora, como tinha os cheiro certos! Como era submissa da maneira mais
encantadora, pronta para fazer tudo o que eu quisesse, do jeito que eu
quisesse, na hora em que eu quisesse, tudo com uma naturalidade que parecei que
a vida sempre tinha sido assim, desde que o mundo é mundo.
Não sei , não sei
mesmo como descrever o que havia entre mim e ela, até o jeito como ela se
livrou do roupão nessa hora é inimitável .Ela me chamou de meu amor, meu amor,
minha tesão, minha dona, minha ídola, meu tudo, minha vida e, ai como eu
chupei, como chupei tudo dela, até que ela, falando as coisas mais sublimes que
pode ser ouvidas, gozou como uma loba divina uivando, gozou mais, suspirou com
aqueles olhões que davam vontade de mergulhar e pediu para que roçássemos
entrelaçadas até morrermos, e naturalmente que morremos um pouco. E depois
continuamos a nos roçar e eu pedi que ela me desse a língua toda para eu enfiar
na minha boca e, enquanto isso, que girasse a bunda para eu alisa-la, e ela
passou a me chupar novamente, eu já sem folego e sem vontade de ser mais coisa
nenhuma neste mundo, a não ser nós duas.
Quando falo nisso, fico um pouco – um pouco não, muito-
excitada e me arrependo por não te-la perseguido o resto da vida. É claro que o
negocio dela não era homem, era eu mesma. Podia não ser só eu mesma, mas eu
fazia parte importante do negocio dela.
Os outros participantes certamente houve ou há, mas não
podem ter tido melhores com ela na cama do que eu".
Extraído da Obra – A casa dos Budas Ditosos – Luxúria
Autor: João Ubaldo Ribeiro
Páginas: 137 e 138.
quarta-feira, fevereiro 19, 2014
Cuidadores de carros 1 e 2
Navalhadas Curtas: Cuidadores de carros – Caso 1.
Não se engane leitor: Não sou da violência. Eu sou um
merda existencial...tento não me meter em confusão, e se me meto tento
contornar pelo papo... pela manha...e até aceito ser chamado de cagão, filho da
puta e etc...e tudo fica bem.
Eu estava em off, e o cara estaciona o carro. Um bom
carro, e então o cuidador de carro vem já aos berros algo intimidando:
-Ai Tio...se parou ai... tem que pagar hein...
O cara, um tiozão fica olhando para o cuidador enquanto
sai do carro, parecia não esquentar a cabeça... mas o cuidador que agora já foi promovido a filho da puta segue meio nervoso:
-É, tem que pagar mesmo...porque aqui nesta rua... que é
minha, se eu não cuidar “os carro”, eles são riscados... se não “pagá”, não posso dar
essa garantia tio...
A merda as vezes esta escrita nas estrelas.
Mais rápido que
um jato de porra, o cara do carro foi um direção ao cuidador, acertou um
direto no queixo... o cara caiu no chão... e então vieram os chutes, não tão
fortes...apenas uns chutes.
Então o tiozão diz parecendo estar raivoso, com o dedo em riste pro cara no
chão:
-Escuta aqui seu filho da puta... se a porra do meu carro
tiver riscado, eu vou te achar e vai ser muito pior...muito pior mesmo. O carro
vai ficar ali... te liga!
O tiozão foi embora... e o cuidador levanta-se
lentamente... reclamando da dor nas costelas... eu estava sentado no fudet... e
não mexi nenhum musculo. Coisa de homem...não havia armas... uma briga de mão
limpa, quem bate primeiro leva a melhor, ninguém iria morrer.
Então o cuidador vem até mim:
-Pô tu vê tio... que gente ignorante...o tiozão ali...
pra que isso cara...
-Sei – eu disse – mas a culpa é tua brother... tu não sabe
que cada carro é uma caverna... o que sai dali de dentro, a gente nunca sabe... hoje
saiu uma cascavel né?
- Bah...Há, há, há...e eu me fodi.
Navalhadas Curtas: Cuidadores de carros – Caso 2
Essa é a Pelotas... termina que não é diferente de
qualquer outro lugar do mundo.
Civilização por vezes é uma piada. Que civilização? Deixa pra lá.
Eu estava trabalhando...parte da tarde, sol escaldante e
retornava, levando dois computadores nos braços...caminhava suando como um
cavalo. Então o cuidador de carro vem até mim. Eu o conheço, mas ele parece
não saber de algumas coisas:
-E ai pai – ele me diz...
-Que pai “rapá”, tu ta loco...
-Que isso pai... não vais me deixar na agonia, e meus
filhos com fome né e sede? Vais arrumar ai uma mixa pra mim...
-Seguinte cumpadi...depois ok, agora não é o momento bom pra isso... te
liga né...
-Qual é pai? Vais fazer assim com o irmão...hein? E meus
filhos? Tens que ajudar...
A paciência começava a escapar...com o sol,o suor, o calor e a
merda toda da vida:
-Que filho meu? Tu que é o pai?
-Claro pai...qual é...o que eu faço eu faço... a nega é
minha puta... há,há,há... e só dá pra mim...
Parei no sol... com os computadores embaixo dos
braços...e olhei-o fixamente... pensando se seguia as ofensas:
-É? Tu põe a tua mão no fogo por ela?
Ele fica me olhando...ficou em silencio... puta merda, acho que ele não colocava a mão por ela.
Luís Fabiano.
domingo, fevereiro 16, 2014
Lingerie
Lingerie
Roupas dizem tanto e não dizem nada
Gosto de algumas...
Despidas vestidas
Gosto da roupa delas...
Gosto da maneira que elas tocam o corpo
Uma segunda pele
Fazendo o corpo de alma
Suavidade brilhando em encantos vazios...
Os vãos da peça...
As dobras de tecido...
Repletos de tudo...e nada
Povoando a imaginação
De promessas falsas...
E aquilo de longe parece tão bom...
Talvez mesmo, melhor que a própria mulher...
Eu sempre imagino a todos, melhores que do são...
Por isso fico sempre com o que penso
Mas aquele “ Body ”...brilhava uma promessa em branco...
Repleto de desejos eróticos
Antes do amanhecer
Antes que o raio do sol
Desfaça o que noite fez
Transparente naquilo que esconde
Em teu corpo...
Com brilho nos seios...
Com uma longa cava na virilha...transpassada em renda
branca...
Tanta pureza e pecado juntos...
Deixando a mostra alguns poucos dos teus pelos íntimos
E havia graça nisso...
Pelos na medida certa...
Era como se tivesse sendo penetrada ali diante de
todos...
Ela acariciava as pernas...com leveza...
Como se desejasse gozar consigo mesma...
Seria bom que ela não falasse nada
Para não destruir o encanto fino em que a criei...
Mas como uma irresistível...
Ela fala...fala...fala...
E merda seria uma coisa bela...
Se ela tivesse dito
Então fui arrancando as partes de seu corpo...
Sem cabeça
Sem braços
Sem alma...
Até que sobrou a forma decapitada da beleza muda
Em uma lingerie linda
Feita de imaginação
E só.
Luís Fabiano.
FIO DA NAVALHA - ENTREVISTA
FIO DA NAVALHA - ENTREVISTA
Fio da Navalha entrevistou essa dupla que traduz a tradição do Samba em nossa cidade.
Suas historias, trajetórias e rumos.
Para vocês e com todo prazer - Beto Alfaiate e Marco Antonio
quinta-feira, fevereiro 13, 2014
Mulheres – E o que me dizem
Mulheres – E o que me dizem
Oh yes...
Oh no...
Fabiano, porque tu não muda?
É assim que vai ser agora? Pra sempre?
Tu não presta cara... mas eu gosto de ti mesmo assim...
Me chupa assim sempre ta...
Eu espero que tu morras... queimado dentro do teu carro
É isso que tu chamas de amor?
Tu gostas de fuder comigo?
Eu fico olhando isso...
Gosto de não falar nada
As reações diante do nada são imprevisíveis...
E seguem falando...
Nunca mais aparece aqui...se não eu vou te matar
Morre Fabiano...
Eu gostaria de não te amar desse jeito...
Tu não sabes dançar? Que merda de homem que és
cara...credo
Gostas do meu cheiro? Não tomei banho hoje...
Quero que fodas com as outras... e depois volta pra mim,
com cheiro delas em ti, que eu vou te chupar...
Tu gozou no meu cu?
A gente vai casar?
Até quando Fabiano vais agir deste jeito?
Cresce Fabiano...
Tu ainda gosta da minha buceta?
Já te disse que és um merda?
Não respondo...
E é como colocar gasolina na irritação do mundo...
Então geralmente vem as agressões...
Carinhos feitos pelo diabo...
Voam sapatos, moveis e até uma faca uma vez...
Sou bom de esquiva...
Melhor que o Anderson Silva...
Mas que adianta?
Seguem falando...até hoje...
Vais parar de beber né?
Porque tu gostas de fuder pela manhã?
É tesão do mijo?
Um dia tu vais encontrar uma mulher... e ela vai pegar o
teu coração e fazer guisado...
Por que tu és frio assim? Que eu te fiz?
Tu beija as minhas feridas depois?
Gostas do jeito que te chupo?
Fabiano, tu és impermeável ao amor
Eu te dou tudo... e tu fica comigo pelo resto da vida?
O que as outras tem para te oferecer?
Qual é o teu preço?
Eu te amo
Eu te odeio
Sigo calado...
Como responder a isso?
Impossível, porque ninguém muda o que sou...
Eu espero ser o imprestável sem asas e sorrindo
E que você seja a verdade de uma lamina fina
Quero que dance livre
Linda e serena...
Sem amarras...
Sem castrações
Sem muros a volta
Seja...
Apenas a verdade despida em uma manhã fria
E que entre tantos erros, acertos e foda-se...
Eventualmente
Eventualmente
Nos encontremos.
Luís Fabiano.
terça-feira, fevereiro 11, 2014
Trecho Solto...
“ TreCHO solto:
“ Sangro esta narrativa como se me escorresse dos pulsos
abertos.
Quando estavam de bom humor, os deuses abriram as mãos e
despejaram sobre a terra os oceanos com seus segredos, os campos onde corre o
vento, as arvores com mil vozes, as manadas, as revoadas – e, para atrapalhar
tudo, as pessoas.
Mas onde esta todo mundo?
Buscando anestesiar ou obter respostas, atrelados as
mesmas incansáveis perguntas, como, quando, quanto, por quê, por que eu ?
Eu, a menina da perna curta, falava com a menina do
espelho e criava um filhote de tigre no fundo do quintal.
Quando lançaram a minha sorte os deuses estavam sombrios.
E assim começa esta complicada historia”.
Extraído da obra: O Tigre na Sombra
Autora: Lya Luft.
Um pai cagado e o Boquete do Chupacabras
Um pai cagado e o Boquete do Chupacabras
Eis que a pena digital se ergue, como uma onda diante do
trágico. E os gritos dantes calados, agora imploram um megafone. Não tenho me
furtar aos gritos... não tenho para onde correr... é preciso abrir o grande cu
existencial, e deixar a merda escorrer, como uma evacuação Divina...e deixemos
o demônio dar a descarga.
Dizem que as noites são convites. Foi assim que num
convite e outro, vim a conhecer o estranho caso. A dignidade mora por vezes em
restos. Naquilo que resta de sóbrio ao ser humano. Muito embora eu tenha-la
minha francas dúvidas.
Conheci Teodoro em uma de minhas noites viscerais. Boas
bebidas podem inspirar coisas boas...mas nem sempre. Teodoro falava de si como
uma espécie de sumidade de clemencia e bondade. Quem o via falando, o tinha em
conta de um ser celebre. Sempre tive problemas com pessoas celebres.
Assim falava Teodoro:
-Eu sou tudo para meu papai. Tudo... dou-lhe carinho,
respeito e dignidade.
Ele agora ta no final da vida... tem todas as doenças de
velhos...sabe né?
Eu balançava a cabeça, pois diante de tanta
respeitabilidade que eu podia dizer? Junto a esta mesa estava Estela uma amiga
minha, negra, muito forte, peitos fartos, cabelos densos e um sorriso confiante
as vezes. Algo meio bêbada, e ouvindo a rasgação de Teodoro. Estela já estava
excitada diante de tanta bondade e doença. Impressionante como os seres humanos
são próximos. Teodoro seguia:
-E a minha irmã? Pobre coitada...pobre coitada... é pura
dedicação ao papai. Não sai de casa nem por decreto. É uma guardiã zelando pelo
melhor bem estar de papai. Essa sim viu, é uma santa! Santa... não sai, não se
diverte... não peca!
Agora por minha vez quem estava excitado era eu. Uma
mulher meio jovem que fica apenas aos cuidados de papai... não sai para
divertir-se... pensei eu: deve estar com a buceta em chamas.
Mas por algum motivo toda aquela história não me soava
bem... tanta beleza, perfeição, cuidados, dedicação tinha de ter algo de
sórdido.
Eu parto do seguinte pressuposto: todos somos filhos da
puta, até que se prove o contrário. E não há um único ser humano que se
salve... vasculhe o interior dele... e a merda vem à tona.
As bebidas naquela mesa agora se tornavam abundantes
agora... garrafas vazias amontoavam-se como recordações de bons tempos, havia
alegria no ar. Mas como uma infindável maneira, os desejos terminam por gritar
como primatas hostis em nosso estomago. Quero fuder...quero fuder muito... quero
fuder com você, quero fuder com todos...quero fuder!
Teodoro estava muito animado. Então convida a mim e
Estela para ir conhecer Condessa.
-Quem é Condessa? Pergunta Estela.
-A minha mana...a santa Condessa...
Eu tava afim de tornar essa santa, a mais vagabunda deste
lado de cá do inferno. Fiquei assim... a bebida me deixa meio alterado... os
desejos ficam mais a flor da pele...mais selvageria.
Pagamos o bar e fomos para casa de Teodoro. Estela estava
vibrante...com a possibilidade de uma foda em conjunto, eu Teodoro e Condessa.
Existem poucas mulheres que gostam disso. Elas tem medo, vergonha ou consideram
imoralidade. A verdade é medo do que pode vir a ser delas depois de tudo. Baita
medo!
É nestes momentos que eu penso: a vida pode ser uma
surpresa deselegante em forma de um berro visceral. Porra vivo dizendo isso...surpresa...surpresa.
Mas teria como ser diferente? Nada é exatamente... não surpreendente... você
mesmo por exemplo, agora neste instante... algo pode estar acontecendo ao teu
corpo... um ataque cardíaco inesperado, um câncer que se inicia...vai saber?
Surpresa!
Fomos todos para casa de Teodoro.
Então a surpresa imbecil! Abre-se a porta da casa,
entramos e na sala... na frente da mesa de centro, estava o papai de Teodoro!
Esparramado em um sofá, com um cadáver olhando o vazio. Sim...ele estava muito doente certamente,
estava apenas de fraldas geriátricas, e pelo jeito havia se cagado. O cheiro de
merda inundava o ambiente.
Pensei: porra cadê a Condessa? Que não limpou o velho? Que
merda. Onde estaria a santinha? A merda do vovô começava a feder por dentro da
minha mente! Nos sentamos todos na sala... olhando o velho... enquanto Teodoro,
já muito fora da casa... servia whisky para todos. Rodada grátis! Yes...
Estela estava meio paralisada. Ela não gosta de gente
doente. Eu achava tudo aquilo um circo...gosto de circo de bizarrices, circo de
horrores. Vejo coisas nesta cidade de Pelotas de madrugada que te assustariam. Gosto
mesmo. Brindamos o whisky enquanto vovô estava babando uma espuma...pedindo uma
ajuda com os olhos... então inesperadamente surge Condessa.
Ela não tinha nada de realeza, vestia um vestido soltinho...sem
nada por baixo. Uma puta típica pelo jeito de ser. Deixando a mostra partes do
corpo...partes intimas. Parecia chapada...ou havia tomado tranquilizantes, aliás
muito chapada. O circo de horrores estava descendo a escadaria.
Eu queria apenas saber onde isso iria acabar? Pensei em
trepar com a
Condessa no banheiro. Sempre penso isso para todas as mulheres que
olho a primeira vez. Até a dos amigos Gosto de trepar no banheiro... é
bom...informal, sempre penso isso de todas as mulheres que conheço. É um vício.
-Então é uma festinha Teodoro? Pergunta Condessa... com
voz rasgada... erguendo um pouquinho o vestido... mostrando cochas brancas e
marcadas de pancada...
-É mana...que tu acha? Gostou aí do Fabiano... e da
Estela?? Hein...vamos comer os dois...que achas mana?
Estela na hora saltou...
-Epa... calma ai...vamos ver...ninguém vai me comer por
enquanto...
Por minha vez:
-Seguinte Teodoro... eu não vou te comer... mas se tua
maninha ai... quiser brincar de piroquinha na xoxotinha... sabe como é...
O pai de Teodoro olhava isso...olhava o vazio...talvez entendendo?
No alto do seus noventa anos, vendo isso meio paralisado? Que final digno de
vida. Talvez não entendendo nada?? Alzheimer é foda! Que merda... iriamos fuder
ali, na frente dele? Com cheiro de merda para todo o lado? Tudo tempo mim...
-Condessa, troca o papai ai! Ele ta cagado...é a tua
vez...
Vejam que a caridade é uma voz expendida que soa no
coração humano. Eu já nem sabia exatamente que ia rolar... eu tava mais pelo
foda-se irmãos mentirosos da porra...
-Não...não vou fazer... ele ta muito cagado Teodoro! De
jeito algum... vamos pra festa e depois vemos ele... ele ta sem som e sem
imagem mesmo...
Estela não dizia uma palavra... o whisky descia como
arame farpado.
Teodoro toma o whisky de uma vez... então começa a
operação de trocar o pai na frente de todos... descíamos a escadaria do
inferno. É como cutucar as partes intimas de um cadáver... você já fez isso? É
estranho.
Quando a fralda foi aberta... Estela não conteve o
vomito... despejando na sala fétida o terror... enquanto Condessa ria muito... havia
uma insanidade no local. Retirei Estela para rua...e Condessa veio junto
conosco... tudo era horrível mesmo, e só piorava de minuto a minuto.
-Estelinha Estelinha... eu quero lamber a tua bucetinha!!Há,
há, há.
Dizia Condessa...
Estela tentava recuperar-se. Condessa tentava se esfregar
em Estela... encostando o púbis... nas pernas de Estela. Bela cena... aquela...
mas Estela agora não tava mais naquela wibe. A paciência de Estela acabou,
talvez a loucura tenha ido para além do limite previsível. Aproveitei que
Condessa estava facinha...e coloquei os dedos na buceta dela... que estava
molhada.
Levei os dedos ao nariz, um cheiro forte... cheiro de mulher no cio...
que é um misto de mijo e líquidos vaginais abundantes. Gosto de líquidos vaginais
abundantes... Condessa sorri...e pega meu pau. Condessa não se faz de rogada...
gosto de mulheres assim... arrojadas... abriu o zíper...tirou o bicho pra
fora... e começou a mamar ajoelhada ali mesmo... na frente da casa. Eu tava
cagando... eu não morava ali mesmo. Foda-se. Eu sentia o cheiro de merda do
vovô... Estela cuspia um pouco do vomito... e me nos olhos:
-Fabiano... tu és tão anormal quanto eles! Boquete
aqui...para ela?
Não me senti ofendido... acho até que entendi como um
elogio. As pessoas me elogiam de forma estranha. Condessa mamava com força...com
muita força, como se quisesse tirar a porra da medula... e não demoraria muito
pelo jeito. No fundo agora só isso importava. Chupava e grunhia como uma porca encantada.
Parecia um chupacabras. Sensacional... não demorei muito, até porque tava afim
de ir embora. Enchi a boca de leite....entre grunhidos e gritos exageros
...gosto de show, ela cuspiu no chão. Estela olhava aquilo...com um rosto que não
exprimia nada, então me olhou e disse:
-Vamos embora agora?
-Ué... não vais dar lá o enfermeiro Teodoro?
-Deus me livre Fabiano...essa é a caridade para o pai
dele? Não nem pensar...
A Chupacabras... sorria com dentes cariados... escorrendo
porra pelos cantos da boca. Gosto de gozar bastante...
E fomos saindo pelo portão a fora... chegava de tudo
aquilo.
A pena digital infame, é a lambida do dragão, e o coco de
um dinossauro, é a voz de Adão no paraíso perdido.
Entramos no Fudet...
-Fabiano, me deixa na Avenida Bento, vou ficar no Pássaro
Azul...e deu.
Eu ria... ria como um demônio louco. Estava bem.
Dirigi sem dizer uma palavra. Lembrava do pai cagado, do
boquete do chupacabras, e me sentia feliz e em paz, por saber que existe gente
mais doida que eu andando por ai.
Luís Fabiano
segunda-feira, fevereiro 10, 2014
Navalhadas Curtas: Fora de ponto...
Navalhadas Curtas: Fora de ponto...
Comprar pão pela manhã deveria ser um ato tranquilo. Fui
fazer isso. Nada pra comer em casa. Chego a padaria próxima de minha casa. To
sonolento, não comi ninguém, e tenho a alma pesada. O balconista me alcança o pão
e vou ao caixa. Esta senhora do caixa já tem um mau humor doentio. Mas eu ignoro
muitas coisas na vida, para não me incomodar. Mas um dia é um dia:
-Deu dois “real” e quarenta – disse brava.
Fiquei olhando pra ela, não entendo, ele retorna:
-Que é hein? Ta achando caro?
O sangue ferveu na hora. Quero deixar claro que não sou
dado a isso. Tenho muito controle emocional.
-Não to achando caro não, to te achando grossa. Aliás...muito
grossa. Não estas contente, pede demissão e deixa alguém de boa vontade
trabalhar. Ok?
A mulher fica vermelha e chora. Talvez de raiva....e
então diz:
-Eu to com câncer moço...câncer...
-Ok, e câncer é desculpa para agredir os outros? Então os
que tem aids podem fazer o que quiserem...porque teoricamente é pior...
Eu era o centro da padaria. A mulher chora, então um
rapaz vem interceder por ela...
-O senhor desculpe...ela não anda bem.
-Tudo bem.
Ela é retirada do caixa... e tudo que eu pude dizer é: Bom
dia.
Bom dia?
Luís Fabiano.
Filetes de Sangue
Filetes de Sangue:
Porque?
Porque ela não é suficiente, para quem a recebe. Saber a
verdade não torna nada ou ninguém melhor. Somos o que somos.
Então penso então: a mentira tem o mesmo efeito... e com
menos transtornos?
Então qual a diferença? Então o que me motiva?
Se no fundo, bem no fundo não fará diferença.
As pessoas reagem das mesmas formas. Entre verdades e
mentiras. Sempre dor e lágrimas.
Crede na verdade, e ela voz libertará?
Tu errou Jesus.
Luís Fabiano.
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